INESC Porto revoluciona segurança com robô vigilante colaborativo
Projecto milionário agrega competências do INESC Porto para solução vigilante inovadora
O INESC Porto integra um consórcio orçamentado em 1,2 milhões de euros, que prevê o desenvolvimento do primeiro robô vigilante ‘inteligente’ – o ROBVIGIL. Pioneiro no mundo, este robô caracteriza-se pela mobilidade, autonomia e capacidade de cooperação com outros robôs e com operacionais na área de segurança através de tele e videoconferência, funcionando como suporte à actividade humana. Dotado de sensores, consegue igualmente assegurar tarefas potencialmente perigosas para o homem, demarcando-se das soluções actuais. O projecto ROBVIGIL tem uma duração prevista de dois anos e as primeiras unidades experimentais devem chegar ao mercado já em 2012.
O primeiro robô vigilante ‘inteligente’ no mundo
ROBVIGIL é o nome do projecto que arrancou em Fevereiro pela mão de um consórcio de 1,2 milhões euros e que inclui, para além do INESC Porto, a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), a Clever House – Sistemas Inteligentes, Lda. (promotora do projecto), distribuidores em Portugal dos líderes mundiais em robótica civil e de segurança, a Strong Segurança, S.A., Empresa de Segurança e Desenvolvimento de Soluções de Electrónica para Segurança, e a Sinepower Consultoria, Projectos de Engenharia Electrónica, Lda., uma empresa de electrónica.
O objectivo é ambicioso: desenvolver o primeiro robô vigilante ‘inteligente’ no mundo, que será usado na área da segurança e que funcionará como extensão dos operacionais humanos no terreno. Tendo como principais destinatários as grandes superfícies, com necessidades características, o robô representará um acréscimo de segurança na medida em que se caracteriza pela mobilidade, autonomia e pela capacidade de cooperar com outros robôs e com operacionais, através de tele e videoconferência. Apesar de ser ideal para recintos, de acordo com Augustin Olivier, adjunto da Direcção do INESC Porto, coordenador da Unidade de Telecomunicações e Multimédia (UTM) e representante da instituição neste projecto, espera-se “que a plataforma final tenha a capacidade de ser de multi-uso”.
Robô assegura tarefas perigosas para o homem
Dotado de sensores integrados, tais como microfone, detector de intrusões, gás, incêndio, fumo, inundações, entre outros, o robô - sozinho ou formando equipa com vários robôs móveis - é capaz de interagir coordenadamente com outros no mesmo espaço físico e assegurar tarefas potencialmente de risco para o homem, reduzindo assim os custos operacionais de vigilância e, acima de tudo, os riscos humanos. O projecto veio no seguimento da constatação de que “os sistemas de videovigilância têm um conjunto de limitações fiscais, pelo que um sistema composto por um ou mais robôs vigilantes com o apoio de uma central de operações permitiria ultrapassar estas deficiências”, revela Augustin Olivier.
É aqui que reside um dos aspectos diferenciadores do ROBVIGIL: ao serem capazes de fazer rondas, reconhecer e seguir intrusos (através da captura de vídeo com visão omnidireccional de 360 graus), e guiar uma unidade móvel por ambientes perigosos (por exemplo, na eventualidade de fugas de gás, incêndios, etc.), os robôs representam um importante factor de acréscimo de segurança, podendo funcionar como suporte a operacionais no terreno, diferenciando-se assim das soluções actualmente disponíveis no mercado. Do ponto de vista dos promotores, pretende-se desenvolver e fornecer um serviço de valor acrescentado, ocupar um espaço próprio num mercado em emergência, transferir tecnologias de ponta para a indústria, bem como fortalecer uma equipa de I&D no âmbito da robótica, uma das áreas de expertise do INESC Porto, no geral, e da segurança de bens e pessoas, em particular.
Competências INESC Porto com oportunidade de exploração
Na base deste projecto estão tecnologias já desenvolvidas e testadas anteriormente com sucesso em projectos do INESC Porto e da FEUP, que vêem agora um elevado potencial de exploração. De facto, como afirma Augustin Olivier, “o projecto ROBVIGIL surgiu no seguimento de uma série de tecnologias desenvolvidas tanto pelo ROBIS [Grupo de Robótica e Sistemas Inteligentes], como pela UTM, no domínio da área de tratamento de vídeo e de um conjunto de empresas complementares interessadas em dispor de um produto inovador nas suas linhas de produtos”, esclarece. Mais do que isso, “este projecto só foi possível devido a um conjunto de trabalhos em curso, em particular o trabalho realizado pelo Pedro Carvalho da UTM e os trabalhos derivados da plataforma robótica do ROBIS”, adianta.
Neste projecto, “o INESC Porto oferece aos promotores empresariais, além da capacidade técnica, a garantia de sucesso do projecto”, afirma Augustin Olivier, confiante. Para o desenvolvimento do trabalho, o instituto mobiliza três Unidades: o ROBIS, que contribui na vertente da plataforma robótica e algoritmos de auto-localização; a UTM, que desenvolve as potencialidades de vídeo (tracking) e comunicações seguras wireless; e a Unidade de Sistemas de Informação e Computação Gráfica (USIG), que cria a plataforma de gestão. Com isto, “conseguimos transferir pela primeira vez para o mercado uma solução constituída por desenvolvimentos provenientes de três unidades do INESC Porto e de várias linhas de investigação, pelo que o projecto agrega diversas competências”, acrescenta. Com esta participação multifacetada em várias áreas de expertise, o INESC Porto impulsiona uma cultura de I&D e de inovação tecnológica na área de segurança e televigilância de pessoas e bens com soluções inteligentes.