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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da Imofilter, pela voz de Francisco Miranda.

Fora de Série

"Continuarei, assim, a dedicar todos os meus esforços para a estar à altura das expetativas desta unidade de investigação e também do papel de recém-doutorada do INESC TEC." Susana Silva

A Vós a Razão

"(...) que vozes calar? que vozes expressar? Numa solução ao jeito da comissão nacional de eleições, fica o tempo de antena distribuído pelas diferentes vozes da razão (...)", Pedro Jorge (CAP).

Asneira Livre

"A qualidade temos - basta ver o INESC TEC e o Ronaldo! Mas é preciso fazer, estruturar, inventar, perseverar!", Francisco Maia (HASLab)

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“Quem tem butt, tem medo”

Ecografia

BIP tira Raio X a colaboradores do INESC TEC...

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Venha conhecer os novos doutorados do INESC TEC...

Cadê Você?

O INESC TEC lança todos os meses no mercado pessoas altamente qualificadas...

Jobs 4 the Boys & Girls

Referência a anúncios publicados pelo INESC TEC, oferecendo bolsas, contratos de trabalho e outras oportunidades do mesmo género...

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A Vós a Razão

As vozes da Razão

Por Pedro Jorge*

Para comemorar os 150 números do BIP, nada melhor do que convidar alguém que “já faz parte da mobília do INESC Porto” para a rubrica “a vós a razão”, deve ter pensado o conselho editorial.

Perante a oportunidade de dar voz à razão, porém, fica o dilema: que vozes calar? que vozes expressar? Numa solução ao jeito da comissão nacional de eleições, fica o tempo de antena distribuído pelas diferentes vozes da razão:

A voz “histórica”

“Eu ainda sou do tempo” em que todos fazíamos parte de um INESC nacional e os doutorados em cada “Centro”, do INESC Norte, se contavam pelos dedos. Assisti à autonomização do INESC Porto, e ao seu crescimento até se transformar no INESC TEC. Estamos de novo com uma grande organização, ainda jovem, cujo segredo para chegar até aqui foi uma estrutura relativamente leve e versátil, assente nas pessoas. O desafio da consolidação passa por conseguir manter a bitola evitando os perigos da sobre-institucionalização da estrutura, com a criação de departamentos e secções e assessores para todos os instrumentos de trabalho. Demasiados rótulos e secções tendem a castrar a criatividade e a enrijecer as articulações da instituição. A virtude, como sempre, estará no equilíbrio.

A voz INESCquiana

Com o crescimento veio um aumento da diversidade do tipo de Unidades e de colaboradores. Umas unidades chamadas produtivas, que assentam a sua ação na prestação de serviços, geram a liquidez essencial à sobrevivência mais imediata da instituição. Outras, mais perto da base da cadeia de valor, contribuem para a excelência científica da instituição, e tem um papel fundamental na obtenção de financiamentos plurianuais essenciais à navegação de longo curso. Esta complementaridade entre as componentes “industriais” e “académicas” é talvez o maior “segredo” do INESC TEC, devendo ser preservada a todo custo e evitando cair na tentação, induzida pela pressão da austeridade, de pôr todas as unidades “a faturar”. O novo modelo do INESC TEC, promovendo a interatividade entre unidades, com certeza contribuirá para manter a dinâmica esbatendo as diferenças de perfil.

A voz sindicalista

Seria de esperar que a estrutura de incentivos aos colaboradores atuasse no sentido de manter esta dinâmica de sucesso. No entanto o sistema de prémios vigente envia sinais contraditórios aos colaboradores. Em época de austeridade dá-se “prioridade” às remunerações complementares de docentes e bolseiros. Deixa-se para melhores dias os prémios de publicação, deixando os bolseiros e contratados de unidades “menos industriais” a pensar que se calhar é melhor esquecer os artigos e apostar tudo na prestação de serviços. E que dizer dos contratados para quem este era o único mecanismo de prémio?! Para estes, uma vez que não tem direito a remunerações complementares, o melhor é evitar prestações de serviços, afinal muitas vezes minimizam as hipóteses de publicar. Mais vale apostar em projectos FCT e orientações para maximizar as chances de passar para o outro lado, para a docência. São estas as mensagens, porventura “erradas”, que o sistema vigente transmite. Acredito que são vicissitudes circunstanciais de um sistema em constante otimização.

A voz idealista

Apesar de todos os choques de realidade, a voz idealista continua presente, e diz-me que é um privilégio ter um trabalho que quase nunca encarei como um emprego mas mais como uma missão. Diz-me também que instituições como a nossa têm obrigação de pensar e fazer diferente e melhor, não devemos jogar segundo as regras do “mundo cão” do capital, mas sim fazer as nossas próprias regras. Aos metafóricos cães deste mundo dêmos um osso duro para roer, e contribuamos para dar às novas gerações o “filet mignon”. Trabalhemos para a “prosperidade sem crescimento” de Tim Jackson numa nova economia que quantifique o valor de cada atividade considerando o seu impacto energético, social, cultural e ecológico traduzindo assim o valor real das coisas.

*Colaborador no Centro de Fotónica Aplicada (CAP)