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"Os escândalos recentes podem ter corroído a confiança nas redes sociais, mas cabe a cada um de nós, seus utilizadores, assegurar a veracidade e credibilidade daquilo que publica, usar e abusar do rigor, tão característico do método científico, para promover a ciência." Eunice Oliveira (SCOM)

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Pensar Sério

Redes sociais: uma ameaça ou uma oportunidade para a Ciência?

* por Eunice Oliveira

Segundo o último relatório de tendências digitais, divulgado no início deste ano ("The global state of digital in 2018", da Hootsuite), oito (dos dez) milhões de portugueses acedem à Internet e 6,7 milhões marcam ativamente presença nas redes sociais. Cada cidadão passa, em média, 6h30 horas diárias na Internet, sendo um terço deste tempo passado em redes sociais. Cada um de nós tem ainda, em média, 8,5 contas ativas nas plataformas sociais.

O relatório é extenso, podia continuar com os números (os mais curiosos podem vê-lo aqui), mas os dados que já dei são suficientes para lançar a questão: se as redes sociais estão massificadas e democratizadas, são de livre acesso a partir de (quase) qualquer ponto do mundo, por que não utilizá-las para comunicar ciência, aumentando o awareness e  a literacia científica (e potenciado uma série de oportunidades que daí advêm)?

Os mais céticos vão argumentar que as “social media” são um veículo de contra-informação ou de divulgação de fake news, uma ameaça à privacidade, ou até mesmo à democracia. Ainda ninguém se esqueceu dos escândalos do Facebook com a Cambridge Analytica ou da utilização das redes sociais como veículo de manipulação em campanhas políticas. 

Mas não é verdade que em qualquer época desde a invenção da imprensa por Gutemberg, existiram crises de credibilidade ou de manipulação dos canais de informação existentes? Vejam-se os exemplos do Yellow Journalism no início do século XX nos Estados Unidos, ou a propaganda nos regimes totalitários antes e durante a 2ª Guerra Mundial! 

Os escândalos recentes podem ter corroído a confiança nas redes sociais, mas cabe a cada um de nós, seus utilizadores, assegurar a veracidade e credibilidade daquilo que publica, usar e abusar do rigor, tão característico do método científico, para promover a ciência. E ter espírito crítico para não aceitar nenhuma verdade como irrefutável, sem verificar os factos, sem procurar o controverso. 

Porque, apesar de tudo o que se possa alegar a favor e contra, as redes sociais continuam a ser um meio para chegar a uma audiência extremamente vasta, mas também específica, maximizando o impacto e a exploração dos resultados de investigação. É possível, através de mensagens dirigidas a audiências selecionadas, escancarar a porta para um sem número de oportunidades: colaborações em projetos, parcerias empresariais, financiamento, atração de recursos humanos, etc.

Basta escolher o meio e adaptar a mensagem. Está ao alcance de todos divulgar nestas plataformas aquilo que faz no seu local de trabalho, obviamente mantendo uma conduta ética, moral, bem como um código de linguagem adequadas à instituição que representam, pois, apesar de uma rede social ser um instrumento pessoal, ele é também do domínio público. 

Estes e outros tópicos serão desenvolvidos na sessão “O Facebook também tem Ciência?”, dia 16 de julho, no Auditório B, a partir das 10h00. Nesta formação serão dadas dicas para aumentar a visibilidade dos seus projetos nas redes sociais e para tirar o melhor partido destas com o objetivo de impactar a sua marca pessoal e o seu percurso profissional. Conto consigo? Inscrições na Intranet (apenas para colaboradores INESC TEC). 

* Gestora de Comunicação no Serviço de Comunicação (SCOM)