Fora de Série
A Série dos fora de série
Num universo de mais de 800 colaboradores, são muitos os meses em que há mais de um colaborador com um desempenho “Fora de Série”. Prova disso mesmo é o facto de, em vários meses, recebermos mais do que um nomeado. Isto determinou uma mudança de política editorial: o BIP passou a destacar todos os nomeados em cada mês, sem opção de mérito (porque todos o têm muito!). Adicionalmente, tendo por base critérios de oportunidade noticiosa, é desenvolvida uma entrevista a um dos nomeados.
ESTE MÊS FALAMOS COM...Samuel Moniz
1. A “relação” com o IKEA começou em 2014. Que trunfos é que o grupo de investigadores do INESC TEC apresentou para conseguir adjudicar a primeira prestação de serviços?
As competências de multidisciplinaridade, orientação a resultados e capacidade de resolução de problemas complexos foram determinantes. Contudo, se tivesse que identificar os nossos maiores trunfos, estes seriam claramente o trabalho em equipa e a relação de parceria que criámos com o IKEA. Reforço ainda, o papel da anterior e da atual coordenação do CESE, na construção e desenvolvimento desta relação, que resulta do alinhamento das competências do centro com as necessidades do IKEA. Saliento naturalmente o papel do Rui Rebelo, Paulo Sá Marques e Fábio Alves, que foi fundamental para demonstrar competências de modelação dos sistemas do IKEA e entregar resultados em tempos de resposta muito curtos.
2. Desde então já foram conseguidos mais alguns projetos. Pode-nos dizer sumariamente quais e o seu impacto?
Executamos um total de 4 projetos em 3 unidades produtivas do IKEA distribuídas pela Europa. Nestes projetos, as equipas CESE e IKEA trabalharam em parceria para encontrar soluções em áreas relacionadas com o desenho de layouts, determinação da capacidade de fábricas, balanceamento de linhas de produção e definição de estratégias de planeamento e escalonamento da produção. A nossa metodologia, ancorada em técnicas de otimização e simulação, permitiu a modelação de problemas com elevando número de variáveis e fontes de incerteza, o que conduziu ao desenho de fábricas mais flexíveis e eficientes.
3. Já percebemos que tem um desempenho multifacetado no CESE. Pode dar exemplos da diversidade da sua atividade no Centro?
A minha atividade no CESE está essencialmente relacionada com a execução de projetos de consultoria avançada e com a realização de investigação aplicada. A forte componente científica e tecnológica dos projetos realizados com as empresas tem alimentado o trabalho de investigação e tem incentivado a criação de novas colaborações e projetos. Salientaria a colaboração de âmbito científico com o Centro de Estudos de Gestão do Instituto Superior Técnico e com a ETH Zurich, que me permitem aprofundar o trabalho que iniciei na minha tese de douramento, no âmbito do planeamento e escalonamento na indústria químico-farmacêutica. Por fim, ressalto com grande valor, a participação em iniciativas de reflexão organizacional do INESC TEC, como recentemente o CLUSTER I+I, que permitem pensar a forma como estamos organizados.
4. Além de investigador o Samuel dá aulas enquanto professor convidado na FEUP e na ESTGF-IPP. Também já fez consultoria no INESC TEC e trabalhou numa empresa. Onde é que gostava de estar daqui a 10 anos?
É uma pergunta difícil de responder porque hoje as coisas mudam rapidamente. Mas um cenário muito interessante seria passar o tempo na praia, depois de ganhar o euro milhões. Sendo este um cenário improvável, até porque não costumo jogar, gostaria de estar envolvido no desenvolvimento de formas de organização de elevado desempenho, dedicadas à implementação de métodos analíticos de suporte às atividades de industrialização. Este enquadramento implica obrigatoriamente uma maior proximidade com as empresas e a criação de novos tipos de ligação com as instituições científicas. Trabalho este que gostaria de continuar a desenvolver no INESC TEC.
5. Terminaremos este questionário, pedindo que comente a sua nomeação, feita pela coordenação do CESE. “Propomos o Samuel Moniz como Fora de Série para este mês, não só pelo seu papel excecional de liderança nos projetos Ikea, mas também pela sua contribuição multifacetada no CESE, desde aspetos mais estratégicos até ao “partir pedra” de escrita de propostas.”
Gostaria de agradecer ao Américo Azevedo e ao António Lucas Soares por este reconhecimento, que só é possível devido às competências da equipa que esteve envolvida. Salientaria a disponibilidade e complementaridade de talentos que permitiram entregar resultados de elevada qualidade.
Acerca da “contribuição multifacetada no CESE”, penso que devemos estar disponíveis para trocar de funções. Desta forma, tarefas de liderança e tarefas de “partir pedra” estarão sempre presentes e fazem parte de uma organização que se realinha e que se compromete para atingir os melhores resultados.