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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da PHC, pela voz de Paulo Costa.

Fora de Série

"No INESC Porto sinto essa responsabilidade dado que é uma instituição de I&D de referência a nível nacional e internacional, em especial a USE pela importância dos diversos projectos em que se encontra envolvida e pela dimensão das empresas que confiam recorrentemente na capacidade técnica da Unidade", Ricardo Rei

A Vós a Razão

"(...) como cientistas temos a responsabilidade de, pelo menos, tentar ajudar a ciência como um todo a evoluir melhor e mais rapidamente", Luís Torgo

Asneira Livre

"Na USE, também podem ser ouvidas, em simultâneo, conversas com um dialecto bastante estranho que, na realidade parece russo! Palavras como “Dobro jutro” e “Kako si” são regularmente ouvidas", Bernardo Silva

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Saiba como conseguir projectos, mesmo sendo expulso da reunião. Foi o que aconteceu a um dos nossos investigadores...

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC Porto...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC Porto, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

 

A Vós a Razão

ciência reprodutível

*Por Luís Torgo

Muitos dos avanços da ciência, e principalmente a rapidez com que os mesmos acontecem, dependem da facilidade com que se consiga reproduzir o que os outros fazem/publicam. Se formos capazes de trabalhar em cima do que os outros fizeram, adaptando e melhorando os resultados anteriores, então o nosso progresso será certamente muito mais rápido.

Para que a ciência seja reprodutível são necessários uma série de passos que nem sempre são de fácil execução por diversas razões, como por exemplo interesses económicos dos agentes intervenientes. Apesar desses entraves, como cientistas temos a responsabilidade de, pelo menos, tentar ajudar a ciência como um todo a evoluir melhor e mais rapidamente. Assim, devemos tentar fazer com que aquilo que fazemos e publicamos possa ser reutilizado e replicado pelos outros. Esse deve ser o nosso objectivo, ainda que nem sempre o consigamos atingir.

Para que a “nossa ciência” seja reprodutível existem “pequenos pormenores/escolhas” que desde logo eliminam barreiras, e que, além disso, podem ser claramente vantajosos, tanto para quem procura reproduzir o nosso trabalho, como em termos de custos para as instituições que suportam a nossa actividade. Entre estes pequenos detalhes, destacaria o uso de software gratuito e de código aberto. A sua utilização, não só permite que outros possam repetir, sem quaisquer entraves financeiros, aquilo que fizemos, mas permite ainda poupanças significativas às instituições que suportam a ciência. Acresce que na grande maioria dos casos esse software é inquestionavelmente superior a muito do software comercial e proprietário que é usado e abusado por essas instituições, além de ser escrutinável (por ser de código aberto) e, portanto, potenciador de uma maior fiabilidade dos nossos resultados.

Assim, a pergunta que se impõe é a seguinte: porque é que tanta gente continua a usar software comercial e proprietário em ciência? A resposta mais frequente, e muitas vezes não admitida, é a preguiça da mudança de hábitos e a “desculpa” de que é o que os outros usam. A isso respondo: como cientistas temos a responsabilidade e o dever de fomentar a inovação e a mudança para melhor. Por isso, deixemo-nos de desculpas e assumamos o nosso papel de educadores e inovadores, contribuindo para que a sociedade use melhores ferramentas e poupe dinheiro que possa ser utilizado em fins mais úteis. Dessa forma estaremos a ajudar a sociedade e também a própria ciência pois permitimos que os outros possam replicar o que fizemos mais facilmente. Claro que este não é o único entrave à ciência reprodutível, mas é uma primeira barreira que devemos e podemos eliminar. 

*Colaborador no Laboratório de Inteligência Artificial e Apoio à Decisão (LIAAD)