Fora de Série
FRANCISCO ARAÚJO
1. O que significa para si esta distinção como “Fora de Série” do mês de Fevereiro?
É muito gratificante receber esta distinção.
2. Há quanto tempo integra o INESC Porto e qual a sua ligação à instituição?
Integro a Unidade de Optoelectrónica e Sistemas Electrónicos do INESC Porto desde 1 de Outubro de 1993, com uma interrupção entre 15 de Maio de 2001 a 16 de Julho de 2003. Actualmente sou investigador sénior.
3. Como surgiu a oportunidade de trabalhar no INESC Porto?
Após a conclusão do estágio da licenciatura em Física que realizei na Unidade de Optoelectrónica sob orientação do Professor Manuel Marques, integrei o INESC Porto por convite do Professor José Salcedo para colaborar com o Professor Oleg Okhotnikov.
4.Qual é a sua formação base?
Licenciatura em Física ramo de especialização Científica em Óptica e Electrónica e Doutoramento no Ramo de Conhecimento em Física.
5. Qual foi o primeiro desafio que o fez “suar” no INESC Porto?
A implementação do primeiro sistema de fabricação de redes de Bragg em fibra óptica.
6. E qual foi a sua primeira grande vitória?
A fabricação da primeira rede de Bragg em fibra óptica.
7. Que balanço faz da experiência de desenvolver tecnologia de ponta com a Agência Espacial Europeia?
O balanço é muito positivo. Esta experiência foi exigente do ponto de vista de desenvolvimento, pois envolveu o desenho e a fabricação de redes de Bragg com resposta espectral estreita e a implementação do respectivo sistema de sintonia com compensação dos efeitos de temperatura e a integração final num dispositivo compacto com potencial para aplicação a sistemas LIDAR orbitais.
8. Como concilia a sua actividade empresarial na FiberSensing com a investigação pura e dura que desenvolve na Unidade de Optoelectrónica?
Na Unidade de Optoelectrónica a minha actividade está centrada na gestão de projectos de investigação e desenvolvimento e na orientação de alunos de doutoramento. Esta actividade é totalmente compatível com as actividades de desenvolvimento de produto que realizo na FiberSensing. De facto, existem diversos projectos nos quais as duas Instituições colaboram de forma complementar, estando normalmente o INESC Porto envolvido ao nível da investigação de base e a FiberSensing focada nas actividades de desenvolvimento de produto e avaliação do potencial de mercado.
9. Quem é/foi a sua referência profissional no INESC Porto?
A minha referência é o Professor Pedro Guedes de Oliveira.
10. Sente que em Portugal há espaço para mentes brilhantes e empreendedoras como a do Francisco?
Sim. Logo no início da minha carreira decidi retribuir o investimento que o meu país fez na minha formação, não cedendo à tentação de sair para o estrangeiro.
11. Que conselhos daria a um investigador em início de carreira?
Aliar um espírito inovador e irreverente a uma grande capacidade de trabalho e integração nos valores da Instituição que lhe proporciona as condições para iniciar uma carreira de investigação.
12. Terminaremos este breve questionário, pedido que comente a seguinte citação de José Luís Santos, coordenador da sua Unidade, a UOSE, e que o nomeou para esta distinção.
“O Projecto ESA 1 teve a última reunião técnica em 16 de Fevereiro com a presença do elemento da ESA responsável pela supervisão do projecto. Apesar de o encerramento só ocorrer em Abril numa sessão formal na sede da ESA na Holanda, foram já considerados cumpridos todos os requisitos do caderno de encargos do projecto (que se tratou de facto de uma prestação de serviços). Para este resultado, foi decisiva a acção a vários níveis do responsável do projecto, Francisco Araújo. Podemos afirmar sem exagero que sem a sua competência, liderança e muito trabalho, dificilmente conseguiríamos chegar a esta agradável fase. Tratou-se de um projecto de grande risco tecnológico que felizmente chegou a bom porto, abrindo-nos possibilidades para novos contratos numa área de exigência máxima, como reconhecidamente é o Espaço”.
Agradeço as palavras do Professor José Luís Santos que são obviamente excessivas, pois sem o contributo de toda a equipa que esteve envolvida no projecto não teria sido possível concluí-lo com sucesso.