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"(...) apesar da designação de interface, são estas instituições cada vez mais o centro, e não a fronteira, de um processo plural de investigação, potenciador de estratégias de inovação que geram efectivo valor acrescentado (...)". Luís Barbosa (HASLab)

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Diz-se que os jovens só crescem sensivelmente até aos 20 anos, mas cá no INESC TEC, apesar de já estarmos a entrar na idade madura, temos vindo a crescer de forma assinalável até aos 30 anos...

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Por Luís Soares Barbosa*

Pedem-me um apontamento breve sobre a conferência “As instituições de interface no sistema de ensino superior” que no passado dia 9 de Dezembro assinalou o encerramento das comemorações dos 30 anos do INESC TEC. Não tanto para contar como foi, como para introduzir o seu texto de conclusões significativamente intitulado “Das instituições de interface aos laboratórios colaborativos”. O título traduz a ideia chave que o atravessa: apesar da designação de interface, são estas instituições cada vez mais o centro, e não a fronteira, de um processo plural de investigação, potenciador de estratégias de inovação que geram efectivo valor acrescentado e induzem transformações de relevo no tecido socioeconómico e cultural.

Celebramos nesse dia um percurso de sucesso e sublinhamos os diversos adquiridos que ele nos trouxe. Por exemplo, a dinamização de novas áreas de negócio e a criação de mercados, nomeadamente através da incubação de novas empresas de base cientifica e tecnológica em áreas emergentes. O progresso de cultura de partilha de risco no acesso ao conhecimento através de parceiras entre os sectores público e privado. A criação de emprego qualificado. A modernização do ensino superior através de uma formação orientada por problemas e baseada em projectos.

Reflectimos sobre o caso INESC TEC, sublinhado aquilo que o torna digno de ser estudado como um caso. Antes de mais a organização em unidades de investigação pluridisciplinares, orientadas para áreas industriais específicas, e orquestradas em clusters científicos mais largos que permitem uma boa gestão dos recursos humanos. Mas também a flexibilidade na arquitectura interna, nas formas de gestão e nos modelos de negócio. Uma experiência (ou deverei dizer, uma aventura?) que incorpora as interdependências das tecnologias na sua própria organização e se reinventa em resposta às dificuldades e aos desafios externos.

Concluímos, por fim, que num contexto internacional de incerteza e mudança, e num quadro nacional onde o investimento em ciência e tecnologia é ainda muito deficitário, o papel das interfaces enquanto plataformas de colaboração entre pessoas, projectos, actividades, sectores eprocessos, permanece fundamental.

No final do dia era mais substantiva a convicção de que este caminho faz sentido. De facto, parafraseando o Eduardo Prado Coelho, “não no sentido de um sentido já feito, mas precisamente no sentido de o fazer”.

Ler documento "Das instituições de interface aos laboratórios colaborativos" na íntegra aqui.

* Colaborador do HASLab

NOTA: o INESC TEC segue a ortografia oficial nas suas publicações, acompanhando a norma da Universidade do Porto. A Asneira Livre é uma secção de autor e o autor, no caso presente, faz questão de seguir a norma ortográfica antiga, pelo que o seu desejo é respeitado.