Fora de Série
Luís Guardão
1. Quando iniciou a sua colaboração no projecto Pronic Parque Escolar (PE), alguma vez imaginou que lhe viesse a valer o título de “Fora de Série”?
Considero que o reconhecimento do trabalho realizado é, nas suas distintas formas, essencial, sendo a atribuição deste título uma das boas formas de o fazer.
2. O Luís Guardão tem quase 20 anos de “casa”. Ainda se lembra da primeira vez que ouviu falar no INESC Porto? Como surgiu a oportunidade de colaborar na instituição?
Quando me formei, em 1989 na Universidade de Aveiro, fui convidado para trabalhar numa empresa. Aí estive até 1992. O facto de estar a trabalhar numa área específica, sem possibilidade de formação noutras áreas ou de fazer o que eu gosto, que é ser criativo e trabalhar em áreas novas, levou-me a procurar outras paragens. Um anúncio no Jornal de Notícias, lido através do ombro de um senhor de idade, no R/C de um trolei-carro a caminho do Porto, abriu a porta para onde estou agora.
3. Lembra-se do primeiro projecto em que esteve envolvido no INESC Porto? Pode contar-nos, sumariamente, como foi o seu percurso profissional neste instituto?
Comecei por trabalhar em 1992 sob a orientação do Eng. José Carlos Caldeira, com responsabilidades na administração dos sistemas informáticos do CTT A&C para PMEs (era assim que se chamava...) e num pequeno projecto para a secção de corte de tecido da fábrica de têxteis Lionesa. De pequenos projectos passei a ter responsabilidades em projectos maiores em áreas tão distintas como a gestão técnica de edifícios (2 anos “emprestado” à microprocessador), a logística interna e integração de sistemas (Projecto Autoflow na Frezite), o escalonamento, ou os sistemas de informação na área da construção civil. A elaboração de candidaturas e angariação de projectos têm igualmente sido uma “preocupação”.
4. O Luís foi eleito colaborador “Fora de Série” de Março no âmbito da sua colaboração no projecto ProNIC PE. Pode dizer-nos a importância que este projecto assume no contexto da UESP e do INESC Porto em geral?
A minha grande motivação nesse projecto está relacionada com o facto de estarmos perante um projecto com uma abrangência nacional na área da normalização da informação técnica na Construção Cívil e Obras Públicas e, como tal, de ter a possibilidade e o previlégio de ajudar a criar algo que será com certeza útil, em particular à fileira da Construção, e ao País em geral. Ter o meu nome, o nome da minha equipa e o do INESC Porto ligados a este projecto é, com certeza, prestigiante.
5. O que é que o orgulha mais acerca deste projecto?
Estar ligado ao projecto desde a sua génese e ter contribuído, junto com os meus colegas de equipa, para hoje termos uma solução de qualidade e estarmos, acredito convictamente, a dar um contributo importante para a melhoria da qualidade da informação técnica e da qualidade das obras de construção civil.
6. O ProNIC PE tem uma duração prevista de três anos. Quais serão, na sua opinião, os principais desafios que este projecto vai colocar ao Luís e à equipa por si liderada?
Ser capaz de conceber e disponibilizar em tempo útil soluções robustas e simples que contrabalancem, com vantagens ao nível da produtividade e da qualidade do trabalho, a mudança de processos de trabalho inerente à introdução metodologia ProNIC, ultrapassando assim as “resistências” iniciais dos utilizadores.
7. Está no INESC Porto há cerca de 18 anos. Quais a principais mais-valias que trabalhar no INESC Porto trouxe para a sua carreira? O que é que motiva a continuar a trabalhar no INESC Porto?
Gosto de desafios constantes em áreas variadas de actividade e o INESC Porto tem e continua a dar-me essa oportunidade.
8. O Luís já teve experiências ao nível académico, enquanto professor do Ensino Secundário. Em que medida é que a sua experiência no INESC Porto contribuiu para o desempenho desse papel enquanto docente?
Dar aulas a alunos com 14 e 15 anos na disciplina de “Introdução às Tecnologias de Informação e Comunicação” torna-se natural quando trabalhamos nessa área.
9. Alguma vez equacionou tentar uma experiência profissional na indústria?
Sim, embora ainda não tenha surgido uma oportunidade suficientemente apelativa, considerando todos os aspectos envolvidos numa tal decisão.
10. Qual o valor acrescentado que o INESC Porto oferece às empresas com as quais trabalha?
Ser capaz de fornecer serviços e de conceber produtos inovadores que contribuam para a competitividade dessas empresas, através de um conjunto de pessoas com uma grande capacidade técnica.
11. Terminaremos este breve questionário pedindo que comente a seguinte citação de Luís Carneiro, coordenador da sua Unidade, a UESP.
O Luís Guardão tem-se destacado pela angariação de novos projectos e preparação de candidaturas com sucesso. Nos últimos meses, entre outras actividades, liderou o projecto que pretende implementar os resultados de um projecto anterior, o Pronic, na Parque Escolar, tendo sido responsável igualmente pela sua angariação. Com uma duração de três anos, para além de uma elevada projecção mediática, este projecto representa 285 mil euros em prestação de serviços para o INESC Porto. O seu objectivo consiste em implementar os standards para especificação de trabalhos de construção de edifícios definidos pelo projecto Pronic nos projectos da Parque Escolar, sendo de importância estratégica para o sector, pois espera-se que depois de provados os benefícios associados à utilização do Pronic, toda a indústria da construção os adopte, dado o impacto importante ao nível na melhoria da qualidade de construção, na redução de custos e de prazos.
A realização deste trabalho tem exigido uma dedicação e profissionalismo excepcional. O Luís Guardão assumiu este desafio com enorme empenho e entusiasmo, coordenou e motivou uma equipa com mais duas pessoas e atingiu resultados de relevo. Fruto do trabalho desenvolvido, no mês de Março foi possível garantir já a utilização do sistema desenvolvido por diversos gabinetes de projecto para preparar cadernos de encargos de obras relativas a escolas secundárias. Este é um trabalho normalmente feito com grande pressão de tempo, o que obrigou a garantir uma elevada disponibilidade e adequação das ferramentas desenvolvidas e um apoio constante aos utilizadores, incluindo formação e apoio directo, tendo sido já realizadas dezenas de acções de formação a nível nacional.
Ter reconhecido pelo Luís o contributo efectivo que tenho dado para a missão da UESP e do INESC Porto deixa-me bastante satisfeito e motivado para continuar a seguir este caminho.
