A FÁBRICA DO FUTURO É AQUI
O INESC TEC é um dos institutos de I&D, se não o instituto, com mais relacionamento histórico com a economia e as empresas. Fala orgulhosamente do seu ADN, que se traduz no descritivo “da geração de conhecimento à inovação com base em ciência”.
O instinto que cultiva, de sempre buscar a valorização do conhecimento através da transferência de tecnologia para os agentes económicos, através de projetos, soluções, produtos, licenciamentos e mesmo incubação de novas empresas, resulta de uma cultura organizacional consolidada por muitos anos de decantação um modelo de gestão de ciência e tecnologia que mereceria muito estudo, pelo êxito que apresenta.
Neste número do BIP está nomeado como fora de série um investigador que foi exemplo de comportamento num projeto para que vale a pena chamar a atenção. O êxito da intervenção do INESC TEC na IKEA transformou não só a fábrica portuguesa mas, a solicitação da multinacional, está a transformar outras fábricas pelo mundo fora.
Nada que nos surpreenda: a contribuição do INESC TEC para a valorização da ciência nacional e para a balança de exportação tecnológica é um dado adquirido em diversos setores: calçado, têxtil, energia, gestão portuária, retalho, acodem os exemplos à memória. Que tal aconteça, que tal tenha vindo a acontecer nos últimos 20 anos, e que tal seja muito bom para a Universidade portuguesa, é algo que durante excessivo tempo foi pouco compreendido em diversos setores nacionais, incluindo o perímetro alargado em volta do Terreiro do Paço e a academia.
Pois o anúncio da constituição do FABTEC, juntando a FEUP com os dois mais experientes institutos do seu perímetro de participação – o INESC TEC e o INEGI (ele também um excelente exemplo de conexão universidade/economia) – é o sinal de maturidade que estava a ser preciso. É para não sobrevivam dúvidas de quem é que tem efetiva experiência e avançado conhecimento, no país, em engenharia de sistemas de produção industrial e pode injetar consistentemente inovação e valor nas organizações produtivas nacionais.
Além do mais, a formação do consórcio FEUP + INESC TEC + INEGI também serve de exemplo para a própria academia: a FEUP tem orgulho dos institutos que promoveu e em que participa – e mostra o caminho, que é de consórcio, aliança, sinergia, tirando a melhor vantagem das competências residentes nas variadas geometrias existentes.
Sempre fomos assim (também é do nosso ADN): nunca gostámos dos exercícios de “power point technology” de oráculos iluminados, sempre preferimos a competência e a realização efetiva primeiro, e sabemos que a indústria o reconhece e, cada vez mais, o exige.