Offside
Corporate

Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da Gooch & Housego Ltd, pela voz de Mark Farries.

Fora de Série

"É com apreço e agradecimento que vejo o comentário generoso do Prof. Rui. Tenho tido a felicidade de trabalharmos estreitamente e de, no dia a dia, estar num grupo técnica e humanamente excelente." Miguel Matos (HASLab)

A Vós a Razão

"É natal, época de alegria, partilha e convívio. Há as crianças, a família, os amigos, croquetes e rabanadas, e também as perguntas tipo 'o que é que andas a fazer?', seguidas das inevitáveis 'mas afinal para que é que isso serve?'.", Alexandre Madeira (HASLab)

Asneira Livre

"Um dia destes quem sabe se não nos encontramos por aí, o leitor a tomar a sua cervejinha e eu a encher o bar com uns blues à maneira!", Carlos Mão de Ferro (CRACS)

Galeria do Insólito

500€ e umas alheiras de Mirandela e não se fala mais nisso.

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC TEC...

Novos Doutorados

Venha conhecer os novos doutorados do INESC TEC...

Cadê Você?

O INESC TEC lança todos os meses no mercado pessoas altamente qualificadas...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC TEC, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

BIP Vintage

Relembre ou surpreenda-se com alguns momentos históricos do INESC TEC noticiados em edições anteriores do BIP.

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

Subscrever o BIP
 

Asneira Livre

Decisões entre teclas pretas e brancas

Por Carlos Mão de Ferro*

Nasci em Portalegre a 9 de novembro de 1988. Com um ano de idade fui viver para Lisboa. 

O meu interesse pela música começou de tenra idade. E por essa razão aos 7 anos os meus pais inscreveram-me numa escola de música. A minha fascinação era o piano, mas quando me inscreveram não havia vagas e acabei por optar por flauta transversal. Mais tarde comecei o conservatório. A minha infância passou e a minha adolescência também e juntamente com elas passaram os anos no conservatório. Paralelamente, tive os anos do ensino "normal”. E aqui percebi que, para além da música, a ciência também me fascinava. Mas voltarei a esta parte mais à frente.

Chegado ao 12º ano estava também no 8º (e último ano do conservatório). Tive que optar entre seguir um curso de ciências e um curso de música. Na verdade, não sabia ainda bem o queria ser "quando fosse grande" mas como estava bastante lançado na música decidi arriscar. Pelo meio já tinha até conseguido ter algumas aulas de piano mas a vida de músico não é barata e comprar um piano não era algo que pudesse pedir aos meus pais (sobretudo porque também já tinha a flauta). O sonho continuou adiado...

Adiante, em 2006/2007 fiz o meu primeiro primeiro ano (não me repito aqui equivocadamente) do curso superior em música em Lisboa. Correu bastante bem, de tal forma, que a minha professora me lançou o desafio de estudar de vez no estrangeiro juntamente com os antigos professores dela e dar assim continuidade às suas técnicas e formas de trabalhar. 

Comecei, assim, o meu segundo primeiro ano desta vez em Haia na Holanda. Tinha apenas 19 anos mas estava confiante e otimista! E este foi um ano completamente decisivo na minha vida. Contudo, não correu de todo como eu estava à espera. Apesar de trabalhar arduamente cheguei ao fim do ano letivo um pouco desmotivado e sentia cada vez mais que a vida de flautista numa orquestra (era esta a minha especialização) não era aquilo que desejava. Como dizia José Régio no seu “Cântico Negro” não sei para onde vou - sei que não vou por aí e assim me sentia eu. Voltei de férias a Portugal no Verão de 2008. E num dia quente de Julho algures numa praia Algarvia decidi, após pensar bastante, que estava na altura de mudar de rumo. 

O leitor mais atento poderá pensar que era agora que aprendia piano de vez. Bom, para pianista profissional era já um pouco tarde de mais. E por acaso tinham passado dois anos desde que terminara o 12º ano e, precisamente nesse ano, entrou em vigor a lei que prolongava durante três anos a validade dos exames de admissão à faculdade. Obviamente não pude deixar escapar esta oportunidade. Se era para mudar então que fosse para mudar a sério e por isso em setembro de 2008 iniciei o meu terceiro e último primeiro ano, agora em Tecnologias de Informação e Comunicação (nada a ver!! Mas porque também sempre tivera bastante curiosidade pela Informática). Já diz o ditado "à terceira é de vez" e foi mesmo de vez. Agora sim tinha acertado. No terceiro ano já estava a dar aulas como monitor e a fazer trabalho como investigador.

Terminei a Licenciatura em 2011 e depois o Mestrado em 2013.  O professor Luís Lopes (CRACS) foi arguente na defesa da minha tese. Nessa altura já estava a trabalhar numa consultora mas, mais uma vez, o meu espírito de investigador falou mais alto. Quando tive a oportunidade de trabalhar no CRACS como bolseiro não hesitei!

Atualmente, estou também a aprender Eletrónica e Sistemas Digitais, muito em parte motivado pela minha área de investigação em Informática: Redes de Sensores e Máquinas Virtuais. Será que ainda um dia mudo completamente de rumo outra vez? Bom, isso só o futuro o dirá, mas pelo menos agora sei que não há mal em dar passos na direção errada desde que estes sirvam de experiência para tomar a próxima decisão acertada.

Não posso deixar de concluir com o suspense em volta do piano com que alimentei o leitor. Ironicamente foi quando deixei a música e comecei a trabalhar como monitor de Programação que juntei dinheiro suficiente para o piano tão desejado! E agora estou a aprender piano Jazz. Um dia destes quem sabe se não nos encontramos por aí, o leitor a tomar a sua cervejinha e eu a encher o bar com uns blues à maneira!

*Colaborador no Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados (CRACS)