FÓRUM INESC TEC DO OUTONO DEDICADO AOS OCEANOS
«Deviam existir mais INESC TECs»
Primeiro a Investigação. Depois a Indústria. Agora o Mar.
É através do evento designado Fórum Outono que o INESC TEC continua a apostar no debate de temas essenciais para o desenvolvimento da sociedade, que este ano contou com a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
Terceiro Fórum do Outono debate Oceanos
No passado dia 11 de outubro, a Biblioteca Almeida Garrett foi palco da terceira edição do Fórum INESC TEC do Outono, subordinado ao tema «Engenharia Oceânica: Desafios & Oportunidades».
Pedro Guedes de Oliveira, consultor da Administração do INESC TEC, professor emérito da Universidade do Porto e responsável pela organização do Fórum, reforçou a importância do tema para o contexto social atual, destacando as principais áreas de investigação relacionadas como a Energia e os Transportes.
Por sua vez, Maria João Ramos, Vice-reitora da Universidade do Porto, e também presente na sessão de abertura, fez questão de enumerar os projetos relacionados com a exploração marítima nos quais a Universidade do Porto colabora.
Contextualização: os desafios
Apesar de ser um tema algo desviante, o design e o trabalho gráfico também acompanham os desafios para o setor do mar, e esse papel foi destacado por Rui Marcelino, Diretor da empresa Alma Design, que tem vindo a desenvolver trabalhos relacionados com o design de produto e a gestão do design com clientes de áreas como a mobilidade e os transportes ferroviários e aeronáuticos.
Já os indicadores ligados ao Mar, nomeadamente projetos, iniciativas e emprego, foram dados a conhecer por António Nogueira Leite, Presidente da Fórum Oceano, em jeito de contextualização para os debates que se seguiram durante a tarde.
A contribuição da Energia para os Oceanos
Num espaço que reuniu empresas ligadas à área da Energia, moderado por um dos coordenadores do Centro de Sistemas de Energia (CPES) do INESC TEC, Luís Seca, o foco dirigiu-se para contrariar os custos envolvidos na produção energética, no e para o Mar, com projetos de investigação e parcerias estratégicas com instituições nas mais diversas áreas. Considerando a imensa plataforma marítima disponível em Portugal, a conclusão primeira é que o investimento em novas tecnologias é essencial para a superação de desafios que hoje existem e para o desenvolvimento de novas oportunidades para o futuro.
O debate contou com a participação de António Vidigal, CEO da EDP Inovação; António Sarmento, Presidente do Wave Energy Centre; Jorge Magalhães, Vice-presidente da VESTAS Design Centre; Cláudia Pinheiro, Presidente da A. Silva Matos Metalomecânica; e Jörg Müller, diretor da empresa Offshore Manager.
O papel dos Portos e dos Transportes Marítimos
Paulo Mónica, investigador do Centro de Telecomunicações e Multimédia (CTM) do INESC TEC, foi o moderador do segundo debate do Fórum, dedicado ao tema dos Portos e Transportes. A necessidade de evoluir e melhorar as condições existentes nestes ambientes foi o ponto essencial, deitando desde logo um olhar para aquilo que são as capacidades existentes e instaladas nas instituições. A convergência é que a produtividade tem aumentado muito nos últimos anos, mas as ideias têm de sair do plano da investigação para a aplicação no mercado, numa forte ligação necessária entre empresas e academia. A divergência é o ritmo a que Portugal tem feito o seu caminho, em franco crescimento, mas ainda longe do resto do Mundo.
Rui Azevedo, Secretário Geral da Fórum Oceano; Emílio Brògueira Dias, antigo Presidente da APDL- Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo; Manuel Urbano Gomes, Diretor da Transinsular; e Pedro Paulouro, Diretor de Recursos do Arsenal do Alfeite, foram os intervenientes do segundo e último debate.
Um longo caminho a percorrer
Uma grande zona marítima por explorar, o tratamento do Mar como um destino em si e como o centro das atenções são três pilares fundamentais que Manuel Carvalho, jornalista do Público, considera essenciais quando se discute Engenharia Oceânica.
Numa intervenção que teve como objetivo reunir numa síntese as conclusões deste dia, o jornalista recorda que, apesar da evidente carência de recursos humanos e financeiros, é necessário «pôr os pés na terra», deixar as quimeras e lutar por projetos e ideias que concretizem as oportunidades de futuro. E no momento da história em que a exploração do mar profundo ainda tem muito de desconhecido, um evento deste género é crucial para o reconhecimento das necessidades e para a aprendizagem de especialidade.
Encerramento: as oportunidades
José Manuel Mendonça, Presidente do Conselho de Administração do INESC TEC, terminou a tarde de trabalhos com um agradecimento especial à organização deste evento, que já considera essencial e integrante para a história do INESC TEC.
O encerramento da terceira edição do Fórum ficou a cargo de Manuel Heitor, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que mais uma vez enalteceu o papel do INESC TEC neste tipo de iniciativas e a importância que estes debates têm para o futuro da investigação em Portugal. «Deviam existir mais INESC TECs», afirmou o Ministro, «é isso que o País precisa».
Apresentação do livro dos 30 anos do INESC TEC
Nesta edição do Fórum do Outono, houve ainda oportunidade para a apresentação do livro comemorativo dos 30 anos do INESC TEC, intitulado “INESC TEC, three decades creating knowledge, talent and value”, uma versão em papel da série de 30 documentários transmitidos pela RTP3, que procuram explicar as diferentes áreas de especialização do Instituto. O livro ilustra também alguns marcos na história do INESC no Porto, ao longo das últimas três décadas.
A apresentação esteve a cargo de Artur Pimenta Alves, consultor da Administração do INESC TEC e professor emérito da Universidade do Porto.
Os investigadores do INESC TEC mencionados na notícia têm vínculo à UP-FEUP e ao INESC TEC.