HOMENAGEM NA HORA CERTA
O melhor comentador das profecias é o tempo (Padre António Vieira, História do Futuro, Cap. X)
Termina 2013 e faz-se o balanço. A tormenta foi forte e a nau meteu água. Mas às catastróficas previsões de afundamento, o INESC TEC reagiu como sempre: com a agilidade necessária. Para isso foi feito.
Não foi fácil. Houve notória retração da contratação de serviços de I&D pela indústria, isso compromete equações de sustentabilidade. Houve forte incremento de juros em serviço de dívida, isso é custo acrescido sem retorno de proveito. Houve intenso desinvestimento do Estado na ciência, isso sacrifica a fragilidade da estrutura construída. Houve egoísmos onde houvera solidariedades, isso envenena a vontade e a dedicação.
O INESC TEC, ou melhor, as suas gentes, que são elas o INESC TEC, responderam de forma notável e com aguda perceção da circunstância. Atacou-se a vertente Europeia como nunca antes. Aceitaram-se sacrifícios pessoais, incluindo financeiros, para permitir a sobrevivência do projeto coletivo. Viveu-se a ansiedade como se fosse rotina inócua, para que não atrapalhasse. Nunca desistir, nunca desanimar, foi assim.
Toda a ocasião é ocasião certa mas, na hora do balanço, é o momento justo de homenagear o investigador anónimo, o pesquisador desinteressado, o cientista dedicado, o administrativo leal, o técnico resiliente que permitiram aguentar o barco no meio da borrasca. É o momento único de agradecer.
O INESC TEC aguentou o ano. As suas gentes aguentaram a pressão. E, pela sua ação que diríamos heroica, não fosse o receio de a hipérbole parecer que desvaloriza pelo exagero, estão a consentir que o Tempo comente, com sorriso trocista, as profecias de desastres que se abateriam sobre os institutos desta natureza.