Asneira Livre
O começo do fim
Por Miguel Ángel López*
Quando recebi o convite para escrever um pequeno artigo, no princípio pensei que estavam “pegando no meu pé”. Depois entendi que não era assim e soube que o INESC Porto tem uma secção no seu boletim chamada “Asneira Livre” onde podemos escrever o que quisermos. Não percebo o que significa a palavra “asneira” aqui. Talvez seja porque o que se conta não é muito importante ou tem pouco interesse. Seja como for, o facto é que é livre e, portanto, posso contar o que eu quiser, cumprindo as limitações de espaço e outros padrões necessários.
Como sou relativamente novo aqui no INESC TEC, creio que o mais adequado será falar um pouco de mim, como estou a viver a minha experiência em Porto e dar os meus agradecimentos. Assim faço.
Para os que não me conhecem, o meu nome é Miguel Ángel López e nasci em Málaga (Espanha). Lá estudei engenharia industrial e três anos mais tarde comecei o programa de doutoramento graças à concessão de uma bolsa por parte da Junta de Andaluzia. Os meus temas de investigação centram-se na integração de veículos elétricos em microrredes e redes de distribuição, assim como na modelação de operações técnicas e de mercado usando algoritmos de otimização.
A minha cidade, que pertence ao Distrito de Andaluzia, é conhecida pela grande afluência de turistas nas praias no verão e pelos seus produtos tradicionais como a anchova frita e o gaspacho, e onde também podemos desfrutar de um bom vinho com um prato de presunto e queijo da província. Málaga é uma cidade antiga no centro, com edifícios altos na periferia. Os monumentos mais importantes são a Catedral, conhecida como "La Manquita" porque lhe falta uma torre, e o Castelo de Gibralfaro. Em geral, as pessoas são abertas e extrovertidas, sem complexos. Eu encorajo a qualquer pessoa a conhecer esta cidade.
Mas não vou só falar sobre a minha cidade. Porto, uma cidade rica em história, famosa pelos seus excelentes vinhos e pelo rico bacalhau, terra de pescadores, uma cidade que se converteu na minha primeira experiência no exterior. Aliados, a Torre dos Clérigos, o Parque da Cidade, e muitos outros lugares agradáveis e sítio de boa gente. O que dizer mais que ninguém saiba? Certamente, o Porto é uma cidade à qual eu terei de voltar algum dia.
Vejo com tristeza o fim da minha estadia aqui porque deixo bons companheiros. Agradeço a todos a sua atenção, especialmente à Paula Castro, que desde o primeiro dia, sem me conhecer, se ofereceu para me ajudar sempre que necessário. Ao João Peças Lopes, Pedro Barbeiro e Filipe Joel Soares que, ainda tendo pouco tempo, conseguiram ajudaram-me a esclarecer as dúvidas que tive em relação ao meu trabalho. Agradeço aos meus colegas Jakov, Julija, Matthias e Hrvoje por todos os almoços que passámos juntos e pelo apoio em alturas de problemas pessoais. Finalmente, agradeço a todos aqueles que em maior ou menor grau me ajudaram a ser melhor, e ao Jorge M. Alves por corrigir este artigo.
Tenho que regressar à minha terra, tenho os meus familiares e as minhas obrigações lá. De qualquer maneira, espero que isto não seja um adeus, mas um até logo. Muito obrigado.
*Colaborador na Unidade de Sistemas de Energia (USE)