INESC TEC e UTAD unem esforços
Investigadores doutorados da UTAD reforçam “tecido” INESC TEC
A Unidade de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (USIG), a Unidade de Robótica e Sistemas Inteligentes (ROBIS) e a Unidade de Sistemas de Energia (USE) acolheram recentemente 10 investigadores doutorados da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), uma integração que surge na sequência da assinatura do protocolo, no passado dia 15 de fevereiro, entre o INESC Porto (entidade coordenadora do INESC TEC) e esta Universidade transmontana. Alguns destes investigadores trazem para o INESC TEC novas competências e estão já a trabalhar em projetos que permitirão abrir linhas de cooperação internacional.
A união faz a força
Um conjunto de investigadores doutorados da UTAD integrou recentemente diferentes Unidades de Investigação e Desenvolvimento (I&D) do INESC TEC, designadamente as Unidades de Robótica, de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica e de Energia. A integração destes membros levou assim à constituição de um polo do INESC TEC na UTAD, na sequência da assinatura de protocolo entre o INESC TEC e a Universidade transmontana, no passado mês de fevereiro.
Vladimiro Miranda, Diretor do INESC Porto (entidade que coordena o INESC TEC), foi o interlocutor das negociações com a Reitoria da UTAD e com a Direção da Escola de Ciências e Tecnologia desta Universidade. De acordo com o Diretor, esta união “tem um carácter mais simbólico e agregador já que estes investigadores integram agora Unidades que já existiam, cada uma mais próxima da sua área de especialidade”, ou seja, “não vai haver uma Unidade de investigação da UTAD, até porque as pessoas que se juntam agora ao INESC TEC têm perfis bastante diferentes a nível tecnológico”, explica.
Mas esta ligação à UTAD não é recente. De facto, tanto a USIG como a Unidade de Optoeletrónica e Sistemas Inteligentes (UOSE) já integravam nos seus grupos elementos da UTAD. Aos quatro investigadores que já faziam parte do INESC TEC, juntam-se agora mais 10. Esta união é, portanto, o reforçar de uma ligação que se vem estendendo e reforçando há vários anos. Para Vladimiro Miranda, “os processos de diálogo e aproximação correram bem e, em vários casos, já existe um esforço dos investigadores para se integrarem nos projetos INESC TEC, ajudar a propor novos projetos e a abrir linhas de cooperação internacional”, revela.
Novas competências reforçam tecido INESC TEC
No caso particular da USIG, a adesão dos novos investigadores da UTAD reflete-se em dois aspetos importantes. Um tem a ver “com o reforço das competências da USIG em algumas das suas áreas, nomeadamente em computação gráfica, sobretudo em ‘serious social games’ e interfaces de acesso universal, assim como nos sistemas de informação, em particular em trabalho cooperativo, ‘e-learning’ e modelização de sistemas de informação”, afirma Fernando Silva, um dos coordenadores desta Unidade. Um segundo aspeto igualmente relevante “é a oportunidade de consolidar um subgrupo da USIG ao nível da UTAD, onde estão incluídos três membros que já pertenciam à USIG”, acrescenta. Isto permite “criar um maior dinamismo local que naturalmente se refletirá em cooperação ao nível da Unidade”. Para Fernando Silva, “o grupo como um todo tem conseguido um bom conjunto de alunos de doutoramento, novos projetos e isso ajuda a criar uma boa dinâmica para a investigação”.
Já na ROBIS estes docentes da UTAD irão trabalhar num conjunto de projetos já negociados com a Universidade Federal Rural da Amazónia (UFRA), no Brasil, resultado do entendimento conseguido com esta instituição e com a Universidade Federal do Pará. Para António Paulo Moreira, um dos coordenadores da ROBIS, “a entrada destes novos investigadores é de elevada importância pois possuem competências complementares nas áreas de redes sensoriais, sensores micromaquinados, controlo adaptativo, otimização multiobjectivo e computação evolutiva”, realça. Além disso, continua o coordenador, ao virem de outra instituição que até ao momento não tinha representantes nesta Unidade, “acabam por trazer uma nova cultura, novos saberes e maneiras de abordar os problemas. Esta multiculturalidade acaba muitas vezes por ser benéfica e criar situações inovadoras”, conclui.
Finalmente a USE integrou um docente que trabalha na área de Power Quality, que constitui uma nova área na Unidade. Para além disso, está a ser feito com investigadores da UTAD um esforço de preparação de propostas no Brasil, nomeadamente com a Eletrobras, para quem já foram elaboradas cinco propostas. Isto significa que só nos primeiros meses de integração foram dados passos importantes, ou seja, existe já nesta ligação uma dimensão internacional. Mauro Rosa, coordenador do Gabinete Brasil do INESC TEC cujo objetivo é manter ativas e estreitas as relações entre o INESC TEC e o INESC P&D Brasil e ativar a cooperação com este país, confirma que “a UTAD participou recentemente da assinatura do convénio com a Universidade Federal Rural da Amazónia para atividades relacionadas com o setor agroindustrial”.
Agricultura de precisão com dimensão internacional
As competências, novas e complementares, trazidas por estes investigadores doutorados vêm enriquecer o INESC TEC, não só do ponto de vista tecnológico, mas também do ponto de vista de conhecimento de áreas de aplicação, e foi isso que permitiu abrir a cooperação com o Brasil na área da agricultura de precisão. Vladimiro Miranda afirma que “a UTAD tem um conhecimento mais próximo desta área da sua experiência de aplicações de tecnologia na agricultura e agroindústria, e no Brasil está a verificar-se um momento de entusiasmo pela agricultura de precisão”.
Com o trabalho que o INESC TEC está já a desenvolver com estes investigadores da UTAD será possível transferir em breve para o Brasil um conjunto vasto de soluções e tecnologias, e “é nesse processo de transferência de conhecimento que a UTAD nos vem enriquecer”, afirma o Diretor. Isto permitiu já, não só a assinatura do acordo com a Universidade Federal Rural da Amazónia, mas também com a Universidade Federal do Pará e “espera-se que daí resulte uma grande atividade”, acrescenta.
Em jeito de conclusão, Vladimiro Miranda afirma ainda que “a UTAD ficará satisfeita por verificar que a integração destes docentes já evidencia tão bons resultados”. Em pouco tempo, estão a abrir-se novas portas e novos horizontes “sem nunca desvirtuar a matriz genética original do INESC TEC”. Para o Diretor, o INESC TEC não agregou uma “área que fosse inteiramente descolada do seu foco central, mas sim áreas que vêm enriquecer o seu tecido”.
Créditos:
Fotos Destaque 2 e 8 - Facebook UTAD
Foto Destaque 7 - Flickr