Offside
Corporate

Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da ADIRA, pela voz de António Cardoso Pinto.

Fora de Série

"A ROBIS é uma Unidade muito jovem que reúne gente com muita garra, a começar pelos nossos coordenadores (...)", (José Carlos Alves, ROBIS)

A Vós a Razão

"This scope for collaboration is even more important with the current difficult climate, which requires close interaction of a number of players in the research landscape...", Stefan Petters (CISTER)

Asneira Livre

"Once upon a time there was a boy who was studying in a university in another city far from his family...", Hamid Hosseiny (UOSE)

Galeria do Insólito

Nesta edição do BIP o Insólito regressa à casa de banho!

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC TEC...

Novos Doutorados

Venha conhecer os novos doutorados do INESC TEC...

Cadê Você?

O INESC TEC lança todos os meses no mercado pessoas altamente qualificadas...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC TEC, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

Subscrever o BIP
 

Fora de Série

Este espaço destina-se a prestar homenagem a um colaborador que mensalmente se distinga com especial relevo na sua atividade. A escolha final é da responsabilidade da Redação do BIP mas a colaboração das Coordenações de todas as Unidades é preciosa pois as sugestões e motivações são fundamentalmente da sua responsabilidade...

JOSÉ CARLOS ALVES

1. Está prestes a completar 30 anos de INESC Porto. Esta já é a sua segunda casa?

Não sinto o INESC Porto como segunda casa apenas porque não temos espaço físico no edifício e por isso acabo por frequentar as instalações muito raramente. Mas posso dizer que o campus da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) é realmente a minha segunda casa, incluindo os espaços que frequento e que estão alocados ao INESC Porto.

2. Em 1985 éramos menos de 50. Hoje, no Laboratório Associado, somos mais de 700. Como é que vê este crescimento, que se verifica não só em número, mas também em expansão geográfica (Braga e Vila Real)?

Mais do que número e área geográfica penso que tem sido muito importante a qualidade das pessoas que se foram associando à instituição e a diversidade de competências com que cada um contribui.

 Foto01 Foto 02

3. A ROBIS (Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes) integrou o INESC Porto há cerca de três anos. Apesar de não estarem localizados no edifício sede, já se sentem verdadeiros InescTecquianos?

Não é preciso estar “dentro” do edifício e a ROBIS nem sequer tem espaço atribuído no edifício. Mas a maioria de nós está suficientemente próxima uns dos outros e para quem é docente na FEUP ou no Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP) é muito mais eficaz manter o posto de trabalho num local onde podemos conciliar mais facilmente a investigação com as atividades ligadas ao ensino, sem perder tempo a saltar entre “casas”.

4.Como é que caracterizaria o processo de integração da ROBIS no INESC TEC? Sentiu algum choque de culturas?

Por se terem reunido pessoas de grupos e de escolas diferentes? Não! Se por vezes pode haver diferentes opiniões na forma como abordar questões mais delicadas, o diálogo e o bom senso de todos tem permitido manter um bom ambiente na Unidade.

Foto 3 Foto 4

5. Esperava vencer a competição “5th World Robotic Sailing Championship”/ “5th International Robotic Sailing Conference” com o veleiro autónomo FASt, ou foi apanhado de surpresa?

Na verdade, posso confessar que nunca me preocupei muito com a pontuação que acabou por nos dar a vitória. Foi mais importante termos tido a oportunidade de dedicar uma semana para comparar o desempenho do nosso veleiro com os dos outros participantes, afinar o software e discutir ideias com a comunidade internacional de topo nesta área. Não estivemos propriamente a lutar pelos “pontos”, mas acabou por acontecer e claro que sabe sempre bem trazer para casa o primeiro prémio. Mas não foi só o FASt que ganhou. Este ano foi criada uma nova competição para equipas formadas por membros de diferentes países, em que tinham de construir de raiz um veleiro robótico e demonstrá-lo. Os nossos alunos juntaram-se a um grupo de Lübeck e conseguiram ganhar também esta prova, com um desenho inovador de um catamarã construído com duas garrafas de água e mais uns materiais recuperados, que batizaram como “Bottle Boat”.

6. Em que medida o FASt foi tecnicamente superior aos restantes veículos em prova?

O nosso barco foi o único que conseguiu completar todas as provas e somar pontos em todas elas. Apesar do barco da equipa da academia naval dos Estados Unidos da América ter falhado apenas uma das sete provas e ter mesmo ganho duas, não conseguiu passar do 2º lugar. Os outros não conseguiram concluir algumas das provas por motivos vários mas que resultam principalmente de “bugs” no software, falta de robustez mecânica ou mesmo a incapacidade de navegar com ventos mais fortes. Apesar de termos ainda muito espaço para várias melhorias que iremos por em prática nos próximos tempos, o nosso sistema demonstrou estar suficientemente robusto e com boa capacidade de navegar e manobrar à vela.

Foto 5 Foto 6

7. Qual é a importância desta vitória, no âmbito da consolidação do INESC TEC como referência internacional na robótica marinha?

Apesar de ter não terem estado presentes dois grupos chave que têm já explorado os seus veleiros robóticos como plataformas móveis em missões científicas, esta foi realmente a 5ª oportunidade para se confrontarem os melhores do mundo. E, ao contrário do que se possa pensar, existe um grande potencial de aplicação deste tipo de veículo, especialmente em missões de longo curso para monitorização ambiental, vigilância ou assistência a outros veículos robóticos. Apesar da capacidade de navegação depender fortemente das condições do vento, um veleiro robótico de pequena dimensão é capaz de navegar autonomamente durante vários dias mantendo uma presença contínua na superfície, o que é fundamental para assegurar comunicações por rádio.

8. De que forma é que o trabalho que desenvolve no INESC TEC/ROBIS enriquece a sua atividade enquanto docente do Ensino Superior?

Assumo-me em primeiro lugar como professor de engenharia que gosta de ensinar. E para fazer engenharia é preciso ter aplicações com problemas que motivem o desenvolvimento de investigação aplicada para os resolver. E a robótica é uma área aliciante que tem a grande vantagem de lidar com “coisas que mexem”, o que habitualmente é um fator de atração para os alunos. 

Foto 7 Foto 8

9. O que é que motiva um investigador a trabalhar no INESC TEC, mais concretamente na ROBIS?

A ROBIS é uma Unidade muito jovem que reúne gente com muita garra, a começar pelos nossos coordenadores, que têm feito um trabalho excelente a puxar a carroça e pôr o pessoal a mexer. No meu caso, depois de vários anos na Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM), optei por me transferir para a ROBIS porque considero que as áreas de intervenção da Unidade abrangem um vasto potencial de aplicações em que posso aplicar as competências que domino. Uma área que me atrai especialmente é a robótica marinha onde as restrições de tamanho, desempenho e consumo energético são fatores que motivam a procura de soluções computacionais personalizadas e flexíveis. E isto para além do gosto pessoal pelo mar.

10. Terminaremos este breve questionário pedindo que comente a sua nomeação, feita pela coordenação da ROBIS.

Nomeamos o Prof. José Carlos Alves pelo sucesso da sua iniciativa na participação no 5th World Robotic Sailing Championship/5th International Robotic Sailing Conference, Cardiff, UK, 17-21 setembro 2012 http://www.microtransat.org/wrsc2012. O evento WRSC/IRSC decorreu de 17 a 21 de setembro de 2012 em Cardiff, UK, tendo participado a equipa INESC TEC/FEUP com o veleiro autónomo FASt. A equipa foi constituída por quatro estudantes do Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (MIEEC), Nuno A. Cruz e José C. Alves. A equipa INESC TEC/FEUP conquistou o 1º lugar no conjunto de todas as provas, entre um total de nove embarcações inscritas

Se a razão da nomeação foi esta vitória, então deveria ter sido incluído também o Nuno Cruz, que tem tido um papel fundamental na equipa desde que o veleiro nasceu em 2007. E só não acrescento também os alunos atuais porque (ainda) não pertencem ao INESC TEC.

Créditos fotos 2 e 4: www.afceaportugal.pt