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INESC TEC lidera projeto europeu de 36M€ para digitalização do sistema elétrico

Os objetivos do Interconnect

As soluções desenvolvidas no âmbito do InterConnect vão permitir uma digitalização do sistema elétrico baseada em arquiteturas para a internet das coisas (IoT – Internet of Things) que, através de diversas plataformas digitais como Blockchain, cloud e P2P e utilizando uma ontologia universal, SAREF, garanta a interoperabilidade entre equipamentos e sistemas e ao mesmo tempo assegure a privacidade e a cibersegurança dos dados dos diferentes utilizadores.

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“Um dos objetivos que queremos testar e validar neste projeto são cenários de edifícios e redes inteligentes (domésticos e não-domésticos), em que os sistemas existentes comunicam entre si através de ontologias comuns criando uma lógica de modularidade e interoperabilidade. Numa casa poderemos ter tanto uma box local como um sistema remoto em cloud, que, interagindo com os diferentes dispositivos de forma universal, vai facilitar a gestão do portfólio energético existente”, explica David Rua, o investigador principal deste projeto e investigador sénior do Centro de Sistemas de Energia (CPES) do INESC TEC.

Vão poder usufruir destas soluções os utilizadores de energia em edifícios, sejam eles residenciais ou terciários, os operadores da rede de distribuição e os comercializadores de energia. O esperado contributo para uma maior interoperabilidade dará suporte a sistemas de Big Data e a potenciação do uso de sistemas de inteligência artificial para a criação de novos serviços para edifícios e para a rede.

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David Rua explica ainda que o grande objetivo do projeto é o de ter uma solução passível de ser utilizada por todos. Quer isto dizer que “por exemplo, no caso dos edifícios domésticos, se trocarmos uma máquina de lavar inteligente de uma marca por outra de outra não temos de trocar a plataforma que as gere”. A troca de informação será assente no desenvolvimento de metodologias que garantam que não existem constrangimentos para o consumidor final ou para quem explora serviços, que não ficam reféns de fabricantes ou de soluções próprias fechadas. Para os fabricantes estas metodologias pressupõem que se considerem abordagens ontologicamente independentes e sejam criadas interfaces através das quais seja possível trocar informação de forma estruturada e aberta, ainda que exista a necessidade de proteger segmentos de comunicação específicos do modelo de negócio próprio”.

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A rede europeia que a call que deu vitória ao InterConnect mobilizou

O concurso lançado pela Comissão Europeia, e intitulado “Digitising and transforming European industry and services (DT)” no tópico “Interoperable and smart homes and grids”, mobilizou 140 entidades europeias, que se dividiram por três consórcios. Depois de analisadas as três candidaturas submetidas, um painel de peritos internacionais atribuiu a melhor pontuação (14 em 15 pontos) à proposta liderada pelo INESC TEC.

O InterConnect, que inclui a participação de 51 entidades de 11 países europeus, terá uma duração de quatro anos. Os participantes nacionais são, para além do INESC TEC, a EDP Distribuição, a SONAE, a Domótica SGTA, e a Schneider Electric Portugal, que juntos captaram cerca de quatro milhões de euros de financiamento comunitário.

Os desenvolvimentos do projeto serão validados em grandes demonstradores que distribuem por sete países (Portugal, França, Holanda, Bélgica, Alemanha, Itália e Grécia) nos quais serão aplicadas as diferentes soluções digitais que farão parte de uma toolbox de interoperabilidade que estará disponível, de forma aberta, para outras entidades durante e após o projeto.

Os centros do INESC TEC que participam no InterConnect são: o CPES, o Laboratório de Software Confiável (HASLab) e o Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM). O projeto arrancará oficialmente em outubro de 2019.

 

O investigador do INESC TEC mencionado na notícia tem vínculo ao INESC TEC.