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Asneira Livre

A outra vida de um programador

Por José Ornelas*

À data deste texto, fazendo uma breve análise ao que se tem passado neste mês de novembro, chego à conclusão de que isto é só desgraças. É a Europa abalada pelos atentados em Paris, é a crise dos refugiados que continua a agravar-se, são os Turcos, são os Russos, é o Cavaco, o Passos Coelho e o Costa. É caso para recorrer à mítica frase de Einstein: “Que o Natal chegue rapidamente para comermos umas rabanadas e assim aliviar um bocadinho esta tensão.”[1]. Queria fazer uma “Asneira livre” engraçada e divertida, mas como podem ver é extremamente difícil fazê-lo neste mês, ou se calhar a culpa é minha, finjam que se riem.

Ora, o meu nome é José Ornelas estou a frequentar o último ano do Mestrado Integrado em Eng. de Redes e Sistemas Informáticos da FCUP e integro, desde agosto, a equipa do projeto “Stop Depression” do CSIG. Desde tenra idade demonstrei interesse por computadores e tecnologia. Julgo que este interesse nasceu quando recebi o meu primeiro computador, na altura um poderosíssimo Pentium 2, e passado muito pouco tempo o decidi abrir para poder montar o modem de 56k.

Mas deixemos o passado, como podem supor pelas minhas escolhas académicas e profissionais este interesse manteve-se até hoje. Como programador, ou como “o gajo que percebe de computadores e afins” (que é basicamente o rótulo que os amigos/familiares dão a tipos como eu), sou constantemente bombardeado com questões informáticas. Ao final de alguns anos começamos a perceber o papel que as pessoas acham que temos neste mundo tecnológico. Os humanos são muito bons a estereotipar, principalmente as profissões. Foi a visão do estereótipo da minha que decidi trazer-vos. A maioria das pessoas vê-nos assim:

  • Acham que formatamos, limpamos ou arranjamos computadores.
  • Acham que se nos apresentarem um problema informático por telefone nós vamos conseguir facilmente resolver.
  • Acham que dominamos qualquer tipo de aparelho/software mesmo que nunca o tenhamos utilizado.
  • Acham que só fazemos sites e apps.
  • Acham que só gostamos de jogar computador.

Isto é apenas um pequeno resumo, porque este tipo de coisas pode tomar grandes proporções com as suas variantes. Ao jeito da Lei de Moore, acho que o nosso conhecimento para este tipo de coisas tem de duplicar trimestralmente, caso contrário não conseguimos cumprir as expectativas que têm em nós. E é esta a outra vida de um programador, até dá para rir um bocado!



[1] Isto é verídico, aqui têm a fonte: bit.ly/1e1EYJv

*Colaborador do Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG)