Grupo de Robótica enriquece INESC Porto
Entrevista a Américo Azevedo
A entrada do Grupo de Robótica e Sistemas Inteligentes (ROBIS) no INESC Porto, noticiada no BIP de Julho do corrente ano, veio consolidar a aquisição de novas competências por parte do INESC Porto, abrindo um leque de potenciais sinergias e mercados. O BIP entrevistou Américo Azevedo, que assegura a coordenação do ROBIS juntamente com António Paulo Moreira, no sentido de tentar perceber como vê o desafio de desempenhar um papel duplo no INESC Porto e quais os benefícios que tanto o Grupo de Robótica como o INESC Porto podem tirar desta ligação.
BIP: O que é que acha que o INESC Porto e o Grupo de Robótica ganham com esta união?
Américo Azevedo (AA): Tanto o INESC Porto como o Grupo de Robótica ganham muito com a integração entretanto consumada. Por um lado, o Grupo de Robótica adere a uma instituição que funciona como uma plataforma I&D multifuncional e que se tem vindo a desenvolver de forma sustentada, o que quer dizer que o INESC Porto poderá funcionar como uma rampa de desenvolvimento e de evolução para o Grupo. De facto, para além da exploração de sinergias com as diversas unidades, o Grupo de Robótica poderá tirar partido de uma estrutura profissional de gestão e de suporte, podendo também beneficiar da base de contactos e de relacionamento ímpar a nível a nível nacional e internacional que o INESC Porto detém.
Por outro lado, o INESC Porto, que já explorava no âmbito das suas actividades de variadas áreas relevantes para a sociedade, viu agora aumentar a sua área de actuação, conseguindo, ao mesmo tempo, alavancar um estatuto de diferenciação para o qual o Grupo de Robótica pode contribuir com competências interessantes e que potenciam novas aplicações não unicamente industriais. De facto, o Grupo de Robótica desenvolve também tecnologias de vigilância e sensorização avançadas e tem até uma componente mais lúdica com o futebol robótico. No entanto, é verdade que a vertente industrial do Grupo de Robótica vem reforçar esta área no INESC Porto, desenvolvida pela sua Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção (UESP).
BIP: Que mais-valias antevê para o INESC Porto com a entrada destas novas competências?
AA: Esta inclusão do Grupo de Robótica, sendo uma novidade, é também um revisitar de tecnologias e competências que o INESC Porto já teve no passado, nomeadamente a nível industrial. E estas tecnologias diferenciadoras e muito apelativas nos dias de hoje potenciarão uma visibilidade externa significativa, com uma maior profusão de notícias na comunicação social, mas acima de tudo abrem um sem-número de oportunidades no domínio industrial e igualmente ao nível dos serviços.
O INESC Porto está a profissionalizar-se de forma sustentada e um Grupo de I&D que quer ser competitivo tem de ser profissional. O INESC Porto pode dar isso ao Grupo de Robótica. Por outro lado, ao explorar as potencialidades do Grupo, o INESC Porto pode potenciar sinergias e ganhar novos mercados.
BIP: Como investigador da UESP e agora coordenador do Grupo de Robótica no INESC Porto, o Américo desempenha uma dupla função. Como é que vê este desafio?
AA: A Direcção do INESC Porto planeou de forma muito cuidada e profissional a integração do novo Grupo e procurou que o acolhimento dos novos colaboradores fosse o mais eficiente e eficaz possível. Houve a preocupação de garantir a continuidade das actividades em curso ou em preparação e fundamentalmente houve a preocupação de conhecer as expectativas dos vários elementos, assim como de dar a conhecer e transmitir a cultura e as “práticas” do INESC Porto.
Então, o meu papel aqui é tentar fazer com que a inclusão do Grupo de Robótica seja suave e eficaz, sendo que me posso fazer valer das minhas raízes académicas e experiência nesta área. O meu desafio é essencialmente funcionar como um elo facilitador entre a estrutura directiva do INESC Porto, e do INESC Porto como um todo, e o Grupo de Robótica e Sistemas Inteligentes.