O concurso da FCT
Foram recentemente anunciados pela FCT os resultados do concurso de 2008 de projectos de investigação. Não entrando em conta que em alguns casos haverá recurso da decisão proferida, pode referir-se que a taxa de aprovação do INESC Porto ficou acima da taxa indicada pela FCT (1410 propostas aprovadas em 5967 submetidas, ou seja, uma taxa de sucesso global de 24,75%). Neste momento, tem o INESC Porto 27 candidaturas aprovadas, 17 das quais como primeiro proponente, e uma taxa de sucesso nestas últimas de 26,56%.
Este resultado merece algumas reflexões.
Uma instituição de excelência também tem que revelar-se na excelência das propostas que apresenta. Por isso, deveriam as Unidades e Grupos Autónomos fazer um exercício de análise dos pontos fortes e fracos dos projectos submetidos, com vista a uma melhoria geral da qualidade das propostas.
A elaboração de uma proposta é um exercício muito dispendioso, representa um elevado investimento pessoal, revela a terceiros linhas de pensamento e, por isso, não deve ser tomada de forma ligeira. Seria extremamente didáctico que se pudessem discutir algumas das propostas rejeitadas, cotejá-las até com propostas aprovadas e verificar se são aspectos de forma ou fundo que conduziram aos resultados obtidos.
Este exercício beneficia não só os proponentes como também os jovens doutores que terão que iniciar-se nesse exercício num futuro próximo.
No limite, o Conselho Científico poderia vir a debruçar-se sobre a possível elaboração de um “Manual da Elaboração da Boa Proposta”, como instrumento de apoio e produtividade.
Estando já anunciada a abertura de novo concurso pela FCT, seria mal compreendido que não se desejassem tirar e divulgar lições da experiência havida.