Projeto INESC TEC ajuda idosos a tomar medicamentos
O protótipo de um sistema robótico que ajuda pessoas idosas a tomar medicamentos foi um dos resultados da colaboração entre o Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG), do INESC TEC, e a Escola Superior de Saúde, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), que decorreu no âmbito do projeto NIE – Interfaces naturais com idosos.
Segundos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2060 haverá um jovem por cada três idosos, levantando questões quanto ao futuro papel dos cuidadores na sociedade. Portanto, este projeto tem como objetivo estudar formas de interação natural entre a pessoa idosa e o robô, tendo como base as formas de comunicação humana, tais como a fala e gestos.
“Não se pretende substituir o contacto humano, o robô terá que colaborar com a equipa de cuidadores. Trata-se de um problema que hoje em dia já existe, nomeadamente na região de Trás-os-Montes, onde há muitas pessoas a viver em solidão, pelo que não é por introduzirmos os robôs que o problema vai aumentar”, explica Vitor Filipe, investigador do CSIG e professor na UTAD. E é nesta realidade que nasce a ideia de criar um robô que usa algoritmos de visão por computador para reconhecer as embalagens, identificar pessoas tomadoras dos medicamentos e auxiliá-las nessa tarefa.
O robô usa as suas duas câmaras para recolher imagens e analisar o meio envolvente. As imagens são processadas para o reconhecimento de objetos, das embalagens, a deteção facial e a identificação da pessoa. A aplicação armazena na base de dados toda a informação sobre a pessoa, os medicamentos e a hora da toma, para que o robô possa agir em conformidade.
O protótipo laboratorial desenvolvido, e que serviu de prova de conceito, teve por base o robô educacional NAO, que possui um conjunto de motores que controlam as articulações, permitindo-lhe efetuar movimentos básicos e deslocar-se. Além disso, dispõe de câmaras para analisar o ambiente em seu redor, bem como capacidade de ouvir e perceber a fala humana, conseguindo também expressar-se em várias línguas.
O investigador mencionado na notícia tem vínculo à UTAD.
Créditos foto: UTAD