Asneira Livre
A arte de motivar
*Por Paula Gomes
É um facto que, quer profissionais, quer empresas estão cada vez mais exigentes: os primeiros desejam mais regalias, os segundos, maior produtividade. O que vão ler de seguida é a minha modesta visão acerca da importância da motivação no equilíbrio destes interesses, de certa forma divergentes.
Apesar de não ter a intenção de ser rigorosa do ponto de vista científico, fiz algumas pesquisas no sentido de perceber que correntes de pensamento existem sobre o assunto. Aprendi, entre outras coisas, que existem dois grandes grupos de teorias, que referencio de seguida para mentes mais curiosas:
- Teorias de conteúdo:
- Teorias gerais (Hierarquia das necessidades)
- Teorias organizacionais (Teoria bifactorial)
- Teorias de processo:
- Teorias gerais (Teoria da equidade)
- Teorias organizacionais (Definição de objectivos)
Porque a minha vida profissional gira à volta de processos, e porque acredito em trabalho orientado a objectivos, escolhi esta última para vos apresentar de seguida.
O Poder dos Objectivos
Segundo Locke e Lathan, o simples facto de existirem objectivos definidos tem impacto na forma como as actividades são realizadas e, consequentemente, no resultado final obtido. No entanto, para que tal se concretize, os objectivos têm que reunir um conjunto de atributos, tais como:
- Precisão e concisão;
- Quantificação;
- Prazo adequado e claro;
- Valor acrescentado;
- Aceitação mútua;
- Orientação a resultados;
- Relevância;
- Consistência;
- Alinhamento com os objectivos da organização e dos seus profissionais, individualmente.
Esta teoria defende, ainda, que uma forma de aumentar a aceitação dos objectivos é envolver os colaboradores no próprio processo de definição dos mesmos, na medida em que tal prática conduz a uma maior aceitação, maior empenho e maior conhecimento.
Do meu ponto de vista, podemos extrair desta teoria alguns dos principais drivers para a motivação: o envolvimento da equipa e a partilha do conhecimento.
Em jeito de asneira livre, atrevo-me a acrescentar mais dois que considero determinantes para garantir um bom desempenho por parte dos que connosco colaboram: confiança na competência dos que connosco trabalham e respeito pelas diferentes perspectivas de cada um. Afinal de contas, we cannot expect the best effort from people who don't feel trusted and respected (REVELLE Jack B. - Manufacturing handbook of best practices: an innovation, productivity, and quality focus, 2001, p. 35).
Aproveito a oportunidade para saudar todos os que contribuíram para o meu envolvimento e crescimento enquanto por aí andei. Obrigada por me terem presenteado com a arte de motivar.
* Colaboradora da Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP) até Junho de 2010
