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Nesta secção a voz é dada às empresas e organizações que tomaram o INESC TEC como parceiro de projetos e atividades. O bom relacionamento e o bom exemplo são ingredientes indispensáveis para que a ciência e tecnologia sirvam a sociedade com tanto entusiasmo como profissionalismo.
LUÍS MARINHO DIAS, DIRETOR DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DA APDL - ADMINISTRAÇÃO DOS PORTOS DO DOURO, LEIXÕES E VIANA DO CASTELO, S.A.
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"Ao longo desta extensa e exemplar parceria, a colaboração com o INESC TEC tem sido sempre muito positiva. É uma organização de I&D com elevada dinâmica e múltiplas competências tecnológicas, capaz de dar resposta aos desafios complexos que surgem no exercício da Missão da APDL, apoiando a conceção e implementação de soluções muito concretas."
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"Em resultado desta colaboração estamos garantidamente muito diferentes do que éramos há 20 anos. Conseguimos prosseguir uma estratégia persistente e, numas simples palavras de síntese, criar valor com uma logística sustentável."
Histórico da relação entre a empresa e o INESC TEC:
O INESC TEC e a APDL têm uma longa relação de parceria com início no ano de 1993, tendo sido celebrado em março de 1996 um protocolo de colaboração entre as duas entidades.
Ao longo desta parceria, foram desenvolvidos vários projetos de investigação nacionais e europeus, com resultados muito relevantes no contexto internacional, dos quais se destacam os projetos SCOPe, 3PORT, DIW2020, PORTMOS, MIELE e WiderMoS.
O protocolo de colaboração entre o INESC TEC e a APDL foi renovado no ano de 2016, tendo sido incluída uma adenda de internacionalização e gestão dos resultados gerados no âmbito dos diversos projetos desenvolvidos.
Ano em que colaborou com o INESC TEC:
Desde 1993.
Títulos dos projetos:
SCOPe (Electronic Port Community System)
3PORT (Plataforma Integradora de Gestão Georreferenciada de Processos de Negócio Portuários)
DIW2020 (Douro’s Inland Waterway 2020)
PortMoS (Integração dos portos e sistema marítimo de Portugal nas autoestradas do mar)
MIELE (Multimodal Interoperability E-services for Logistics and Environmental Sustainability)
WiderMoS (Wide Interoperability and new governance moDels for freight Exchange linking Regions through Multimodal maritime based cOrridorS)
Centro do INESC TEC com que colaborou:
CSIG – Centro de Sistemas de Informação e de Computação Gráfica
Responsável pelos projetos (INESC TEC):
António Gaspar
Testemunho relativo aos projetos:
A APDL é uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, que exerce as funções de administração portuária nos portos de Leixões, Viana do Castelo e Douro, bem como de administração fluvial na Via Navegável do Douro. Está ainda investida de prerrogativas de autoridade portuária e fluvial. Atua no setor com uma proatividade muito singular e, por isso, necessita incessantemente de inovar, promovendo o desenvolvimento na sua área de jurisdição, com especial foco na esfera do Interesse Público. Neste contexto, e para o exercício eficaz da sua Missão, foi celebrado um protocolo com o INESC TEC, no sentido de complementar a capacidade da APDL com as competências de I&D deste instituto, que foi considerado a entidade que melhor a poderia auxiliar nas suas dinâmicas de inovação. A relação entre o INESC TEC e a APDL teve início há mais de 20 anos. Iniciou-se em 1993, tendo sido o primeiro protocolo assinado em março de 1996. Os primeiros grandes resultados foram alcançados nos anos de 1999/2000. Esta parceria duradoura tem conduzido a excelentes resultados, para ambas as organizações. A inovação promovida no Setor pela APDL foi estruturada em seis dinâmicas de atuação: 1) Nó Porto; 2) Vias Fluviais; 3) Extended Gateways (relação com plataformas logísticas de 2.ª linha; 4) Rede de Serviços Logísticos (onde o porto se insere como nó principal); 5) Oceanos (onde a APDL tem sobretudo sido enabler de iniciativas da Comunidade Científica e Tecnológica); 6) Internacionalização. Considerando que o porto só consegue ser eficiente se for capaz de promover a interoperabilidade na rede onde se insere, fazê-lo é uma tarefa complexa, inovando relações de negócio que envolvem múltiplas empresas e instituições. No âmbito da Dinâmica 1, e neste contexto, surgiu o projeto SCOPe, que teve como âmbito o desenvolvimento de um instrumento de eficiência coletiva do porto (JUP v0 – Janela Única Portuária), cujo sucesso foi fortemente dependente da modelação de processos de negócio. Do trabalho com o INESC TEC, surgiu então aqui a primeira iniciativa nacional de formalização de processos de negócio do porto. Este projeto teve caráter disruptivo, tendo sido pioneiro na modelação de processos portuários em UML- Unified Modeling Language. Para este projeto foi adotado o modelo de investigação em consórcio, envolvendo todos os players do negócio (instituições, empresas do Setor e respetivas software houses). O SCOPe teve um impacto significativo, na medida em que permitiu o acompanhamento de todo o ciclo de movimentação dos contentores no porto, assim como o primeiro processo de interoperabilidade com a autoridade tributária, o que se traduziu no aumento da visibilidade do Porto de Leixões como porto eficiente e moderno. A JUP está já hoje implantada no porto de Luanda e em todos os portos de Cabo Verde e do Chipre. Para além disto, a empresa que colaborou connosco (INDRA Portugal) teve um papel maior no desenvolvimento da solução nacional de Espanha (Puertos del Estado) e do hub Tanger MED. Ainda no âmbito da Dinâmica 1, o projeto 3PORT teve como resultado um sistema de gestão de processos portuários com base georreferenciada, que integra com as várias aplicações informáticas portuárias (ERP, Gestão Documental, Janela Única Portuária, etc). Este projeto está em fase final de implementação e já está a ser promovido a nível internacional, no âmbito da Dinâmica 6. Esta apetência para a comercialização internacional do “ativo” resultante do 3PORT resulta da visão que foi construída, criando um produto fortemente distintivo e orientado para novos paradigmas, desenvolvido pela empresa TRIEDE TTi. A Dinâmica 2, relacionada com a inovação nas vias fluviais, materializa-se no programa DIW 2020 (Douro’s Inland Waterway 2020), que foi criado com o objetivo de melhorar as condições de navegabilidade do Rio Douro, quer no que respeita a condições físicas da Via Navegável, quer da monitorização, controlo e segurança da navegação, sem esquecer os fatores de desenvolvimento da economia do Douro e a potenciação do tráfego de mercadorias nesta via fluvial. Hoje já navegam no Rio Douro cerca de 800 mil passageiros por ano, daí a enorme responsabilidade na melhoria das suas condições de segurança. Na sua primeira fase, para além de outros importantes e significativos resultados, o projeto DIW2020 desenvolve os serviços RIS (River Information Services), fortemente dependentes de uma eficaz cobertura de comunicações no plano de água. Neste projeto, o INESC TEC teve a responsabilidade de gerir uma equipa multidisciplinar que projetou o RIS para o Rio Douro. A primeira fase de estudos foi concluída com sucesso, correndo a segunda fase, com duas candidaturas já aprovadas para a sua implementação no terreno. A Dinâmica 4 (Rede de Serviços Logísticos) impôs-se naturalmente, uma vez que, sendo Leixões um porto Core das Auto-Estradas do Mar, e portanto nó principal das RTE-T (Redes Trans-Europeias-Transportes), competia-lhe ser protagonista na liderança da inovação da forma de fazer logística no espaço Europeu. Assim, desenvolveram-se vários projetos em colaboração estreita com o INESC TEC e com empresas e instituições do Setor, onde se granjeou visibilidade das competências de Portugal nesta matéria. Como alguém sabiamente já afirmou, Portugal poderá ser um país pequeno, mas nessa qualidade sobrevive junto dos grandes pela sua necessidade constante de ser útil. Destacam-se ainda os projetos PortMoS, MIELE, WiderMoS e e-Impact. O projeto PortMoS veio inicialmente criar massa crítica sobre esta problemática das redes de serviços logísticos. Decorreu entre 2005 e 2007, sob patrocínio da APP (Associação dos Portos de Portugal). A APDL e o INESC TEC participaram aqui em iniciativas paralelas. O projeto MIELE, decorreu entre 2010 e 2013 e estreitou decisivamente as complementaridades entre a APDL e o INESC TEC. Permitiu a formalização em 2010 do conceito de LSW - Logistic Single Window, como marketplace de plataformas de negócio interoperáveis, para vender serviços logísticos porta-a-porta, provenientes de fenómenos colaborativos entre prestadores e integradores de serviços logísticos. Teve ainda como resultado a construção de um demonstrador desse conceito, fortemente dirigido às expectativas dos carregadores, especialmente as empresas exportadoras. Orgulhamo-nos de, pela primeira vez na Europa, ter sido por nós aqui criado o primeiro modelo holístico da logística europeia, perspetivando assim o futuro e orientando o esforço a empreender para o construir. Na sua sequência, desenvolveu-se, de 2012 a 2015, o projeto WiderMos, no qual foram resolvidas as questões tecnológicas do demonstrador, evidenciando assim a viabilidade tecnológica da produtização do conceito desenvolvido no MIELE. Foi então implementado um protótipo de referência, que se constitui hoje como o embrião (do domínio público) das iniciativas concorrenciais que naturalmente se seguirão. Entendeu-se então dar continuidade a este esforço, tendo o INESC TEC viabilizado a startup MITMYNID, liderada por seus ex-colaboradores, aí concentrando as competências geradas como resultado da frutuosa relação com a APDL. Esta Dinâmica 4 gerou importantíssimos ativos, que estabelecem os padrões para a logística no futuro. Todos temos consciência desta importante realidade, bem como da responsabilidade de a prosseguir. A Dinâmica 3 (Extended Gateways) não está esquecida. É estratégico para Leixões prosseguir uma relação preferencial com plataformas logísticas de 2.ª linha, em Portugal e Espanha, especialmente as que se interligam pelo modo ferroviário ao porto. Referencia-se aqui o projeto e-Impact, em colaboração com a startup desde 2016, que gerará necessidades de “governance” para o posterior scaling up dos seus resultados. Retomaremos aqui a relação mais estreita com o INESC TEC, no âmbito dos termos da adenda do protocolo. Relativamente à Dinâmica 5 (Oceanos), a APDL tem sido sobretudo um enabler de várias iniciativas do INESC TEC, especialmente as que se relacionam com a robótica submarina e as comunicações no espaço dos oceanos. Na sequência dos resultados obtidos no âmbito das diversas colaborações referidas, para além da gestão dos ativos resultantes das dinâmicas anteriores, surgiu a necessidade de colaborar na internacionalização (Dinâmica 6), tendo sido este o principal foco da adenda ao protocolo de colaboração, assinada recentemente no Business2Sea 2016 (Fórum do Mar). Esta colaboração já vinha a ser prosseguida desde 2014, especialmente centrada na transferência de conhecimento e comercialização da plataforma 3Port nos espaços do Brasil e Angola, garantidamente duas incontornáveis âncoras nos seus respetivos continentes e da Lusofonia. Aqui se desenvolvem conjuntamente as relações institucionais, de parceria e de negócio, para a expansão das nossas capacidades no espaço da Lusofonia e na esfera de influência dos portos da APLOP (Associação dos Portos de Língua Oficial Portuguesa). Ao longo desta extensa e exemplar parceria, a colaboração com o INESC TEC tem sido sempre muito positiva. É uma organização de I&D com elevada dinâmica e múltiplas competências tecnológicas, capaz de dar resposta aos desafios complexos que surgem no exercício da Missão da APDL, apoiando a conceção e implementação de soluções muito concretas. Em resultado desta colaboração estamos garantidamente muito diferentes do que éramos há 20 anos. Conseguimos prosseguir uma estratégia persistente e, numas simples palavras de síntese, criar valor com uma logística sustentável. |