INESC TEC pergunta aos portugueses se sabem o que é uma rede elétrica inteligente
o objetivo é construir a energia do futuro
O INESC TEC, juntamente com a EDP Distribuição, a Withus – Inovação e Tecnologia e a NOS, está a conduzir um inquérito nacional que tem como objetivo analisar o nível de conhecimento dos portugueses relativamente às redes elétricas inteligentes.
O mote do inquérito, que até meados de dezembro pode ser respondido em http://upgrid-inquerito.inesctec.pt/index.php/inquerito/, é “Sabe o que é uma rede elétrica inteligente?”.
O porquê do estudo nacional
Esta consulta à população portuguesa surge no âmbito do projeto europeu UPGRID que, com um orçamento de €15,7M, vai, até 2017, instalar quatro grandes demonstradores de redes elétricas inteligentes na Europa, em Portugal (Parque das Nações), Espanha (Bilbao), Suécia (Åmål) e Polónia (Gdansk).
“As respostas que iremos obter nos inquéritos irão despoletar uma série de ações adequadas para sensibilizar os portugueses a compreender a forma como utilizam a sua energia elétrica. Acima de tudo, pretendemos que a população portuguesa compreenda que o conhecimento do consumo e controlo dos diversos dispositivos elétricos existentes nas suas habitações irá permitir, num futuro próximo, obter ganhos significativos na eficiência energética com vantagens não só económicas, mas também ambientais”, explica Luís Seca, coordenador do Centro de Sistemas de Energia (CPES) do INESC TEC.
Para incentivar os portugueses a participar no inquérito vão ser atribuídos alguns prémios a anunciar no decorrer do processo e enviadas novidades acerca do projeto UPGRID a quem, na resposta ao inquérito, deixar o endereço eletrónico.
“O tipo de resposta dos consumidores ao inquérito permitirá traçar o seu perfil quanto ao grau de conhecimento do funcionamento do sistema elétrico, que será depois agrupado e tipificado em vários níveis. O inquirido vai ter acesso a toda esta informação”, afirma o investigador do INESC TEC.
Mas o que são afinal redes elétricas inteligentes?
O caminho para as redes elétricas inteligentes foi impulsionado pelo aparecimento dos contadores inteligentes. Estes contadores – cuja leitura pode ser feita à distância – vieram facilitar a comunicação entre o operador da rede e o consumidor. Mais: quando aliados a outros equipamentos, também fornecem ao operador informação importante sobre o estado da rede; e permitem ao consumidor saber em tempo real exatamente qual o consumo de cada um dos eletrodomésticos que tem em sua casa.
As redes inteligentes assentam, basicamente, nestas capacidades, permitindo atingir um objetivo de interesse comum e que preocupa os países desenvolvidos e os seus cidadãos: a estabilidade da rede elétrica e, portanto, o fornecimento sem perturbações da energia necessária a cada momento. De facto, ao criarem a possibilidade de interação permanente, em tempo real, entre o operador da rede elétrica, o consumidor e os equipamentos instalados na rede e nos locais de consumo (lares, escritórios, fábricas, entre outros), tornam possível, a todo o instante, a tomada de decisões e ações que permitam resolver e até antecipar problemas técnicos locais que podem resultar da variabilidade associada às fontes de produção distribuída de base renovável e/ou cargas elétricas especiais, como por exemplo os veículos elétricos.
Estas e outras curiosidades estão na plataforma do inquérito: http://upgrid-inquerito.inesctec.pt/
O inquérito vai estar disponível até meados de dezembro, altura em que vão começar a ser traçados os perfis. No início de 2017 as quatro entidades portuguesas que fazem parte do projeto vão tornar públicos os resultados e, a partir daí, promover uma série de ações de sensibilização para esta questão.
O projeto UPGRID
Fazem parte do projeto UPGRID 19 parceiros de sete países europeus: Portugal, Espanha, Polónia, Suécia, Reino Unido, França e Noruega (este último como país associado).
O demonstrador português está a ser desenvolvido pelos parceiros portugueses e vai envolver mais de 15 mil consumidores residenciais da freguesia do Parque das Nações, em Lisboa.
Por sua vez, o demonstrador espanhol está a ser desenvolvido pela Iberdrola, Eve, General Electric, Ziv e Tecnalia e envolve 190 mil consumidores. Na Polónia o demonstrador está a ser implementado pela Energa Operator em conjunto com a Atende, Instytut Energetyki e Politechnika Gdanska, envolvendo 14.700 consumidores. No que diz respeito ao demonstrador sueco, está a ser levado a cabo pela Vattenfal, General Electric, Schneider Electric e Powel AS e abrange 528 consumidores.
O UPGRID vai ter um impacto económico e social muito relevante, na medida em que todo o processo de implementação vai envolver não só consumidores finais, mas também todos os agentes que operam na rede elétrica.
O UPGRID é financiado pelo programa da União Europeia H2020, ao abrigo do contrato de financiamento nº 646.531.
O UPGRID é coordenado pela Iberdrola Distribución Eléctrica (Espanha), e conta com a participação do INESC TEC e da EDP Distribuição – Energia, Withus e NOS, em Portugal, Fundación Tecnalia, Universidad Pontificia Comillas, ZIV, Asociación Instituto Tecnológico de la Energía e Ente Vasco de la Energía, em Espanha, Energa Operator, Atende, Politechnika Gdanska e Instytut Energetykl, na Polónia, Vattenfall Eldistribution, na Suécia, Imperial College London e General Electric, no Reino Unido, Schneider Electric Industries, em França, e Powel, na Noruega.
No INESC TEC são três os centros que estão a trabalhar no projeto, são eles o CPES, o Centro de Engenharia de Gestão Industrial (CEGI) e o Laboratório de Software Confiável (HASLab).
O investigador mencionado nesta notícia tem vínculo ao INESC TEC.