A Vós a Razão
“Cooperar é preciso; viver não é preciso”
Por Carlos Renato Lisboa Francês*
Recentemente, o Brasil vem realizando um grande esforço para tornar o atual momento econômico em uma realidade que possua longevidade e solidez. E o que me parece é que pela primeira vez em nossa história, há uma percepção clara para o fato de que não há “fórmulas mágicas”: não se faz desenvolvimento sustentável sem priorizar educação! Tampouco resolveria as nossas mazelas a criação e manutenção de “ilhas de excelência” no país. De fato, o que muda o destino de uma nação é a disseminação em larga escala de conhecimento, ciência, cultura, arte, tecnologias, em todas as direções.
Em minha opinião, esse movimento (ponto de inflexão) começou a ser realizado no Brasil. Entretanto, tal movimento deve ser, necessariamente, um movimento de cooperação, de articulação, de parceria com aquilo que há de melhor no mundo (pesquisadores/investigadores, instituições de ensino e pesquisa, artistas, etc.). De maneira que mentes brilhantes e instituições de excelências possam ajudar-nos a formar maciçamente recursos humanos e massa crítica, em número suficiente para alavancar o desenvolvimento brasileiro de maneira efetivamente sustentável.
Neste cenário, Portugal tem muito a favorecer-nos, por vários aspectos interessantes, entre os quais podem ser destacados: (1) o idioma; (2) a proximidade cultural; (3) o alto poder de superação (para poder sobreviver competitivo na Europa); (4) e a maneira não preconceituosa com que Portugal enxerga o mundo.
Não ao acaso, todos esses aspectos positivos são facilmente verificados no meu convívio diário em Portugal e, em especial, no INESC TEC (ambiente no qual me sinto como se estivesse em casa).
No INESC TEC, em adição, há um caráter de cooperação que é digno de ser copiado e reproduzido... muito rapidamente, em 10 minutos, consegue-se reunir uma equipe(a) multi/interdisciplinar capaz de tratar de um determinado problema complexo. Isso sim é fazer ciência, que etimologicamente deriva da palavra latina scientia, que significa conhecimento. Isso é gerar conhecimento e aplicá-lo em benefício da sociedade em que estamos inseridos.
Hoje tenho a visão cristalina de que o INESC TEC é elemento chave para o desenvolvimento de Portugal e que o INESC TEC e Portugal são fatores importantíssimos para o desenvolvimento sustentável do Brasil, não apenas como uma potência econômica, mas também (e principalmente!) como uma potência da ciência, do conhecimento, da tecnologia e do uso de tudo isso para o bem da sociedade brasileira e para o bem da humanidade.
Vida longa ao INESC TEC e ao espírito desbravador de seus pesquisadores/investigadores e colaboradores.
* Investigador convidado na Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM) e Professor na Universidade Federal do Pará – Brasil.