Galeria do Insólito
o estado A que chegou a justiça
É sabido que a correspondência que chega ao INESC TEC traz sempre consigo histórias estranhas ou bizarras: e este mês não foge à regra.
Quando o carteiro nos traz o seu maço de correspondência, esperamos encontrar no destinatário designações como “Doutor” ou “Engenheiro”. Mas… “Juíza Desembargadora”? É obra.
Não interessa o conteúdo do envelope: um papel salpicado com desenhos e letrinhas, uma qualquer vulgar publicidade. O que nos gerou perplexidade foi o nome da Exma Sra Dra, Meritíssima e Venerável Juíza Desembargadora: a Sandra Pinto do Serviço de Comunicação. Meretíssima e venerável decerto, mas Juíza? Revelação espantosa.
Admitamos que é confusão, Desembargadora é da Relação. Ora a Sandra é, de facto, especialista da Ralação que é a Comunicação Social: talvez aqui a explicação. Ou talvez seja Desembragadora, pensando na mudança regular que tem que fazer às fraldas e cuecas da filharada.
Mas… e se é verdade?
Ficámos de tocaia e… confirma-se! Se fosse caso único, a coisa até passava ao lado. Mas qual não foi o nosso espanto, ou perplexidade para dar assim outro tom, quando viemos a saber que a correspondência do género continua a jorrar: ele é carta, ele é postal, ele é folheto… tudo sempre para a Juíza.
Como é sabido que a Justiça Portuguesa é rápida, exemplar e sem falhas e, principalmente, implacável, não poderiam estar os remetentes a enganar-se sucessivamente – é impensável. Aliás, a revelação e que a Sandra é, afinal, Juíza Desembargadora tem todo o aroma a fuga de informação, outra característica do nosso sistema de justiça.
Daí que a Galeria do Insólito não fique com alternativa: senão a de saudar respeitosamente a Senhora Doutora Juíza Desembargadora, cuja presença enriquece o INESC TEC e de quem apenas esperamos que mantenha o Serviço de Comunicação a dar respostas pelo menos tão rápidas como as que proverbialmente o nosso sistema de justiça administra.