Prepare-se para não desligar o telemóvel neste concerto da Casa da Música

a.bel – Nova Música Interactiva vai ser o concerto onde o público se vai confundir com os artistas.

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Vai precisar do seu telefone para este concerto AFP

A Casa da Música, no Porto, vai apresentar a 26 de Outubro na sua Sala Suggia um concerto inédito que só existe se as pessoas participarem nele e, acima de tudo, se usarem os seus telemóveis. Não pode, é claro, ser um simples telemóvel mas um smartphone que permita fazer o download de uma aplicação que marcará o tom e o ritmo do concerto, que terá no palco o Digitópia Collective, o ensemble da Casa da Música que explora a música digital.

Um concerto que é uma experiência ou uma aventura. Aqui ninguém olhará de lado quando pegar no seu telefone, muito menos alguém se chateará se não tirar o som. Aliás, a regra é mesmo que o som do seu aparelho se oiça. Som, esse, que se confundirá com a percussão de André Dias, o saxofone de Gilberto Bernandes e as inovações musicais do Digitópia Collective.

A iniciativa é do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC), que quer mostrar como estes dispositivos móveis não têm necessariamente que ser objectos disruptivos de experiências sociais colectivas, mas um meio de interacção com capacidades multimédia.

Tudo o que terá de fazer para participar neste momento inédito é descarregar gratuitamente a aplicação “a.bel” disponível Android e iOS, conforme o seu smartphone. a.bel é não só o nome da aplicação como do concerto, inspirado em Abel Salazar e de Alexander Graham Bell.

“Esta aplicação fornece, por um lado aos artistas e aos programadores, uma forma de testar e distribuir conteúdos criados para media interactivos e, por outro para o utilizador final, uma maneira de participar de forma transparente em actuações ao vivo”, escreve em comunicado Rui Penha, investigador do INESC TEC, docente da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e um dos organizadores do concerto. “Ao contrário do que acontece noutros espectáculos, queremos que o público mantenha o som do telemóvel ligado e o use para agir activamente no concerto. Também ao contrário do que é usual, queremos que o telemóvel não seja aqui um elemento que interfira com a atenção do seu utilizador, mas antes que una todos os intervenientes numa experiência de partilha colectiva”, acrescenta ainda.

À Lusa, o investigador explicou que o concerto ainda não está totalmente preparado, falta “perceber de que forma é que [pode] dar a cada pessoa que está no concerto a sensação de que teve uma participação activa no concerto, de que foi um músico”. Para este concerto, Rui Penha está a trabalhar com Carlos Guedes, da Universidade de Nova Iorque em Abu Dhabi, Neil Leonard, da Berklee College of Music, e José Alberto Gomes, da Digitópia. São os quatro compositores que no dia 26 vão estar também em palco.

Regra principal para a noite: o telemóvel deve estar ligado mas em modo voo (não vá receber uma chamada e atrapalhar o processo musical). Também terá de respeitar o lugar que tem no bilhete, que será assumido na aplicação. A partir daí é seguir as instruções e deixar-se levar pelo ritmo.

Os bilhetes para este concerto, que pretende assinalar os 30 anos do INESC TEC, estão à venda nos locais habituais e custam dez euros. 

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