CONDIÇÕES DE PALÁCIO
A UTAD, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, afirmou-se em 2012 como um parceiro privilegiado do INESC TEC. É uma Universidade que sobrevive numa circunstância de falta de densidade do contexto: a população do distrito de Vila Real é ainda menor do que a da Madeira. Quando se fala de custos, recordem-se as carências.
O polo do INESC TEC na UTAD é, mais do que uma extensão do Porto lá, um abraçar do velho burgo litoral por um interior inteligente que compreende a utilidade do casamento por cima da vanidade do isolamento.
O INESC TEC é, assim, uma soma maior que as partes. Aquilo que as universidades em separado fazem com dificuldade, pode este instrumento conceber e construir com naturalidade. Nenhum parceiro aceitaria uma regulação de poder que o subordinasse a outros: mas pouco custa e muito acrescenta construir algo em comum.
Esta será, então, a forma de o Norte fazer as coisas: reforçar instrumentos institucionais transversais. Não imitar o Sul, não macaquear receitas, não inventar fusões pela cúpula.
Como em 2011 com a Universidade do Minho, como em 2005 com o Instituto Politécnico do Porto, a Universidade do Porto partilha agora soberania de sonho com a UTAD e as outras no espaço de liberdade de fazer e construir que o INESC TEC representa.
Audere est facere: só o ousar já transformou. Mas é preciso crescer, continuar, consolidar. Dar materialidade ao sonho, persistir no modelo, reforçar – e triunfar. Várias das Universidades, nos meses próximos, vão adquirir novas equipas reitorais. Pois que elas compreendam o valor destes alicerces que o INESC TEC lhes entrega.
Entretanto, trabalhemos, pois Fernando Pessoa espreita-nos da esquina do tempo:
O êxito está em ter êxito, e não em ter condições de êxito. Condições de palácio tem qualquer terra larga, mas onde estará o palácio se não o fizerem ali?