O FADO DOS OCEANOS
A compreensão de quanto vale uma política de imagem não foi o forte das Universidades públicas. Com uma cultura clássica que as habituara a desdenhar a plebe, a viver na sua torre e tomar o seu umbigo como centro do universo, falaram para dentro, o seu público-alvo eram elas mesmo.
Estando ultrapassada esta visão, navega-se presentemente num desacerto de saber o que é e o que vale a imagem. Digladiam-se conceitos amadores, esgrimem-se propostas ingénuas. E, todavia, a melhor imagem é ainda a da obra feita e a da determinada exigência de mais.
A Universidade do Porto não tem que ser a maior, mas tem as condições para ser a melhor. A região Norte não tem que ser a mais poderosa, mas tem as condições pra ser a mais bem sucedida.
Vem este discorrer a propósito do Centro das Ciências do Oceano, ou Polo do Mar, ou como lhe aprouverem chamar, que está em constituição. Mais do que em um majestoso edifício em Leixões, que é uma afirmação de vontade materializada, importa focar a atenção no processo revolucionário em marcha.
Não é preciso pudor com as palavras, a UP cria um Centro que não é mais um centro mas sim uma confederação de capacidades, acrescenta valor à capacidade que já existe: institutos como o INESC TEC, o INEGI, o CIIMAR consorciam as suas vontades no seio da Universidade do Porto para coordenar atividades de I&D focadas nos oceanos; as diversas Faculdades da UP acrescentam a necessária coesão ao projeto proporcionando ambiente de pós-graduação multidisciplinar; e a UPTEC disponibiliza o seu ecossistema para acomodar as atividades empresariais que possam ser incubadas na iniciativa.
Isto também é imagem: a UP tem ambição. Capitaliza nos valores que possui para complexificar o seu sistema. Não se limita a criar mais laboratórios, organiza superestruturas que extraem mais valor do valor que a UP já tem. Senhores, é a silenciosa revolução em marcha.
Fala-se que o oceano é o fado português. Uma Frente Ampla para o Domínio dos Oceanos – é o f.a.d.o. que a UP assume.
Fonte/imagem: www.newton.pt (Arq. Luís Pedro Silva)