Imparcialidade Baseada no Conhecimento
O INESC Porto tem-se afirmado internacionalmente na área da energia elétrica de forma incontornável. É certo que há um efeito sinérgico com a visibilidade que Portugal adquiriu pela sua política de aposta nas renováveis, que tem sentido estratégico para além de financeiro.
A sensatez e a observação das séries geométricas evidenciam que a perspetiva meramente financeira é sempre e apenas de curto prazo. Carece de visão estratégica. Um país não pode prescindir desta.
A forte penetração de energia eólica em Portugal induziu muitos efeitos multiplicadores. Falta um estudo objetivo sobre estas consequências para que Portugal seja um verdadeiro caso de estudo: emprego, tecnologia especializada, exportação, almofada para as variações do petróleo, independência nacional. Et caetera.
A discussão disto não pode resumir-se à espuma das coisas, ou à argumentaria demagógica e populista que alimenta todos os interesses egoístas que acreditam na manipulação das emoções como um processo mais útil do que a discussão racional.
A nossa sobrevivência coletiva tem que incluir uma porta de escape à dependência externa – seja em combustíveis (caso do petróleo) seja em tecnologia (caso do nuclear). Não se confunda esta posição com posturas radicais – mas o sentido estratégico é bem compreendido pelos especialistas do INESC Porto, cuja atitude de imparcialidade baseada no conhecimento é genericamente reconhecida.
A análise das questões deve manter-se em permanência, ora em forma ativa, ora em forma de monitorização e vigilância. Mas seria um erro colossal embarcar no tremendismo de colocar em causa a política energética de âncora nas renováveis que tem prestigiado Portugal.
O pior que poderia suceder a Portugal seria o regresso ao zig-zag.