Offside
Corporate

Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da JPM Automação e Equipamentos Industriais, S.A., pela voz de José Paulo Silva.

Fora de Série

"(...) quando não estou a aguardar o resultado de nenhuma submissão de artigo ou projeto, falta-me qualquer coisa…", Jaime Cardoso (UTM)

A Vós a Razão

"Foi com enorme satisfação que recebemos recentemente a notícia que o nosso primeiro resultado de I&D desta nossa nova aposta tinha visto a luz do dia.", João Paulo Cunha (BRAIN)

Asneira Livre

"Vários temas passaram-me pela cabeça, desde a política ao desporto, mas achei que a maior parte dos 'inesquianos' já deveriam estar inundados com estes temas...", Ana Especial (DIL)

Galeria do Insólito

Quando a temperatura sobe...

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC TEC...

Novos Doutorados

Venha conhecer os novos doutorados do INESC TEC...

Cadê Você?

O INESC TEC lança todos os meses no mercado pessoas altamente qualificadas...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC TEC, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

Biptoon

Mais cenas de como bamos indo porreiros...

Subscrever o BIP
 

A Vós a Razão

BRAIN@INESC TEC: O nosso primeiro resultado

Por João Paulo Cunha*

Desde que cheguei à FEUP [Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto], há cerca de ano e meio, comecei a construir um novo grupo de I&D chamado BRAIN (Biomedical Research And INnovation), que foi entretanto integrado no INESC TEC.

No  BRAIN temos dois vetores principais de I&D: NeuroEngenharia e “Quantified self”. A NeuroEngenharia é uma área da Engenharia Biomédica que se dedica aos sistemas de apoio ao diagnóstico e terapêutica de doenças neurológicas, nomeadamente na neurocirurgia, neurofisiologia, neurologia e neuropsicologia. O “Quantified self” agrega toda a área de I&D que vai dos dispositivos vestíveis ou intra-corporais para monitorização humana, até ao reconhecimento de padrões retirados dessa monitorização e que podem representar biomarcadores precoces duma doença (por ex. alterações cardiovasculares), dum evento agudo (por ex. uma crise epiléptica) ou simplesmente duma alteração de bem-estar (por ex. que o peso a mais deste mês está relacionado com a diminuição do meu nível de dispêndio energético por ter deixado de ir ao ginásio com tanta frequência).

Foi com enorme satisfação que recebemos recentemente a notícia que o nosso primeiro resultado de I&D desta nossa nova aposta tinha visto a luz do dia. Trata-se do primeiro artigo científico com a nova afiliação do grupo, publicado na revista Epilepsy and Behavior, com o título “Upper limb automatisms differ quantitatively in temporal and frontal lobe epilepsies” [1]. Insere-se, portanto, no vetor de NeuroEngenharia e vem duma já longa linha de I&D em quantificação de movimento em doenças neurológicas que agora tem seguimento no INESC TEC.

Em parceria com os nossos colegas da Faculdade de Medicina da Universidade de Munique e do IEETA/Universidade de Aveiro demonstramos, com base na análise de 58 crises epiléticas, que um dado tipo de movimentos induzidos por elas possui padrões que permitem determinar automaticamente se a origem da crise dentro do cérebro é localizada numa de quatro regiões possíveis (os lobos frontais ou temporais). Este resultado tem uma implicação direta na prática clínica em neurologia pois permitirá oferecer aos médicos mais uma informação que os ajudará a tomar decisões clínicas sobre a terapêutica a prescrever a estes doentes. Ele constitui mais uma evidência de que a quantificação de movimento em doenças neurológicas tem implicações clínicas, missão que temos vindo a abraçar há mais de dez anos.

Por outro lado, este resultado demonstra que, ao fim de relativamente pouco tempo, conseguimos ter as condições de dar continuidade a uma linha de I&D de elevado potencial científico e obter resultados neste nosso novo desafio que é o BRAIN.  Tal não seria possível sem a aposta da Direção do INESC TEC, do DEEC [Departamento de Engenharia Eletrotécnica e de Computadores] e da FEUP a quem quero deixar desde já aqui o meu sincero agradecimento público. A minha convicção inicial de que iria encontrar no universo U.Porto as condições ideais para desenvolver estes vetores de I&D teve agora o seu primeiro sinal de que estava correta e encaro com enorme esperança e motivação os desafios que aí vêm para tentar levar o BRAIN a ser um motor de I&D e inovação na área a que decidi dedicar a minha vida: a engenharia biomédica.

*Coordenador do grupo Biomedical Research And INnovation (BRAIN)

[1] Cunha JPS, Rémi J, Vollmar C, Fernandes JM, Gonzalez-Vitores JA, Noachtar S. Upper limb automatisms differ quantitatively in temporal and frontal lobe epilepsies. Epilepsy & Behavior. 2013;27:404-408.