Fora de Série
A Série dos fora de série
Num universo de mais de 800 colaboradores, são muitos os meses em que há mais de um colaborador com um desempenho “Fora de Série”. Prova disso mesmo é o facto de, em vários meses, recebermos mais do que um nomeado. Isto determina uma mudança de política editorial: desde dezembro de 2013, o BIP passou a destacar todos os nomeados em cada mês, sem opção de mérito (porque todos o têm muito!).
Adicionalmente, tendo por base critérios de oportunidade noticiosa, é desenvolvida uma entrevista a um dos nomeados.
ESTE MÊS FALAMOS COM... José Iria (CPES)
1. Esteve envolvido ativamente em dois projetos recentes com parceiros industriais, revelando uma postura excecional que levou à sua nomeação para “Fora de Série”. Quais foram esses projetos e qual foi o seu papel neles?
Os dois projetos em que estive envolvido foram o EFA-iCHARGE e o SCADA BT, que resultaram de contratos diretos com a EFACEC. O EFA-iCHARGE consistiu no desenvolvimento de um sistema inteligente para a gestão de carregamento de veículos elétricos. Neste projeto fui responsável pelo desenvolvimento de soluções de software. É importante salientar que o desenvolvimento destas soluções contou com importantes contribuições de Joel Soares e Ivan Franchin.
Em relação ao SCADA BT, este projeto consiste no desenvolvimento de um sistema inteligente de gestão e controlo de redes de baixa tensão. O SCADA BT é um projeto que ainda está a decorrer, em que fui responsável pela definição e especificação dos módulos de deteção de defeitos e gestão de alarmes.
2. A par do trabalho de investigação, está a frequentar o Programa Doutoral em Sistemas Sustentáveis de Energia. Em que área se está a focar?
Comecei o doutoramento em Sistemas Sustentáveis de Energia este ano, sendo que o primeiro ano consiste em aulas. Por essa razão, neste momento estou mais concentrado em resolver os assignments das disciplinas, do que em começar a desenvolver a minha tese de doutoramento. Mas, como é natural, existem áreas de investigação que me atraem mais. Uma delas é a gestão ativa da procura, onde o meu principal foco é o envolvimento de consumidores de baixa tensão em programas de demand response.
3. Está no Centro de Sistemas de Energia (CPES) desde 2011. O que mais o estimula e seduz no trabalho que tem vindo a desenvolver no Centro?
A minha ligação à USE, como era designada na altura, começou em 2011 com o desenvolvimento da minha tese de mestrado, sob orientação do professor Manuel Matos. Em março de 2012 comecei a trabalhar no CPES num projeto de consultoria, que ainda hoje sobrevive, designado por “Vilas Boas”. Desde aí tenho trabalhado em diversas áreas dos sistemas elétricos de energia, sendo as smart grids e as smart homes as áreas que mais me fascinam. Mas o que realmente me seduz no CPES é a liberdade que nos é dada para desenvolver soluções inovadoras, que muitas vezes são transferidas para a indústria. Um exemplo disso são os projetos EFA-iCHARGE e SCADA BT.
4. Os seus planos profissionais passam pelo mundo académico ou pretende tentar uma experiência na indústria?
A ideia de que uma carreira académica não implica ter contacto com a indústria é uma coisa do passado. Acho que o percurso académico perde o significado se não estiver em estreito contacto com a indústria. Por outro lado, penso que não existe a necessidade de trabalhar fisicamente na indústria para ter uma experiência na indústria. Podemos, tal como acontece no CPES, trabalhar com e para a indústria. Um exemplo disso são os projetos SCADA BT e EFA-iCHARGE. Os meus planos profissionais passam por trabalhar em investigação com forte envolvimento industrial.
5. Terminaremos este breve questionário pedindo que comente a sua nomeação, feita por Luís Seca, coordenador adjunto do CPES.
O José Iria é um jovem investigador e estudante de doutoramento que tem desenvolvido o seu trabalho na área da gestão da procura, incluindo integração dos veículos elétricos em redes de distribuição de energia elétrica. Trabalhou em projetos FCT e contratos diretos com parceiros industriais. Foi precisamente em dois destes contratos com a indústria, um recentemente terminado e outro que ainda está a decorrer, que participou ativamente e de forma decisiva na definição e especificação de soluções de software para a gestão de cargas e monitorização e controlo de redes de distribuição. Demonstrou elevado empenho e responsabilidade, tendo dedicado muitas horas de trabalho e obtido resultados de muita qualidade.
É sempre agradável que a qualidade do nosso trabalho seja reconhecida por alguém com a competência e capacidade do Luís Seca. É um comentário que muito me orgulha e motiva a continuar a trabalhar de forma rigorosa e com elevados padrões de qualidade. Devo, no entanto, dizer que este trabalho não foi só meu, mas sim de uma grande equipa que é o CPES.