Fora de Série
A Série dos fora de série
Num universo de mais de 800 colaboradores, são muitos os meses em que há mais de um colaborador com um desempenho “Fora de Série”. Prova disso mesmo é o facto de, em vários meses, recebermos mais do que um nomeado. Isto determina uma mudança de política editorial: desde dezembro de 2013, o BIP passou a destacar todos os nomeados em cada mês, sem opção de mérito (porque todos o têm muito!).
Adicionalmente, tendo por base critérios de oportunidade noticiosa, é desenvolvida uma entrevista a um dos nomeados.
ESTE MÊS FALAMOS COM...Miguel Matos (HASLab)
1. O Miguel é um especialista conceituado em algoritmos de disseminação epidémica de dados. Pode-nos explicar quais as principais aplicações desta área de investigação?
Como o nome indica, estes algoritmos aplicam alguns conceitos de epidemiologia à comunicação entre computadores. Dada a económica e eficiência em termos de recursos utilizados (por exemplo: a rapidez com que uma gripe se propaga) e a robustez (basta o contacto com poucas pessoas infetadas), os algoritmos epidémicos estão particularmente indicados para responder aos desafios em sistemas de muito larga escala ("Big Data") que se querem eficientes e confiáveis.
2. O seu contributo para o projeto europeu LeanBigData (Ultra-Scalable and Ultra-Efficient Integrated and Visual Big Data Analytics) teve um papel central nesta distinção. Como é trabalhar num projeto desta dimensão?
Antes de mais, é uma excelente ferramenta de crescimento pois, ao estreitar relações com os outros parceiros, permite simultaneamente aprofundar e alargar conhecimentos através do trabalho com especialistas da nossa e de outras áreas. Por outro lado, é um desafio constante pois visa resolver problemas atuais e ir além do estado da arte.
3. Um dado curioso na nomeação do coordenador Rui Oliveira é que este se refere a si como Sr.LeanBigData. Como é que encara esta “alcunha”?
Como uma responsabilidade salutar que me motiva a procurar fazer mais e melhor.
4. Concilia a investigação científica com a atividade empresarial, uma vez que foi um dos fundadores e é o CEO da spin-off Dependableware. Qual é o maior desafio de criar e manter uma spin-off de sucesso?
Sendo uma empresa tecnológica e a trabalhar no limiar do estado da arte, creio que o maior desafio é precisamente a conciliação, dentro da empresa, entre a necessidade imediata do produto que nos permita ser competitivos hoje, e o aplicar da investigação que nos permita ser competitivos amanhã. Além disso, é um projeto que requer imenso trabalho, mas tudo fica simplificado com a equipa fantástica que tenho a felicidade de integrar.
5. Terminaremos este breve questionário pedindo que comente a sua nomeação, feita por Rui Oliveira, coordenador adjunto do HASLab.
O Miguel foi doutorando do HASLab, doutorou-se no final de 2013 e é desde aí bolseiro de posdoc. O Miguel tem sido instrumental na investigação do grupo de sistemas distribuídos, tanto na execução da estratégia do grupo como no próprio planeamento. Sem descurar a investigação fundamental em que se tornou especialista conceituado (algoritmos de disseminação epidémica de dados), tem coorientado trabalhos de mestrado, acompanhado e ajudado colegas doutorandos e, talvez como função de maior importância e responsabilidade no grupo, no HASLab e no INESC TEC, é o que apelido de Sr. LeanBigData. Sendo LeanBigData um projeto europeu em que o INESC TEC é parceiro, o Miguel é o garante de que todos os nossos compromissos no projeto são satisfeitos e são-no atempadamente, e comprovou-o mais uma vez recentemente na reunião do projeto que decorreu em novembro no INESC TEC.
É com apreço e agradecimento que vejo o comentário generoso do Prof. Rui.
Tenho tido a felicidade de trabalharmos estreitamente e de, no dia a dia, estar num grupo técnica e humanamente excelente. O mérito é, portanto, tão ou mais coletivo que individual mas à caneca, essa, reservo-me o direito de exclusividade.
