SUN TZU, o INESC Porto e a pedra redonda
Hoje vale falar de Sun Tzu, mítico general chinês que terá vivido no aproximar do ano 500 AC, no histórico período da Primavera e Outono, servindo o Rei de Wu. O seu legado é o magistral livro da Arte da Guerra, objeto de culto de tantos castrenses no passado e de gestores no mundo moderno.
Respira-se crise, nos dias correntes. Há quem se angustie, e se sinta perdido. Nada melhor no nosso INESC Porto que ganhar motivação, para os combates a travar, nos inspirados princípios do General. Comecemos por duas frases, que escreveu para que lêssemos, e prolonguemos depois a analogia:
- A razão pela qual o príncipe iluminado e o sábio general conquistam o inimigo quando se movem e os seus feitos ultrapassam os do homem comum é o poder de visão em antecipação.
- Aquele que se empenha em resolver as dificuldades, resolve-as antes que elas surjam.
Eis o que precisamos: capacidade para pensar em antecipação e planear com clareza, para determinarmos o destino em vez de sermos determinados por ele. O inimigo é a crise, mas as armas para a enfrentar são uma visão e um sentido de previsão. Se assim for, e se tivermos a iniciativa,
- As oportunidades multiplicam-se à medida que são agarradas.
E que atitude assumir?
- A invencibilidade está na defesa; a possibilidade de vitória, no ataque.
Eis a lição: é a ação que cria as oportunidades. Não podemos ficar quedos e mudos. E como prepará-la? Afinal, somos conviventes numa instituição multifacetada, não será esse um dos nossos potenciais? Socorre-nos Sun Tzu:
- O verdadeiro método, quando se tem homens sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, e em dar a cada um a responsabilidade adequada.
Ao cultivarmos o conceito da fileira da produção de conhecimento, da sua geração à sua valorização, e permitirmos que cada um ocupe a posição que melhor aproveita as respetivas qualidades, estaremos afinal, ainda e sempre, a seguir os preceitos do velho guerreiro e a maximizar as nossas possibilidades. Para isso, precisamos de profundo conhecimento próprio e compreensão total do contexto da crise, pois
- conhece-te a ti mesmo e ao teu inimigo e não correrás perigo algum em cem combates.
Constituído o Laboratório Associado na sua nova arquitetura, urge um denso exercício de autoestudo e avaliação. Sem ele, não compreenderemos como prosseguir ou não saberemos como concretizar os resultados que desejamos. Saber o que fazer e saber como fazer são dois aspetos da verdade mas, acima de tudo, precisamos planear:
- estratégia sem tática é o caminho mais lento para a vitória; tática sem estratégia é o ruído antes da derrota.
Com o conforto destes princípios, pescados com facilidade do espantoso livro de síntese da arte do conflito que Sun Tzu nos legou, estamos certos que o tempo de crise será o tempo de oportunidades e de manifestação do nosso génio criativo. A crise é apenas o anúncio antecipado de melhores tempos.
Temos à disposição incríveis capacidades, é só querermos. Afinal, o próprio Sun Tzu se encarregou de nos fornecer a necessária síntese poética:
- a vantagem estratégica desenvolvida por bons guerreiros é como o movimento de uma pedra redonda, rolando por uma montanha de 300 metros de altura. A força necessária é insignificante; o resultado, espetacular.
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