Asneira Livre
baboseiras e larachas
*Por Mário Couto
Depois de, na edição anterior do BIP, ter aparecido como “Fora de Série”, esta semana surjo novamente, mas desta vez, na secção “Asneira Livre”. Confesso, que não estou habituado a tanto protagonismo, até porque gosto de ser discreto. No entanto, não podia fugir a esta tarefa que, como todos sabem, é de extrema dificuldade. Foi-me incumbida a função de tentar ser engraçado, lançando aqui, um vasto conjunto de baboseiras e larachas.
Apesar de ter aceitado escrever nesta secção, questionei-me acerca dos motivos que teriam levado à minha escolha para a “Asneira Livre”. Concluo que isto não passa de uma tentativa, por parte do Serviço de Comunicação (SCOM), de denegrir a minha imagem. Primeiro, na edição de setembro sou eleito “Fora de Série”, o que corresponde sempre a uma imagem de trabalho e seriedade; porém, logo no mês seguinte, pedem-me para escrever asneiras, ou seja, lá vem a minha reputação numa trajetória descendente, tal e qual, como o PIB nacional. O meu estado de graça conseguiu ser mais curto do que o da coligação de governo.
Esta tramoia, montada pelo SCOM, podia ter contribuído para diminuir ainda mais a minha reputação, contudo, lá tive de colocar um travão para que o descalabro não fosse maior. Imaginem que me pediram para tirar novamente uma foto em fundo preto, só que desta vez com um nariz vermelho de palhaço ou, possivelmente, vestido de bobo da corte! Disseram-me: “Queremos inovar na imagem da asneira livre! Gostávamos que o colaborador aparecesse numa situação hilariante, que seria até mais adequada à secção e tu poderias ser a primeira pessoa a fazê-lo!”. Não acedi a tal pedido. Achei que a minha imagem sairia seriamente afectada. Ao que parece, isso não seria mesmo possível de fazer, pois a aquisição do nariz e das vestimentas de bobo da corte iriam ter um peso significativo no orçamento deste ano. A propósito, não se esqueçam da Lei Fundamental dos Cortes: 1/3 do lado da receita e 2/3 do lado da despesa.
Após esta peripécia, lembrei-me que algumas pessoas da USE, nomeadamente, as que trabalham mais próximo de mim (José Iria, Nuno, Meirinhos e Henrique) tinham manifestado interesse em fazer algo semelhante. Recordo-me, por exemplo, que o Meirinhos e o Nuno tinham-me confidenciado que gostavam de tirar umas fotografias com trajes típicos das suas zonas de origem. O Meirinhos quer exibir o traje de pauliteiro de Miranda, enquanto que o Nuno gostaria de mostrar a brilhante farda da Banda Marcial de Tarouquela, estando mesmo disposto a tocar em oboé uma peça de Rachmaninoff acompanhado pelo Ivo (também da USE) ao piano. Quanto ao Henrique e ao José Iria têm um número em conjunto já ensaiado, mas, não querem revelar do que se trata. Outro elemento da USE, o Miguel Heleno, tem igualmente umas ideias para umas festas, mas estas parecem-me ser bastante arrojadas, por isso nem sequer me atrevo a descrevê-las. Espero que estas sugestões sejam aproveitadas pela redação do BIP em futuras edições, apostando, na promoção da criatividade dos seus colaboradores. Parece-me que há aqui material para animar o típico lanche multicultural de Natal.
Como são os meus últimos momentos no INESC TEC, quero deixar aqui uns breves comentários. Para mim, o INESC TEC vai ser sempre marcante, pois foi aqui que iniciei a minha carreira profissional. Sem qualquer margem para dúvida, considero que foi uma experiência enriquecedora a todos os níveis. Obviamente, há um conjunto de pessoas, situações e momentos que ficam guardados na minha memória, os quais, não refiro aqui, porque não gosto de enveredar por caminhos saudosistas. Gosto de acreditar que o melhor está sempre para vir: um pouco de cada vez, um pouco mais além.
Despeço-me, enviando cumprimentos a toda comunidade INESC TEC, em especial, a toda a USE.
Até sempre INESC TEC!
*Colaborador na Unidade de Sistemas de Energia (USE)