30 Anos à Conversa
30 Anos à conversa
António Ribeiro: Está satisfeito com a equipa que lidera?
Manuel Matos: Muito satisfeito, quer com os docentes do ensino superior, quer com os contratados científicos, quer com os doutorados mais recentes, quer ainda com os bolseiros, mas também com as colaboradoras que apoiam a atividade do CPES. Toda esta gente trabalha com grande empenho, dedicação e qualidade, e, quando é preciso, com espírito de sacrifício.
António Ribeiro: Qual o episódio mais caricato que lhe aconteceu no INESC?
Manuel Matos: Recente, o facto de cair água do teto do meu gabinete, o que se prolongou por várias semanas, para não dizer meses...
Mais antigo: no então INESC Norte, ainda no edifício inicial (ao cimo da rua da Fábrica) apareceu-me de repente o Adelino Lagoa porque havia dois acessos simultâneos à minha conta no VAX e ele temia que fosse uma falha de segurança. Sosseguei-o (tinha aberto mesmo duas sessões em terminais diferentes) e ele lá acalmou, mas quem se lembra dele sabe que estas situações não eram fáceis, sobretudo para um novato como eu era.
António Ribeiro: Como vê o futuro do INESC?
Manuel Matos: Num workshop que tivemos em 1999, fiz uma apresentação em que dizia: "o INESC Porto não tem condições para poder existir; no entanto, existe". Continuo a pensar que se trata de uma espécie de milagre, possível pela extraordinária dedicação de um núcleo de pessoas com mais responsabilidades, muito bem acompanhadas por muita gente muito motivada. E temos conseguido desenvolver uma cultura de propagação dessa motivação às pessoas mais novas, que têm orgulho de estar aqui e fazer parte.
Isto pode continuar, mas temos de resolver bem o processo de substituição de gerações, num novo contexto em que crescemos, diversificámos e intensificámos a atividade, assumindo novos desafios e metas ambiciosas.
Manuel Matos: Quando veio trabalhar para o INESC Norte pensava que o Instituto ia durar tanto tempo?
António Ribeiro: Sim, porque via as pessoas que estavam à frente da instituição com muita vontade, dedicação e competência.
Manuel Matos: Qual a melhor recordação que tem destes 30 anos?
António Ribeiro: A melhor recordação que tenho desta instituição, ao longo destes longos e bons anos, é toda a amizade que penso que promovi com todos os colaboradores e todo o carinho que recebi em troca.
Manuel Matos: E o momento mais triste?
António Ribeiro: Foi ver alguns colegas que deram o seu melhor pela instituição a, infelizmente, partirem.