SEMEAR PARA COLHER
A NASA revelou a descoberta de sete planetas orbitando uma estrela não muito distante do Sistema Solar – mas o certo é que, se não tivermos uma perspetiva de aproveitamento sustentável do nosso próprio planeta, podemos perder as esperanças de um dia visitar esses misteriosos vizinhos.
A agricultura de precisão é uma das formas de se introduzir tecnologia e sustentabilidade numa atividade humana que tantas vezes arruinou solos mais do que sustentou bocas. Renunciando ao modelo artesanal, a faina agrícola estrutura-se com todo o padrão de atividade industrial e o INESC TEC só tem boas razões para dar o seu contributo, graças à sua polivalência: dos sensores às comunicações, das máquinas robóticas ao processamento de imagem, da gestão da produção à logística, todas as tecnologias e ciência residentes e nascentes no INESC TEC se podem especializar para o nicho agrícola, agroalimentar e florestal.
Esse esforço, no INESC TEC, está estruturado na iniciativa TEC4AGRO-FOOD, que organiza o diálogo entre o setor da economia e onze dos treze centros de ciência e tecnologia da instituição – no seio dos quais se desenvolvem projetos de investigação cujos resultados incidem em aspetos de atividade do setor com interesse para empresas que interagem com a nossa organização.
Uma das iniciativas envolve o próximo SBIAgro 2017 – Congresso Brasileiro de Agroinformática, que irá ocorrer em Campinas (São Paulo, Brasil), de 2 a 6 de outubro próximos, organizado pela EMBRAPA e pela UNICAMP e com apoio do INESC TEC e do INESC P&D Brasil. Mais do que contactos avulsos, o INESC TEC oferece às Instituições de Ensino Superior nele consorciadas (Universidades do Porto, Minho e UTAD e ainda Instituto Politécnico do Porto) um veículo estruturado de estabelecimento de diálogos produtivos. Por via disto, a participação portuguesa no SBIAgro 2017 marcará, seguramente, um salto qualitativo no relacionamento com o Brasil em agricultura de precisão.
A referência especial a este evento é merecida: a desejada internacionalização da ciência portuguesa, através dos ganhos de visibilidade que possam conseguir-se, encontra par no desejo de parceria e aliança que o Brasil manifesta em relação a Portugal neste tema. A experiência do modelo INESC TEC de desenvolvimento e transferência de tecnologia aparecem, num diagnóstico rápido, mais uma vez como relevantes, também neste setor do agroambiental e alimentar.