Galeria do Insólito
Em vez de OURO, incenso e mirra saiu-nos queijo...estragado!
No dia 23 de Dezembro, quando já cheirava a Natal, o INESC Porto recebeu uma caixa, sem qualquer indicação do conteúdo, endereçada a um dos seus investigadores. Como é apanágio, o pacote foi gentilmente colocado no respectivo gabinete.
No dia seguinte, as empregadas de limpeza andavam em grande alvoroço no gabinete por causa de um cheiro fétido e nauseabundo. Depois de muito procurar, de narizes em riste, quais Sherlock Holmes, Hercule Poirot e CSI juntos, lá descobriram a origem: a caixa! É nesta altura que entra em cena o coordenador da Unidade em causa e assiste ao desvendar do mistério. Uma vez que era do seu conhecimento que o investigador a quem se destinava a caixa se iria ausentar em viagem ao estrangeiro, e estando nós em plena véspera de Natal, contacta-o telefonicamente. Sugere (e bem!) que a caixa seja deixada na portaria para ser recolhida nesse mesmo dia. No entanto, a agenda do investigador em questão complica-se e a caixa é deixada na portaria durante todo o fim-de-semana.
Chegado o dia 28 de Dezembro, cinco dias após a entrega do presente, o coordenador de Unidade anteriormente referido alerta a sua secretária para a história e para a possibilidade de a encomenda ser pouco agradável, dado o seu odor. A secretária decide então averiguar junto da portaria se a caixa foi recolhida e é aqui que intervém o segurança de serviço. Quando questionado pela permanência da caixa na portaria, a resposta é conclusiva: "Não sei o que isto é, mas já deve estar morto, menina!"
A secretária pede então ao seu colega contínuo o favor de recolher tão inesperado presente, a fim de o colocar no frigorífico (no caso de ainda estar em bom estado de conservação). Sendo uma caixa com alguma dimensão, a posição de transporte acaba por acondicionar tão perfumado pacote exactamente ao nível do nariz, o que sublinha as suas afamadas características.
Depois de diversas tentativas, a secretária desiste de colocar o embrulho no (mini) frigorifico e este descansa pacificamente dentro do armário fechado, na copa da unidade em questão. Durante essa tarde, foi notório o queixume de todos os que se abasteciam de café, chá, água e afins… em diversas línguas, acreditem!!!
Por fim, na manhã seguinte, eis que a secretária, instigada pelo coordenador daquela Unidade, se decide a abrir o presente e descobrir o motivo de tanto alvoroço. De mangas arregaçadas, expectante, abre a caixa onde encontra uma espécie de jogo de matrioskas (o que até seria lúdico, não fosse o intensificar do odor). Dentro da caixa encontrava-se um saco de papel fechado com uma nova caixa de cartão, onde permanecia repousando o presente envenenado: numa embalagem plástica, que deixava transparecer o seu conteúdo, jaziam três queijos totalmente liquefeitos. A deterioração era tal, que os queijos (e respectivos invólucros) foram imediatamente afastados das instalações do INESC Porto para bem-estar geral.