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Um olhar sobre nós na voz dos nossos parceiros - Testemunho da NDrive, pela voz de Filipe Carneiro.

Fora de Série

"Defendemos o nosso trabalho e a instituição como um bom patriota defende a sua nação", Paula Silva

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"Se tivesse mais 20 anos, o título deste texto poderia facilmente ser 'A voz da razão'...”, Manuel Eduardo Correia

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"Agora chegou o momento de continuar a minha jornada e aceitar novos desafios, mas não poderia fazê-lo sem agradecer a todos os meus colegas e amigos", Lília Araújo

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Fora de Série

Este espaço destina-se a prestar homenagem a um colaborador que mensalmente se distinga com especial relevo na sua atividade. A escolha final é da responsabilidade da Redação do BIP mas a colaboração das Coordenações de todas as Unidades é preciosa pois as sugestões e motivações são fundamentalmente da sua responsabilidade...

Paula Silva

1. Esta eleição como “Fora de Série” é um presente de Natal antecipado?

Sim, é um presente de Natal. Fico muito contente com o reconhecimento dado ao meu trabalho.
De qualquer forma, quero partilhar este presente com os meus colegas da UESP (Unidade de Engenharia de Sistemas de Produção). Contribuindo direta ou indiretamente para o sucesso do meu trabalho, reconheço-os a todos com “Fora de Série”.

2. Desde que integrou esta instituição, há 15 anos, o que é que mais mudou?

Mudou muita coisa, eu diria mesmo quase tudo. Não mudou “o amor à camisola”, a vontade de inovar e de fazer melhor. Consigo realçar sobretudo o incremento substancial na organização interna, na gestão da instituição e no profissionalismo dos colaboradores.

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3. Como vê o crescimento do INESC Porto, nomeadamente a entrada de novas Unidades de investigação para o Laboratório Associado INESC TEC?

É com muita admiração que vejo a capacidade de crescimento sustentado do INESC Porto. A diversidade de conhecimento especializado e científico é um conforto na interação com o mercado empresarial e uma mais-valia para o sucesso dos projetos nacionais e internacionais.

4.O novo edifício do INESC Porto/FEUP (Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto) é uma das grandes novidades para 2012, mas a Paula ainda é do tempo em que estávamos divididos por diversos edifícios. Que recordações guarda do edifício de José Falcão, a antiga morada da UESP?

Guardo muito boas recordações do tempo em que estivemos em José Falcão. A equipa da UESP, liderada pelo Prof. Mendonça, era constituída por um conjunto de pessoas excelentes, com as quais ainda hoje tenho uma relação de amizade. Relembro, das que já não estão no INESC Porto, a Beatriz Ribeiro (colaboradora da Wipro), o Jorge Picas (professor do secundário), o Nelson Neves (diretor do ISPGAYA), o Rui Brito (professor do ISEP), o Manuel João (professor da Universidade do Minho) e a Glória Branco (colaboradora da AdI). Durante este período, o INESC (na altura assim designado) foi muitas vezes a nossa primeira casa e os colegas foram a família mais chegada. Defendemos o nosso trabalho e a instituição como um bom patriota defende a sua nação.

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5. Qual é a sua formação base e como surgiu a ligação da Paula a esta instituição?

Sou mestre em Engenheira Eletrotécnica e de Computadores da FEUP. Quando terminei o curso fui trabalhar para a Philips em Ovar como Project Leader. Entretanto, entrei no mestrado de Engenheira Eletrotécnica e de Computadores e, para conseguir concretizar esta pós-graduação, iniciei a minha atividade no INESC. O professor Mendonça ofereceu-me um lugar na equipa da UESP.

6. Como é ser mulher num universo onde predomina o género masculino? De que forma é que o papel das mulheres no “universo da engenharia” mudou, ao longo dos últimos 15 anos?

Os colegas que me acompanharam na FEUP eram, na sua maioria, homens, confirmando o desequilíbrio percentual entre homens e mulheres, já tradição na licenciatura de engenharia eletrotécnica e de computadores. O departamento da Philips Ovar no qual trabalhei era constituído apenas por homens e dominava o machismo profissional. No INESC, entre portas, esta diferença nunca foi tão notada; até acontecia a liderança dos projetos ser assumida sobretudo por mulheres. No contacto com as empresas a diferença acentuava-se significativamente.

Hoje, parece-me que há mais equilíbrio entre o número de homens e o número de mulheres que frequentam e exercem atividade em engenharia eletrotécnica. A mudança de mentalidade tem vindo a contribuir para eliminar os confrontos das mulheres com atividades familiares, com preconceitos e com formação académica diferenciada. Ambos os sexos preocupam-se da mesma maneira com carreiras profissionais promissoras, estáveis, não importando se eram tidas como masculinizadas. O mais importante é gostar, gerir a rede de relacionamentos e aproveitar as oportunidades profissionais oferecidas.

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7. Quais as principais mais-valias de trabalhar no INESC TEC? O que é que a motiva a continuar a trabalhar nesta instituição?

Durante um período grande da minha atividade no INESC TEC, sobretudo quando fui aliciada por outras ofertas de trabalho, perguntei a mim mesma quais as mais-valias de trabalhar nesta instituição. De forma imediata surgiram várias, entre outras: a possibilidade de estar na linha da frente do conhecimento na área em que trabalhamos, de pertencer a uma equipa multidisciplinar e a uma organização que valoriza e se preocupa com os seus recursos humanos, a disponibilidade de ferramentas e meios para alcançar os resultados que ambicionamos. No entanto, nem sempre as mais-valias das ofertas concorrentes foram menos importantes. De qualquer forma, continuo no INESC TEC e este facto é a maior prova de que as mais-valias de trabalhar nesta casa vão para além daquilo que consigo explicar.

No dia a dia, a motivação no trabalho surge através dos desafios apresentados em cada projeto (anulando completamente a rotina diária), da possibilidade de aplicar conhecimento e inovação às empresas, da vaidade de pertencer a uma instituição que faz diferente e faz melhor que as suas homólogas.
Hoje, com um bocadinho da minha contribuição, sinto que o INESC TEC é conhecido e reconhecido pela generalidade do tecido empresarial nacional, pelas entidades de I&D em todo o mundo e pelas pessoas que procuram chegar mais longe a partir das suas competências e, como tal, querem fazer parte da nossa equipa.

8. A Paula divide o seu tempo entre trabalhos de consultoria para a indústria e projetos europeus de I&D. Qual é a área que prefere?

Não tenho preferência e sinto necessidade de equilibrar ambas as atividades. Sem dúvida que é aliciante a interação com as empresas industriais, no sentido de responder às necessidades identificadas. No entanto, não deixa de ser menos aliciante a realização de projetos inovadores, permitindo o enriquecimento de conhecimento e competências e a partilha de experiências com pessoas de várias nacionalidades.

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9. Que conselhos daria a um investigador em início de carreira? Na sua opinião, a engenharia eletrotécnica - uma área que é nuclear para a atividade do INESC TEC - assume-se como uma profissão com futuro?

Se possível, continuar a apostar na sua formação pessoal, adquirindo maior conhecimento da realidade e das necessidades do mercado nacional e internacional, alargando as suas fronteiras e as suas relações internacionais. Depois desta experiência, o investigador perceberá melhor o seu perfil e a área na qual deverá desenvolver um trabalho mais maduro e responsável.

A engenharia eletrotécnica é uma profissão de futuro. A licenciatura permite atuar profissionalmente em diversas áreas: técnica, gestão, investigação, formação. As possibilidades de emprego dos engenheiros eletrotécnicos distribuem-se por uma variedade de empresas, privadas ou públicas, administração pública central e local, ensino e investigação; como trabalhadores por conta de outrem, por conta própria ou numa situação mista. Apesar da situação atual mundial e dos elevados índices da taxa de desemprego em Portugal e na Zona Euro, continuam a surgir oportunidades muito interessantes em todas as áreas da engenharia eletrotécnica e de computadores. O diretor-geral da Siemens Energia, dizia, em 2009, ao Jornal Expresso: "Estamos a ter dificuldade em conseguir as pessoas na quantidade que precisamos, nomeadamente em engenharia eletrotécnica. A engenharia em geral é uma das áreas com maior crescimento. Era bom que os jovens percebessem isso, pois se optarem pela engenharia têm garantia de melhor emprego”. No mês passado, o presidente da mesma empresa (Carlos Melo Ribeiro), numa entrevista à SIC Notícias, confirmava a necessidade de quadros nesta área.

11. Terminaremos este breve questionário, pedindo que comente a seguinte citação da coordenação da sua Unidade, a UESP?

A Paula Silva tem revelado um desempenho de assinalar em diversos projetos de consultoria. Entre eles foi responsável por vários projetos na área da manutenção industrial, que culminou num trabalho de coordenação de uma proposta para um projeto Europeu na área da Manutenção Preditiva, onde apresentou um trabalho notável.

Agradeço a todos aqueles que me avaliaram e reconheceram o meu trabalho. Por vezes, há necessidade de responder de forma mais célere e eficaz aos desafios que se nos deparam; foi o que aconteceu nestes últimos meses. De qualquer forma, a minha postura e envolvimento serão sempre os mesmos e peço a Deus que o permita por muitos anos.