O INESC TEC E A SAÚDE

A propósito da notícia que o BIP também divulga, de que uma equipa do INESC TEC desenvolve presentemente soluções tecnológicas para melhorar a eficácia de cirurgias associadas ao cancro da mama, importa trazer à memória a importantíssima relação que o nosso instituto estabelece com a área da saúde.

O INESC TEC não é um instituto de saúde, na ideia clássica que disto se tem – mas é, também, um instituto de investigação na área da saúde, se tivermos disto uma compreensão moderna.

A saúde é uma designação extremamente abrangente: pode referir-se desde o ato médico à gestão hospitalar, à saúde pública, à instrumentação médica, à descodificação genómica, à imagiologia, à nanorobótica, à telemedicina, ao diagnóstico – enfim, quase ao que se quiser. E, hoje, nada disto é efetivo sem tecnologia.

O INESC TEC promove desde há anos a sua iniciativa TEC4HEALTH, e são inúmeros os projetos terminados e com êxito, para além dos que estão em curso e preparação. A área do cancro, agora noticiada, é na verdade uma das que tem merecido muita atenção concertada por parte de diversos grupos do INESC TEC, das telecomunicações às ciências da computação – e concretizada em projetos com grupos em hospitais (vide São João), com atores nacionais (vide Fundação Champalimaud), para dar dois exemplos.

Nem sempre a opinião pública, ou publicada, ou a comunidade académica, compreenderam esta realidade: de que investigação na área da saúde também pode ser investigação tecnológica. Por isso, o desafio que se coloca ao país desenvolvido que é Portugal é simples: como forjar, robustecer, tornar produtivas as alianças multidisciplinares essenciais, entre áreas usualmente tão disjuntas, como as biologias, as medicinas ou as tecnologias da informação, comunicação, eletrónica e afins a que o INESC TEC se dedica - e credibilizar esta aliança com os atores empresariais e organizacionais públicos do setor.

A antiga bem sucedida experiência no Porto, da conexão ente INEB e IBMC, agora consolidada no I3S, mostra que esse é o caminho. A escala que desde há anos o INESC TEC vem introduzindo nesta equação é, portanto, entusiasmante.