INESC TEC - um instituto de que nos devemos orgulhar

Avaliação de comissão externa confirma crescimento exponencial e investigação de topo

O INESC TEC recebeu, nos dias 30 e 31 de janeiro, a visita do SAB - Scientific Advisory Board (Comissão de Avaliação Externa), decorridos três anos desde a última avaliação. O SAB é constituído por um conjunto de investigadores internacionais do mais alto nível que são convidados periodicamente pela Direção para avaliar a atividade do INESC TEC e oferecer sugestões para uma melhoria contínua da instituição. E a avaliação deste ano não podia ser mais positiva: de acordo com o SAB, o INESC TEC sofreu um crescimento exponencial, continua a primar pela excelência da sua ciência e publicações e é uma instituição da qual todos nós nos devemos orgulhar.

Uma expansão “meteórica”

Passados três anos desde a última visita, o Scientific Advisory Board regressou, reforçado com novos membros, para avaliar a ciência que se faz no INESC TEC. A relevância da produção científica, a qualidade dos recursos humanos e a intervenção do INESC TEC na indústria e nas empresas foram as questões em destaque nesta avaliação doa SAB. Em dois dias de intenso trabalho, os avaliadores tiveram oportunidade de contactar diretamente com a realidade de todas as Unidades INESC TEC e ainda do Parceiro Privilegiado, HASLab.

As impressões do SAB não podiam ser mais positivas. De acordo com as conclusões da Comissão, desde a última visita o INESC TEC passou por uma expansão meteórica, tendo conseguido criar um estilo único ao agregar e alavancar competências científicas, usando-as para abordar problemas concretos, de aplicação direta na sociedade e economia portuguesas. Este crescimento, de acordo com o SAB, deve ser seguido por um período de maturação que permita solidificar a visão, a missão e as melhores práticas, ou seja, fortalecer o que foi já conseguido até agora.

Mais ainda, o SAB ficou impressionado com o nível de maturidade, com o estilo e com as capacidades gerais da comunidade INESC TEC, assim como com o aumento da taxa de produtividade e com o papel que a instituição tem vindo a desempenhar ao tornar a investigação e tecnologia socialmente relevantes. De acordo com as conclusões da avaliação do SAB, “combinar todas estas competências é verdadeiramente uma forma de arte”.

O INESC TEC é feito da sua ciência e pessoas

A José Carlos Príncipe (Portugal, a lecionar nos EUA), Tomaz Goméz (Espanha), Volker Stich (Alemanha), Leonardo Chiarglione (Itália), José Fortes (Portugal, a lecionar nos EUA), e Maarten von Someran (Holanda) juntaram-se os novos membros Daniel Mossé (Brasil), José Luís Fiadeiro (Portugal, a lecionar no Reino Unido) e Steven Nichols (EUA), enriquecendo esta avaliação, que abrangeu o período de 2009 a 2011. Na escolha de avaliadores com reconhecida expertise a nível internacional, a Direção do INESC TEC teve a preocupação de garantir  um número diversificado de elementos, de múltiplas origens e áreas científicas, e oriundos de diferentes formas de organização, para assim se conseguir obter uma visão o mais credível possível.

Esta foi uma iniciativa com impacto em todo o universo INESC TEC, não só ao nível da gestão, mas também ao nível da produção de ciência. O SAB mostrou-se visivelmente agradado não só com o facto de o INESC TEC ter implementado as sugestões da última avaliação, nomeadamente o estabelecimento de uma infraestrutura de sucesso para a transferência de tecnologia e a intensificação da cooperação inter-unidades, mas também com o assinalável aumento da taxa de produtividade. Para além disso, a imagem do INESC TEC a nível internacional melhorou significativamente, nomeadamente com as colaborações na Europa e nos EUA, algo que ainda pode ser ainda mais explorado, refere a Comissão.

Mais ainda, o SAB destacou a real contribuição da atividade do INESC TEC para a competitividade da indústria portuguesa o que permite gerar riqueza e, logo, melhores condições financeiras. Vários projetos integradores e inovadores, uma visão estratégica para o crescimento (dentro e fora de Portugal) ou serviços de gestão e apoio eficientes, assim como as pessoas que constituem o INESC TEC, investigadores jovens e seniores muito ativos, foram ainda outros aspetos que impressionaram positivamente os membros da SAB.

As Unidades INESC TEC “debaixo da lupa”

Na sequência da sua avaliação, os membros do SAB avançaram com impressões e sugestões dirigidas a cada Unidade. Aqui fica um resumo das suas opiniões:

• Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM)

A UTM está bem preparada para lidar com assuntos relacionados com sistemas e desenvolve tecnologia relevante e de excelência, com uma missão clara e objetivos bem definidos. Pode desenvolver competências em novas áreas e as suas atividades devem estar alinhadas com as necessidades dos clientes.

• Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP)

A UESP desenvolve tópicos muito relevantes numa vasta área da indústria de produção e a sua abordagem tridimensional é adequada para estruturar e desenvolver as competências científicas e ao nível da indústria (colaboração e trabalho em rede, otimização e decisão, operação e gestão). Deve ver a necessidade de inovação das empresas como ponto de partida para atividades comerciais.

• Unidade de Optoeletrónica e Sistemas Eletrónicos (UOSE)

A UOSE conseguiu manter a sua reputação internacional e expandir as áreas de investigação. Deve continuar a explorar os seus pontos fortes em filmes finos, sensores na área de energia, sistemas embebidos e robótica para promover colaborações interdisciplinares com outras Unidades.

• Unidade de Sistemas de Energia (USE)

A USE tem uma atividade altamente consolidada e um elevado nível científico, tendo registado um aumento em atividades de I&D e número de bolseiros. Deve tirar partido das atividades de transferência de tecnologia para alocar mais fundos. A Unidade deve ainda continuar a apostar na internacionalização (Brasil e EUA) porque, de acordo com a SAB, “esta Unidade tem muito a ensinar aos EUA”.

• Unidade de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (USIG)

A USIG deve continuar a melhorar a qualidade e número de publicações, bem como  os domínios técnicos de aplicação identificados. Deve desenvolver a visão e a missão da Unidade considerando os benefícios do uso da engenharia de sistemas em colaboração com outras unidades INESC TEC.

• Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes (ROBIS)

A ROBIS é uma nova e interdisciplinar Unidade com uma vasta gama de atividades e tem grande potencial para crescimento. Deve definir novas áreas de intervenção, melhorar a colaboração com unidades e competências exteriores, assim como usar os serviços do INESC TEC e dar mais atenção à comercialização de projetos.

• Unidade de Inovação e Transferência de Tecnologia (UITT)

A UITT trouxe para o INESC TEC contribuições intelectuais significativas e pode ajudar a avaliar o potencial de comercialização do INESC TEC. Deve apoiar o desenvolvimento de uma política de patentes e continuar a melhorar e aumentar as ações de formação.

• Laboratório de Inteligência Artificial e Apoio à Decisão (LIAAD)

O LIAAD é um grupo reconhecido internacionalmente e com resultados científicos muito positivos. Está bem integrado com o INESC TEC e todas as outras Unidades e deve fazer um balanço entre ciência e aplicações.

• Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados (CRACS)

O CRACS deve continuar o caminho de excelência na investigação, financiamento e trabalho académico nas áreas identificadas, assim como desenvolver uma visão e missão para a Unidade que também inclua o contexto do INESC TEC.

• Unidade de Gestão e Engenharia Industrial (UGEI)

A UGEI aborda tópicos de investigação multidisciplinares/industriais relevantes, conseguindo uma boa combinação de engenharia de serviços com apoio à decisão e gestão de desempenho. Deve procurar competências semelhantes no INESC TEC.

• Centro de Investigação em Sistemas Confiáveis e de Tempo-Real (CISTER)

O CISTER é um centro com grande potencial, visibilidade e boa massa crítica, que compreende as suas limitações em transferência de tecnologia. À medida que amadurece dentro do INESC TEC, deve identificar as competências que tem em comum com outras Unidades e tirar partido dos serviços da instituição.

• Laboratório de Software Confiável (HASLab)

O HASLab é um laboratório com excelentes credenciais em investigação e aplicações fundamentais e faz uma boa combinação de diferentes níveis de senioridade académica e envolvimento de investigadores jovens. Tem um excelente potencial para desenvolver sinergias com outras Unidades, e deve usar as competências do INESC TEC para aumentar o recrutamento de investigadores internacionais.

Testemunhos dos membros SAB

BIP: Numa frase, como classificam o INESC TEC agora?

Faramarz Farahi: O INESC TEC está a crescer muito rápido e isso é emocionante.

Leonardo Chiarglione: O INESC TEC é como um foguete numa rampa de lançamento.

Daniel Mossé: Eu fiquei bastante impressionado com a estrutura e os feitos do INESC TEC e tudo que vocês conseguiram fazer neste período. Eu vim com uma ideia pré-concebida e fiquei bastante interessado no vosso modelo e em como conseguiram 600 colaboradores num período de quatro anos. Fiquei bastante bem impressionado.

José Fortes: É uma instituição de dimensão muito comparável aos maiores centros de investigação que há no mundo com uma potencialidade incrível e uma dinâmica interna admirável. A conclusão é muito positiva. O [Scientific] Advisory Board ficou impressionado e entusiasmado e sugeriu uma série de ideias novas que me parecem ser boas e que podem ajudar o INESC TEC a tornar-se ainda melhor.

José Carlos Príncipe: A impressão é muito positiva. O INESC TEC tem crescido de forma explosiva nos últimos tempos. Essa explosão traz por vezes problemas de profundidade, mas isso não aconteceu neste caso. Cresceram muito bem, de uma forma harmoniosa, e com possibilidade de amplificar o esforço de todos. Isso é muito bom e vocês devem estar todos orgulhosos do que estão a fazer.

Steven Nichols: Comparativamente com o que vimos em anos anteriores, o INESC TEC tem vindo a crescer exponencialmente, contribuindo para a investigação portuguesa, e fazendo não só com que Portugal e a tecnologia portuguesa sejam mais relevantes na sociedade atual, mas desenvolvendo ao mesmo tempo investigação sólida e de qualidade.

Tomaz Goméz: Posso dizer que o INESC TEC é um fantástico instituto de interface entre a investigação e a indústria, não só em Portugal, mas creio que também por toda a Europa.

Volker Stich: Nos últimos dois dias tivemos a oportunidade de ver o que se faz no INESC TEC em grande profundidade. Devo admitir que este instituto cobre uma vasta gama de atividades e áreas e ficámos bastante impressionados.

José Luís Fiadeiro: O INESC TEC tem potencial e provas demonstradas em como é capaz de fazer a transição da investigação para a sociedade e economia.

Maarten van Someren: Se compararmos com o que o INESC TEC era há três anos, podemos dizer que cresceu imenso, e tornou-se uma organização ainda mais coerente. Um grande avanço, é assim que o vejo.