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A colaboração entre INESC Porto e Kyaia arrancou com os projectos LOGICSTORE e LOGICTRANS em 1996 no âmbito da FACAP – Fábrica de Calçado do Futuro. O INESC Porto instalou o LOGICSTORE - um sistema altamente inovador de armazenamento e distribuição automática para linhas de costura - no pólo de Paredes de Coura.

Mas foi nos últimos anos que a colaboração entre o INESC Porto e a Kyaia atingiu uma dimensão internacional, graças ao projecto europeu CEC-made-shoe, um investimento de 20 milhões de euros co-financiado pela Comissão Europeia.

Fundada em 1984, a Kyaia – Fortunato O. Frederico & Ca. Lda. evoluiu de uma fábrica com 50 funcionários e uma produção de 500 pares de calçado/dia, para um núcleo de um grande grupo empresarial, a Fortunato O. Frederico SGPS, S.A. com um modelo de negócio que se estende, para além da produção de calçado, às áreas da distribuição e retalho e Imobiliário. Este grupo envolve neste momento cerca de 600 colaboradores, produz um milhão de pares ano e factura acima de 55 milhões de euros.

A expansão do grupo foi sempre efectuada com um modelo de gestão alicerçado no desenvolvimento sustentado, quer sob o ponto de vista financeiro, quer organizacional e infra-estrutural.

Em 1994, quando adquirimos a marca Fly London, com a qual iríamos dar a volta ao mundo, estabelecemos um rumo que a partir daí condicionaria positivamente todas as decisões estratégicas do grupo e inevitavelmente de todo o sector do calçado por inovador, ousado e “à frente do seu tempo”.

Tudo o que existia no mercado de mais apurado tecnologicamente em termos de equipamentos a Kyaia já incorporava, mas agora era preciso ir mais além e estabelecer parcerias com entidades da comunidade científica que nos permitissem influenciar “por dentro” o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas para as novas solicitações que os mercados e o rumo que tínhamos traçado nos impunham.

Com o crescer da marca Fly London e com a intuição que tivemos desde cedo do que o mercado viria a exigir não muitos anos mais tarde, surge a necessidade de dispor de capacidade produtiva para responder à produção de pequenas séries de sapatos com alto valor acrescentado, o que se torna impulsionador da necessidade de flexibilizar o processo produtivo de forma a permitir uma resposta rápida em quantidades reduzidas.

 O INESC Porto surge então como parceiro fundamental e decisivo no desenvolvimento de um sistema de armazenamento e distribuição automática para linhas de costura, que em 1996, desenvolvido no âmbito do Projecto FACAP, foi implementado na unidade de costura do pólo de Paredes de Coura, permitindo uma flexibilização da secção de costura que ainda hoje é uma peça fundamental na estratégia de produção de pequenas séries.

Desde 1996, temos mantido com o INESC Porto uma relação de proximidade que nos permitiu sempre manter a par das alterações tecnológicas que se produzem no sector do calçado e uma abertura ao conhecimento científico que nos leva a evoluir cada vez mais.

Em 2004, estabelecemos com o INESC Porto, e com outros parceiros, uma estreita colaboração no âmbito do projecto europeu CEC-Made-Shoe, co-financiado pela Comissão Europeia. Esta colaboração e participação neste projecto colocaram-nos na primeira linha da investigação em I&D da Europa para o sector do calçado.

No âmbito deste projecto de referência a nível nacional e internacional, nasceu em 2008 o “One Step Prodution Process”, um novo conceito de transportador e gestor de fluxo produtivo que permite produzir em simultâneo vários tipos de construção de calçado com uma única linha de montagem.

Foi graças a esta colaboração tão frutuosa com o INESC Porto que hoje nos orgulhamos de ter ajudado a “fazer nascer” e de termos em funcionamento na unidade de montagem do pólo de Paredes de Coura um transportador de montagem único no país, quiçá no mundo, e o mais tecnologicamente inovador deste sector, que nos permitiu um salto enorme em termos de versatilidade e produtividade nas secções de montagem e acabamento.

O INESC Porto mereceu-nos aquando das comemorações dos 25 anos do grupo Kyaia (Maio 2009) uma referência elogiosa que ficou registada no livro que elaborámos para comemorar a efeméride.