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Fora de Série

"... o INESC Porto tem todos os ingredientes para fazer uma receita vitoriosa da carreira de qualquer investigador: tem pessoas muito reputadas e projectos com impacto e visibilidade." Carlos Tavares

A Vós a Razão

"Por mais estranho que pareça, fazer debugging de um compilador pode ser uma experiência agradável, exactamente da mesma forma que construir uma casa de banho sem partir um mármore." Vítor Santos Costa

Asneira Livre

"A oportunidade de vir estagiar no INESC Porto, na área de Contabilidade e Finanças, foi ouro sobre azul." Magna Ribeiro

Galeria do Insólito

Investigador do INESC Porto é mecenas de I&D

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC Porto...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC Porto, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

 

Fora de Série

Este espaço destina-se a prestar homenagem a um colaborador que mensalmente se distinga com especial relevo na sua actividade. A escolha final é da responsabilidade da Redacção do BIP mas a colaboração das Coordenações de todas as Unidades é preciosa pois as sugestões e motivações são fundamentalmente da sua responsabilidade...

Carlos tavares

1. O que significa para si ter sido distinguido pelo coordenador da USIC como “Fora de Série” do mês de Dezembro ?

Acho que é um motivo de satisfação e de orgulho. Significa que o meu trabalho é reconhecido.

2. Há quanto tempo integra o INESC Porto e qual a sua ligação à instituição?

Vai fazer dois anos em 19 de Fevereiro, sempre como bolseiro de investigação.

3. Como surgiu a oportunidade de trabalhar no INESC Porto?

A oportunidade surgiu na sequência de uma proposta de estágio para alunos do meu curso na altura em que era finalista. Trabalhei cá durante o estágio e acabei por ficar até ao fim do projecto, sempre no projecto “CAALYX”.

Carlos Tavares

4. Qual é a sua formação base?

Engenharia Informática.

5. Qual foi o primeiro desafio que o fez “suar” no INESC Porto?

O meu projecto, o CAALYX, fez-me “suar” bastante desde que comecei a trabalhar. Foi o meu primeiro projecto não académico e participei em todas as fases, praticamente desde a sua concepção, e tudo isto foi novo e desafiante. Diria, no entanto, que a construção do protótipo foi o que me deu mais trabalho, principalmente porque estava dependente do trabalho de outros parceiros que estavam muito dispersos do ponto de vista geográfico e nem sempre houve uma visão comum do sistema. Por esta razão, houve muitos avanços e recuos no desenvolvimento. Por outro lado, isto também me obrigou a viajar com alguma frequência, o que não foi mau de todo.

6. E qual foi a sua primeira grande vitória?

As minhas vitórias estão todas relacionadas com os resultados que se têm vindo a conseguir no CAALYX, e aqui daria ênfase à maturidade que o sistema já tem (não foi fácil de conseguir) e a aceitação que tem tido junto dos seus utilizadores finais. A maior vitória seria a sua aprovação e exploração comercial.

carlos tavares1

7. O seu sonho passa por seguir uma carreira académica ou pretende tentar uma experiência profissional na indústria?

Já que estamos a falar de sonhos, gostaria de fazer investigação para a indústria. Utilizar a ciência para criar inovações palpáveis e com impacto na sociedade. De certo modo, acaba por ser uma maneira de conciliar as duas vias, porque acho que quem faz este tipo de investigação acaba por dar contributos tanto para a indústria, como para o mundo académico.

8. Quem é/foi a sua referência profissional no INESC Porto?

Acho que seria injusto eleger uma referência, porque há muita gente no INESC Porto com imenso valor e experiência. Acho que tenho aprendido muito e este conhecimento tem sido bastante diversificado e com contributos de muita gente. Diria portanto, que tenho não uma, mas muitas referências.

Carlos Tavares USIC

9. Estamos na terceira edição da rubrica “Fora de Série” e o Carlos é o primeiro sub-trinta. Sente o peso da responsabilidade para projectos futuros?

Não o vejo como um factor de pressão adicional, porque acho que a responsabilidade e dedicação devem existir em tudo o que se faz.

10. Que conselhos daria a um investigador em início de carreira?

Esta é uma pergunta complicada, porque ainda não conquistei assim tanto para poder dizer alguém como o fazer. Mesmo assim arriscaria dizer que no início se deve procurar ganhar experiência e currículo, o que acaba por se aplicar a todas as profissões e não apenas à investigação. Para tal, importa trabalhar com pessoas competentes, com as quais se possa aprender e importa também, na minha opinião, trabalhar em projectos que tenham visibilidade, que tragam entusiasmo, desafio e motivação. Se possível, acho que se deve começar a familiarizar com o processo de investigação ainda no tempo da faculdade, participando em projectos de investigação que permitam a participação de estudantes. É uma boa maneira de perceber o que é investigação e se se quer fazer uma carreira deste tipo. Com organização, é perfeitamente possível conciliar a participação nestes projectos com os estudos.

 Carlos Tavares USIC 3

11. Quais são, na sua opinião, as principais mais-valias oferecidas pelo INESC Porto a um investigador em início de carreira que opte por “arrancar” aqui?

Partindo da resposta que dei à pergunta anterior, vê-se que o INESC Porto tem todos os ingredientes para fazer uma receita vitoriosa da carreira de qualquer investigador: tem pessoas muito reputadas e projectos com impacto e visibilidade.
Adicionalmente, tem um óptimo ambiente de trabalho e horário flexível, o que inclui alguma liberdade de conciliar trabalhos de cariz mais pessoal com o trabalho no INESC Porto (por exemplo, teses de mestrado e doutoramento), e uma estrutura administrativa que nos tira bastante peso das costas.

12. Terminaremos este breve questionário, pedido que comente a seguinte citação de António Gaspar, coordenador da sua Unidade, a USIC, e que a nomeou para esta distinção.

“Gostaria de propor o Carlos Tavares. Durante o mês de Dezembro esteve várias semanas em Itália a preparar o teste de campo do projecto CAALYX, resolvendo problemas de manhã à noite, durante sete dias da semana. Recordo que o INESC Porto é o Coordenador Técnico deste projecto.”

Isto foi verdade! Antes de começarmos os testes com utilizadores reais, foi necessário resolver imensos problemas, uns derivados da complexidade de um ambiente de utilização real, outros da própria configuração e instalação do sistema.
Visto que nem todos os parceiros puderam deslocar-se ao local dos testes para poderem resolver os problemas por eles próprios, a responsabilidade do INESC Porto, como coordenador técnico, extravasou as do seu componente e estendeu-se a todos os componentes do sistema. Isto resultou em semanas de trabalho bastante intensivo, nas quais até foi necessário transportar diariamente alguns computadores de secretária à mão para o local dos testes de campo. Ao mesmo tempo acabou por ser enriquecedor, dada a quantidade de actividades que foram necessárias para pôr os testes a correr.