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Asneira Livre

"(...) um lugar arrepiante, onde seres humanos coabitam com uma parafernália de traquitanas barulhentas, pirosas, e fortemente dotadas de vida própria, que se atiram ao dono de forma injustificada nunca privilegiando a via do diálogo para a resolução de conflitos (...)” Miguel Miranda (USE)

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Asneira Livre

Há vida lá em baixo!

Por Miguel Miranda*

Permitam-me tomar, desta feita, este espaço, para que se satisfaça a curiosidade e genuíno interesse de meus caros colegas sobre que espécie de atividade acontece bem cá em baixo.

Começa um novo dia neste lugar que vem sendo habitado sucessivamente por poucos mas bons "cientisto-engenheiros": um ícone da serenidade a quem “explosões de alegria”, ou outras bem mais concretas e violentas, nada amedrontam; uma comandante, confiante mas não demais, consciente das caprichosas más-disposições espontâneas dos aparelhinhos de laboratório; um desafiador de termómetros envergando uma t-shirt em janeiro, com estampa de macacada a rir-se, talvez daqueles que batem dente e gola pela orelha até ver sol alto; um soldado da paz de generoso porte, sempre alerta para resolver incidentes com métodos não tantas vezes ortodoxos.

Um telefone decide acordar e parece que, do outro lado, vem um aviso disfarçado de pergunta – dá para fazer uma visita agora? Hora de mexer, já que os malabarismos de altíssima segurança do elevador que vão barricando tão ilustres convidados podem abonar a favor dos da casa, mas não para sempre. Haverá ainda tempo para que a simpatia se faça transportar do piso três, em velocidade de ponta, e chegue bem a tempo de ficar à espera. Ambos, momentos de e com graça, não deverão nunca escapar à lente da eternidade de nossa tão rica história.

Abre-se finalmente a porta! Formatura digna de domingo de Páscoa bem lá ao fundo - obra do staff do sítio - escondendo, por trás da sua, aquela que é a espinha dorsal de toda a máquina à qual se irá medir arte e engenho. Um primeiro flash apanha a entrada graciosa de viajantes ordeiros, encabeçados por timoneiro de passo firme. Expressões dividem-se logo desde aqui: para os de mangas arregaçadas, algo bem interessante; para os curiosos, um bom centro interpretativo; aos olhos dos restantes, “um lugar arrepiante, onde seres humanos coabitam com uma parafernália de traquitanas barulhentas, pirosas, e fortemente dotadas de vida própria, que se atiram ao dono de forma injustificada, nunca privilegiando a via do diálogo para a resolução de conflitos”.

À curiosidade não resistirão todos de espreitar o carro elétrico...perguntas malvadas: autonomia, quanto gasta “aos 100”… em boa verdade, aos ditos cem gasta alguns litros de frescura vindos de uma torneira de balcão para “abastecer” a paciência do condutor que espera e desespera para que tal bólide volte a fazer jus ao nome de “laboratório móvel”. Tempo de sobra para recordar com bom humor aquele famoso coelhinho a quem nunca acabavam as pilhas.

O espetáculo vai começar, mas nunca sem antes serem assinalados números deveras impressionantes, para que até os mais sisudos se rendam e percebam que, aqui, as testas são mesmo para franzir. Ainda há espaço para que se varram para debaixo dos tapetes da alma alguns receios de quem sente um laço paternal com tudo aquilo. Descuido de gíria local, e alguns ouvidos afiados ouvem chamar de “máquina de lavar” a algo que faz um ruído de aspirador misturado com fritadeira. Gravatas alinhadas, meus senhores, no computadorzinho começam coisas a ganhar vida – um sol que nasce e morre em poucos segundos de lá, mas já não das caras da audiência, que começa a ver servir-se-lhe à mesa aquilo que outrora viram no menu.

Para os mais céticos, é feita alusão a uma Dona de nome bem português que acabara de ligar um fogão e depois até um aquecedor... Muito falta dizer ainda mas, para os empreendedores mais visionários, já dúvidas não restam – máquina lavar, aspirador, fritadeira, fogão: um olhar sobre o ombro e avista-se já sobre rodas a próxima maravilha digna de ser vendida em suaves prestações num qualquer canal generalista, muito, muito de noite. Haverá sempre um guarda-noturno, alguém com insónias, ou um jovem vindo de obrigações académicas que ainda tem a infelicidade de encontrar o telemóvel para ligar aquele número bem redondo e cortar pelo pé o pesadelo das lides domésticas.

Mais gíria traiçoeira e ouve-se que “o carro vai entrar”. Respirem fundo os assustadiços, não serão atropelados, nem tão pouco rodas tem tal carro que se falou. Aqui, o nosso carro é um castelo que se exibe em cima da mesa, feito de plaquinhas, placas e outras ainda maiores. A propósito, venham de lá essas perguntas que já homem e invenção se fazem ombrear, sorrindo ambos para a simpática curiosidade dos presentes. Uma primeira questão não se faz escutar devido ao ruído dos canos (o qual, como todos cá em baixo sabemos, se deve a uma tromba-d’água bem característica do microclima INESC TEC ao chegar perto do meio dia – e não raras vezes também ao final da tarde); as que se seguem - umas de hobbist, outras de bom conhecedor, e há-as até bem profundas e tocantes, ao estilo daquele moço que aparece aos sábados no canal três - todas são respondidas de forma assertiva!

E assim termina, com votos de que os ferozes elevadores não mordam algum dos passageiros que tente entrar de fininho, e de que leiam os vossos flyers, aproveitando para o efeito ocasiões que passo a recomendar: semáforos vermelhos, serões com o televisor avariado, e porque não durante a longa espera que se avizinha dentro do elevador, tentando descobrir o código do piso zero...

 *Investigador da Unidade de Sistemas de Energia (USE)