Galeria do Insólito
UMA EXPERIÊNCIA REALMENTE IMERSIVA
Miguel Melo, investigador do Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica (CSIG), mal pode esperar para testar a nova experiência do Laboratório de Realidade Virtual MASSIVE na UTAD.
“Este trabalho é mesmo importante”, pensa Miguel, cheio de orgulho. “Depois de treinarmos os bombeiros para lidarem com situações de calor extremo, depois de ensaiarmos operações complexas com médicos e enfermeiros, vamos lá agora imaginar que estamos a enfrentar uma situação de inundação.”
“Este é um tema que me toca pessoalmente porque venho das ilhas e não posso esquecer as últimas cheias da Madeira”, reflete Miguel, enquanto ajusta os Oculus VR à cabeça e troca impressões com os colegas.
Tudo a postos? Que comece a experiência!
Miguel começa por ouvir o som da água a borbulhar e pouco depois sente o cheiro a chão molhado, a seguir ouvem-se gritos de pessoas e pedidos de socorro. Roda a cabeça quase como uma coruja, tentando absorver tudo o que os seus sentidos conseguem experimentar.
Começa a ser uma realidade assustadora: o nível da água a subir a cada segundo e os objetos da sala a ficarem submersos. Miguel sente-se impotente. Limita-se a olhar para todo o lado com a aflição de não saber o que fazer. Sente os pés encharcados até ao tornozelo.
“Mas espera, era suposto eu sentir os pés molhados?”
No meio do ruído da água e da agitação das pessoas que fogem, ouve um dos colegas a dizer:
- Miguel, Miguel, estás a ouvir-me? Vamos parar com esta experiência porque rebentou um cano aqui no Laboratório e a sala está a ficar toda inundada.