Investigador INESC TEC desenvolve programa que prevê neurotoxicidade de substâncias
Uma equipa de investigação internacional desenvolveu um estudo onde o objetivo era usar organoides criados a partir de células estaminais, capazes de imitar a complexidade do sistema nervoso humano, para poder identificar a neurotoxicidade de várias substâncias. Da equipa faz parte Vítor Santos Costa, investigador do Centro de Investigação em Sistemas Computacionais Avançados (CRACS) do INESC TEC.
O investigador, que trabalha nas áreas de programação lógica, aprendizagem automática e bioinformática e é o único português na equipa, participou no desenvolvimento de um programa informático que permite analisar a atividade genética de um organoide depois de este ter sido submetido a uma substância, e identificar se aquela substância é ou não neurotóxica.
Para testar este sistema, os cientistas aplicaram nos organoides dez substâncias em que cinco eram neurotóxicas. Depois de ler os resultados da atividade genética dos organoides, o programa classificou corretamente nove das dez substâncias relativamente ao seu efeito neurotóxico.
Este trabalho reverte-se de particular importância uma vez que interagimos com diversas substâncias artificiais diariamente, tais como medicamentos, poluentes ou aditivos alimentares. O efeito nocivo para a saúde é normalmente testado em animais e, posteriormente, em ensaios clínicos com humanos, um processo que é custoso e apresenta algumas limitações.
A equipa de investigação é liderada por Michael Schwartz, da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos. O estudo foi recentemente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O investigador com ligação ao INESC TEC referido nesta notícia tem vínculo à seguinte entidade parceira: UP-FCUP.