Asneira Livre
Afinal, aprender ainda é livre…
Por Duarte Viveiros*
Todos os dias aprendemos, só que com as limitações que nos são impostas por vezes é necessário recolher energias nas experiências vividas pelos nossos antecedentes e adquirir motivação e competências para melhorar e ultrapassar as dificuldades impostas.
A competitividade que existe nos dias de hoje permite que nos superemos e lutemos com mais valor pelos nossos sonhos. É desta forma que aproveito para lembrar este mês especial, em que se comemora o 40.º aniversário do “Dia da Liberdade”.
Com o intuito de aprender e realizar o sonho de um dia ser Engenheiro concorri ao ensino superior, onde acabei por ingressar na Universidade da Madeira. Foi nesta universidade que terminei a licenciatura em Engenharia Eletrónica e Telecomunicações e posteriormente o mestrado em Engenharia de Telecomunicações e Redes de Energia.
A minha ligação com o INESC TEC começou em fevereiro de 2013, altura em que cheguei ao Porto para realizar a tese de mestrado na Unidade de Optoeletrónica e Sistemas Eletrónicos (UOSE) com o tema “Sistema Sensor em Fibra Ótica para Deteção de Gás”. O facto de pertencer à UOSE possibilita experiências engraçadas porque é uma unidade constituída na sua maioria por físicos, diga-se de passagem com muito boa disposição e onde aprender é, de facto, divertido.
Neste momento estou a trabalhar no projeto europeu ECOAL – MGT (Ecological Management of Coal Waste Piles in Combustion) que tem por base a instalação de sensores de fibras óticas em escombreiras em autocombustão para monitorizar à distância os cenários evolutivos associados ao processo de combustão; estas escombreiras resultam da acumulação dos resíduos da exploração de carvão.
O conjunto de parceiros de diversas áreas e culturas associados a este projeto tem contribuído para a minha evolução quer a nível profissional, quer pessoal, algo que me deixa muito satisfeito porque permite aprender fora da minha área base de formação. Como sou madeirense e sendo a ilha da Madeira de origem vulcânica, o facto de o Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) ser um dos parceiros do projeto com quem mais interajo tem permitido olhar para o mundo da geologia de uma outra perspetiva, dando mais encanto aos regressos a casa.
Entre as muitas histórias vividas no âmbito do projeto, uma das mais engraçadas pelas quais passei foi na primeira saída de campo até à escombreira em São Pedro da Cova, Gondomar, em que me deparo com um belo cavalo a meio do caminho que faz a ligação até à escombreira,…na altura só pensei e agora…, bem mas o que se passou a seguir e o que aprendi conto noutra altura.
Para terminar quero agradecer ao SCOM o amável convite para participar nesta edição do BIP, e referir que pertencer ao INESC TEC é sem dúvida um motivo de grande orgulho.
Lembrem-se que aprender ainda é livre, sendo necessário por vezes fazer umas asneiras, que neste caso é livre, só temos que aproveitar.
Saudações Inesquianas!
*Colaborador na Unidade de Optoeletrónica e Sistemas Eletrónicos (UOSE)