Fora de Série
A Série dos fora de série
Num universo de mais de 800 colaboradores, são muitos os meses em que há mais de um colaborador com um desempenho “Fora de Série”. Prova disso mesmo é o facto de, em vários meses, recebermos mais do que um nomeado. Isto determinou uma mudança de política editorial: o BIP passou a destacar todos os nomeados em cada mês, sem opção de mérito (porque todos o têm muito!). Adicionalmente, tendo por base critérios de oportunidade noticiosa, é desenvolvida uma entrevista a um dos nomeados.
ESTE MÊS FALAMOS COM HENRIQUE TEIXEIRA
1. O Henrique foi nomeado pela sua prestação nos projetos Sustainable, SCADA-BT e evolvDSO. Em que é que consistiu o seu trabalho nestes três projetos?
O projeto SCADA-BT visou o desenvolvimento, implementação e teste em ambiente real de um sistema inteligente de gestão e controlo direcionado especificamente para redes elétricas BT. Neste projeto, essencialmente, contribuí para a implementação de um algoritmo de trânsitos de potências trifásicos desequilibrados, que pode funcionar de forma isolada (permitindo ao operador de uma rede elétrica saber qual o comportamento da mesma para um determinado ponto de operação) ou como parte integrada de um sistema mais complexo de controlo operacional da rede. Gostava de referir que a contribuição do Ivan Franchin foi crucial para o sucesso da referida implementação.
Já o projeto SuSTAINABLE visa o desenvolvimento e demonstração de um novo paradigma de operação de redes elétricas, que tira partido de informação que se prevê disponível nas redes futuras, permitindo maximizar a integração de produção distribuída. Aqui, fiz parte da equipa responsável pelo desenvolvimento de uma ferramenta de geração de pseudo-medidas destinada a suprir lacunas ao nível da monitorização em subestações MT/BT que não disponham ainda de equipamentos para a aquisição e envio de medidas em tempo-real ou que, dispondo desse tipo de equipamentos, estão obviamente sujeitas à ocorrência de falhas na transmissão de dados.
Relativamente ao projeto evolvDSO, este envolve a definição dos futuros papéis dos operadores de redes de distribuição, bem como o desenvolvimento de ferramentas para cumprir esses papéis, tendo como principal premissa a crescente relevância das fontes de energia renovável distribuídas no mix de produção. Neste projeto, entre outras coisas, fiz parte da equipa responsável pelo desenvolvimento de um estimador de estados para redes elétricas de distribuição, capaz de ultrapassar a falta de monitorização e de caracterização destas redes relativamente à sua topologia e parâmetros elétricos, nomeadamente ao nível da BT.
2. Os projetos Sustainable e evolvDSO são europeus, enquanto o SCADA-BT é nacional. Quais são as grandes diferenças entre trabalhar projetos europeus e projetos nacionais ou prestação de serviços?
Eu diria que a principal diferença entre ambos é a língua utilizada para comunicar com os vários intervenientes, pois o empenho, o rigor e a responsabilidade com que são tratados são exatamente os mesmos.
3. Veio para o INESC TEC em dezembro de 2009, como é que descreveria a experiência destes últimos seis anos no CPES?
Na realidade eu não integrei a família INESC TEC em 2009, mas sim em 2012. Em 2009 apenas participei numa bolsa de integração à investigação durante o 4º ano de faculdade, cujo objetivo foi o desenvolvimento de testes padrão para relés numéricos de proteção. Assim, e tendo como referência os últimos quatro anos, se tivesse de descrever a minha experiência no CPES em apenas uma palavra, essa seria “intensa”. Intensa no sentido de aquisição de conhecimento e na forma em que cada tarefa é realizada. Desde que integrei o seio do INESC TEC, e mais concretamente do CPES, tenho aprendido bastante e crescido outro tanto (não literalmente), superando-me constantemente, o que se torna mais fácil tendo em conta o fantástico ambiente que aqui se vive e as pessoas que do CPES fazem parte.
4. Que áreas de trabalho é que gostaria de explorar ou que projetos gostaria ainda de concretizar no CPES?
Quando ingressei no CPES, os primeiros projetos em que participei consistiram em estudos para avaliar o impacto da integração de produção renovável em sistemas elétricos de energia, bem como possíveis formas de lidar com essa integração de maneira a garantir a estabilidade e integridade dos referidos sistemas, nomeadamente aquando e após a ocorrência de defeitos. Por isso, tenho especial apreço por este tópico e gostaria de no futuro voltar a participar num projeto relacionado com o mesmo. Acima de tudo, gostaria de continuar a trabalhar na resolução de problemas reais e emergentes em áreas de investigação inovadoras, como tem sido a área das redes elétricas inteligentes.
5. Terminaremos este questionário, pedindo que comente a sua nomeação, feita pelos coordenadores do CPES, Manuel Matos e Luís Seca?
"O Henrique Teixeira é um dos elementos da equipa do CPES que tem vindo a desenvolver e implementar algoritmos para gestão e controlo da rede elétrica. Adquiriu, ao longo dos últimos anos, uma grande autonomia e tem revelado um grande empenho e motivação nos diversos projetos em que tem trabalhado. Esta atitude foi essencial para a conclusão de várias tarefas nos projetos Sustainable, SCADA-BT e evolvDSO, que tiveram um pico de atividade muito significativo neste início do ano e onde o Henrique teve um papel fundamental. Esta nomeação premeia, mais do que uma prestação isolada, um elemento fiável e dedicado na equipa do CPES."
Foi com enorme satisfação e com grande surpresa que recebi esta nomeação. Ver o trabalho e dedicação reconhecidos, principalmente pelos coordenadores do CPES, a quem aproveito para dirigir o meu agradecimento, é algo que me deixa cheio de orgulho e, ao mesmo tempo, um estímulo para manter o rigor e o empenho demonstrados até então. Contudo, o sucesso das referidas tarefas (e até mesmo esta nomeação) não aconteceria sem a preciosa contribuição e orientação do Jorge Pereira, Pedro Barbeiro e Ricardo Bessa, a quem aproveito também para agradecer. Por isso, este reconhecimento também é deles.