O modelo exemplar
Há sete anos atrás, o INESC TEC ousou de novo: lançou-se na aventura da criação do INESC P&D Brasil, a única (até agora) instituição de I&D em país estrangeiro criada por uma unidade do sistema científico nacional.
Está certo que o Brasil não é um país tão estrangeiro como os outros: muitas das suas genéticas respiram e transpiram português. É até difícil explicar, a um europeu do centro ou norte, o que é essa afinidade, essa cumplicidade, que contraria estereótipos sobre Norte e Sul.
Mas é outro país, outro estado – e é preciso respeitar a sua individualidade.
O INESC P&D Brasil ou, como carinhosamente é lá chamado, o IB, foi construído por brasileiros. Um corpo nuclear importante foi constituído por jovens doutores que, estando na Europa, responderam ao desafio que o INESC TEC colocou e aceitaram regressar ao seu país para lá materializar algo de novo, inspirado no modelo de êxito do INESC TEC.
Eles estão fazendo uma silenciosa revolução.
O IB apresenta, nos últimos quatro anos, um crescimento exponencial. O orçamento de 2019 prevê uma operação de 12 milhões de Reais. Não sofreu com a crise. E entrou numa nova fase, em que, em função das mudanças da lei brasileira, as universidades parceiras da Rede IB (e são 15) se estão a converter em associados da pessoa jurídica.
O IB é um instituto internacional, plurinacional, com sócios da Europa e do Brasil. Instrumento do INESC TEC, em aliança com os seus associados brasileiros, é com orgulhosa satisfação que se escuta, da boca de membros do Governo de Brasília, que é modelo único no país e que está a implementar algo de inovador, que é o que o país precisa.
Se o governo brasileiro o quer replicar no seu país, talvez o governo português entenda quão útil seria replicá-lo noutros países também.
Créditos foto: inescbrasil.org.br