INESC TEC quer aumentar infoinclusão e autonomia dos cegos através de uma plataforma digital móvel
Projeto ce4blind inicia em MAIO
Aumentar a autonomia dos cegos ou de pessoas com visão reduzida, permitindo a sua inclusão num maior conjunto de atividades e melhorando a sua qualidade de vida, através de uma plataforma digital móvel – é este o objetivo do INESC TEC com o projeto CE4BLIND (Context Extraction for the blind using computer vision), que inicia no mês de maio e tem a duração de 12 meses.
Sistema vai integrar as mais recentes tecnologias de captura e impressão de imagem 3D
O projeto CE4BLIND vai integrar as mais recentes tecnologias, tirando partido dos últimos desenvolvimentos dos dispositivos móveis e câmaras miniaturizadas, como o Project Tango, SmartEyeglass, smartphones com aplicações personalizadas, entre outros.
“A leitura automática de texto de livros, revistas, ementas de restaurantes ou o reconhecimento de embalagens alimentares, com recurso a técnicas de visão por computador, são algumas das funcionalidades que irão ser integradas nesta plataforma. O objetivo é obter uma plataforma digital de apoio inteligente e combate à infoexclusão digital dos invisuais, fazendo-os sentir integrados e produtivos na sociedade digital”, explica João Barroso, investigador do Centro de Sistemas de Informação e Computação Gráfica (CSIG) do INESC TEC.
Para além destas técnicas de visão por computador vão ser exploradas novas formas de interpretação de dados 3D de objetos estáticos e em movimento. Interfaces hápticas e objetos táteis podem ser criados a partir dos respetivos modelos adquiridos do mundo real. Deste modo pretende-se melhorar a perceção do mundo real pelos cegos.
A plataforma será concebida com uma interface natural, não invasiva, que será usada por este grupo de utilizadores de uma forma adaptada às suas caraterísticas e limitações, sem necessidade de alterar os seus hábitos e rotinas.
Universidade do Texas e a ACAPO colaboram no CE4BLIND
Esta linha de investigação tem vindo a ser desenvolvida desde 2008, momento em que se iniciou o projeto SmartVision, que tinha como objetivo fornecer a um utilizador invisual instruções acerca de como chegar a um determinado destino e, simultaneamente, dar indicações relativamente a obstáculos e pontos de interesse na vizinhança do utilizador, tais como passadeiras, escadas e entradas de edifícios.
Seguiu-se o projeto Blavigator que quis dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos no projeto anterior e pretendia criar um sistema de navegação para cegos, capaz de ser comercializável.
“No Blavigator desenvolvemos uma bengala eletrónica para ajudar pessoas invisuais a deslocar-se e uma aplicação que permite receber informação geográfica através do telemóvel. A bengala possui uma antena, um leitor de identificadores de rádio frequência e toda a eletrónica que permite fazer a leitura dos identificadores. Estes identificadores podem ser colocados na via pública ou em edifícios funcionando como fonte de informação que é transmitida ao utilizador pelo sistema”, explica Hugo Paredes, investigador do INESC TEC.
O CE4BLIND é o projeto mais recente nesta área.
A equipa de investigadores do INESC TEC que participam neste projeto é composta por João Barroso, Vítor Filipe, Hugo Paredes e Hugo Ricardo Fernandes, do CSIG.
Os investigadores com ligação ao INESC TEC referido nesta notícia têm vínculo às seguintes entidades parceiras: UTAD e INESC Porto.