INESC TEC é a instituição portuguesa com mais pedidos de patentes na Europa
INESC TEC submeteu nove pedidos de patentes ao EPO em 2018
O INESC TEC é a instituição portuguesa que mais pedidos de patentes submeteu ao Instituto Europeu de Patentes (EPO, na sigla em inglês) em 2018. No total, Portugal submeteu 220 pedidos de patentes, 9 dos quais foram feitos pelo INESC TEC. Já em 2017, o INESC TEC tinha ficado em 2º lugar português no que diz respeito aos pedidos de patentes a nível europeu. O relatório do Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI), divulgado também este mês, revela ainda que o INESC TEC submeteu 12 pedidos de patentes a nível nacional, sendo o instituto de I&D pertencente ao perímetro de consolidação alargado da Universidade do Porto com mais pedidos de patentes feitos em 2018.
Catarina Maia, responsável pelo Serviço de Apoio ao Licenciamento (SAL) do INESC TEC, garante que o instituto sempre teve e continua a ter uma grande preocupação em trabalhar resultados que fossem apropriáveis para a indústria, de forma a que esta pudesse, assim, alinhá-los com os seus modelos de negócio.
Prova dessa preocupação é o facto de o INESC TEC ser um dos mais recentes membros do European Technology Transfer Offices Circle (TTO Circle), sendo assim a primeira instituição portuguesa a integrar esta iniciativa da Comissão Europeia.
INESC TEC é a 1ª instituição portuguesa no European Technology Transfer Offices circle
O INESC TEC é a primeira instituição portuguesa a fazer parte do TTO Circle, isto é, o Círculo de Gabinetes de Transferência de Tecnologia (ou na versão anglo-saxónica European Technology Transfer Offices circle), uma iniciativa da Comissão Europeia.
O TTO Circle reúne algumas das maiores instituições de investigação europeias, como o CERN, a ESA (Agência Espacial Europeia), o Fraunhofer, a Tecnalia ou o TNO, com o objetivo de partilhar as melhores práticas e conhecimentos em transferência de tecnologia, de modo a desenvolverem atividades conjuntas e uma abordagem comum relativamente a padrões internacionais, profissionalizando assim a atividade e promovendo-a para os mercados Europeus.
Com o objetivo de influenciar algumas políticas europeias e promover as melhores práticas de transferência de tecnologia, a criação desta rede surge pela necessidade que a União Europeia tem de gerar mais inovação, aproveitar a base do seu conhecimento, reforçar a sua posição económica e enfrentar os grandes desafios societais deste século, de modo a impulsionar a sua competitividade global.
“A criação do TTO Circle prova que a inovação está no centro da agenda política de Bruxelas. A transferência de tecnologia vai permitir enfrentar os desafios societais mais críticos com que atualmente nos deparamos a nível europeu, como por exemplo a saúde, a segurança energética, alterações climáticas, entre outros”, explica Catarina Maia, responsável do SAL e a representante da instituição no TTO Circle.
A transferência de tecnologia como uma indústria emergente
A transferência de tecnologia do contexto de investigação académica para as empresas é muito europeia e apresenta, cada vez mais, semelhanças com uma indústria emergente – existem inúmeras tecnologias de alto valor, mas a paisagem é altamente fragmentada, com falta de massa crítica e com grandes disparidades em termos de desempenho e de práticas.
Há estudos que indicam que a falta de escala é um dos principais problemas nesta área. É precisamente este paradigma que a União Europeia quer mudar. É, por isso, estratégico para a Comissão Europeia que os gabinetes de transferência de tecnologia dos principais institutos de investigação se agrupem e atuem como pioneiros na melhoria desta área.
Porque integra o INESC TEC este grupo restrito de Bruxelas?
“Só fazem parte do TTO Circle 31 instituições de investigação, todas elas de grande dimensão e com uma estratégia sólida e bem definida. O INESC TEC reúne todas estas condições - é o maior instituto a atuar na área de engenharia em Portugal e é também uma das instituições com maior número de patentes submetidas a nível nacional nos últimos anos. Só em 2018 foram realizados 28 pedidos de patentes nas áreas de processamento de sinal digital e elétrico, tecnologia médica e segurança em redes de comunicações sem fios. Fomos ainda a instituição nacional a fazer mais pedidos de patente junto do Instituto Europeu de Patentes em 2018 - sendo que em 2017 tínhamos ficado em segundo lugar. Atualmente, encontramo-nos a criar várias spin-offs baseadas em tecnologias proprietárias”, explica a responsável do SAL.
Só nos últimos três anos foram concedidas oito patentes às invenções do INESC TEC – duas em análise de voz, cinco em processamento de sinal digital e elétrico e uma em eletrónica de potência. As patentes foram concedidas nos EUA (3), Japão (2), Europa (2) e Coreia do Sul (1). Olhando para os últimos três anos, foram criadas quatro spin-offs – a MitMyNid, a LTPLabs, a Ubirider e a InSignals Neurotech.
Quem faz mais parte do TTO Circle?
O TTO Circle é constituído atualmente pelas seguintes 30 instituições: CEA, CERN, CIEMAT, CNRS, CNR, DTI, ENEA, ESA, ESRF, ETH Domain, FORTH, Fraunhofer, Helmholtz Association, ILL, Imec, Inria, Jožef Stefan Institute, Leibniz Association, Max Planck Society, RISE, SINTEF, STFC (Science & Technology Facilities Council), Teagasc (Agriculture and Food Development Authority), TECNALIA, The Czech Academy of Sciences (CAS), TNO, Tubitak (The Scientific and Technological Research Council of Turkey), VITO, VTT Technical Research Centre of Finland Ldt e The Weizmann Institute of Science.
A investigadora do INESC TEC mencionada na notícia tem vínculo ao INESC TEC.